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pedro mandou pra gente…

Lançamentos (em Porto Alegre) da biografia “Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra”

AQUI link pra pré-venda

5 de setembro, no Bar Ocidente (Porto Alegre), às 22h. Ingresso: R$ 30:
Lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra (Plus Editora), de Cristiano Bastos e Pedro Brandt, e show da banda Império da Lã – formada por músicos e amigos que tocaram com Flávio Basso em suas mais diversas bandas, translações, sacações, formações (Luciano Albo, Julio Cascaes e Ray-Z), além de integrantes da Império da Lã, como Carlos Carneiro (Bidê ou Balde). O livro será vendido e autografado no local.

9 de setembro, no a Cinemateca Capitólio Petrobras (Porto Alegre), às 18h. Gratuito:
Sessão especial com exibição de vídeos raros e históricos de Júpiter Maçã, incluindo apresentações de canções inéditas. Com entrada franca, a sessão complementa a noite de lançamento da biografia “Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra”, assinada por Cristiano Bastos e Pedro Brandt, que acontece no dia 5 de setembro no Bar Ocidente. Após a projeção, será realizado um debate com o músico Júlio Cascaes, parceiro criativo em diversos períodos da trajetória de Júpiter, e a produtora Paola Oliveira. O livro será vendido e autografado no local.

Sinopse do livro:
Assinada pelos jornalistas Cristiano Bastos e Pedro Brandt, a biografia “Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra” repassa a trajetória do cantor, compositor e multi-instrumentista Flávio Basso (1968-2015), músico gaúcho que integrou as bandas TNT e Cascavelletes e, em carreira solo, lançou discos com os pseudônimos Júpiter Maçã e Jupiter Apple. O livro traça a vida do biografado do nascimento à morte, passando por suas vitórias (uma irregular, porém cultuada carreira de rockstar, quase incomparável no Brasil), amores, amizades, aventuras e desventuras (alcoolismo, paranoia, a morte precoce de seu único filho) com riqueza de detalhes, revelações, informações inéditas e, ainda, farto material fotográfico.

oh, my lorde (ou phil collins ainda vivo)…

phil

que fascinante… tem neguinho que não tá entendendo / acreditando como a lorde, musa neozelandeza do indie (ARGH!), teve a cara de pau de interpretar a canção “in the air tonight” de phil collins, na visita delazinha à BBC radio1… e colocá-la no repertório do show de terça feira passada, em manchester, capital indie (ARGH!) da galáxia.

na boa, então, neguinho não tá entendendo paul newman há muuuuito tempo… deve ser a mesma rapeize que passou anos torcendo nariz para bruce springsteen… que chapou com o tributo MEGA indie (ARGH!) ao grateful dead (como assim, bial? grateful dead?), que hoje (i repeat, HOJE) acha elza soares uma diva, que balança o esqueleto ao som de afrobeat. enfim, a tchurma que para aceitar o mundo fora de seu próprio umbigo tem que tomar doses industriais de vaselina para engolir a trosoba… e que, a cada revelação de onde vem o apito do trem, fica ainda mais confusa… hahaha, é vero. nego pira geral.

enfim, gostando ou não de phil collins, o primeiro disco lançado por ele – “face value” / 1981 – é uma obra prima… pode levar fé. só a música “in the air tonight” o colocaria no pedestal da década… o álbum ainda tem eric clapton, produção de hugh padgham (bowie, elton, macca, police, XTC, zappa), as cornetas do earth wind & fire, sonorização de nick launay (PiL+ arcade fire, nick cave, killing joke, gang of four), versão cabeleira altíssima de “tomorrow never knows” (isso, ela mesma de george), violino de l.shankar, baixo de john giblin, além de ter galgado parâmetros estratosféricos nas paradas de mais vendidos do planeta… e neguinho segue não captando a real, deveras fascinante…

phil – que produziu john martyn (perdão eterno por qualquer batatada) e por pouco não se matou – lançou, ano passado, sua biografia com o título em homenagem à tchurma do “apito do trem”…

dead

bernardão mandou pra gente (ou as 100+ de saldanha)…

Assunto: João Saldanha

Mauricio, boa noite.

Acabei de ver no Ronca sua homenagem ao Saldanha.

Não sei se cheguei a mencionar, mas meu pai tem uma editora chamada Livros de Futebol. E durante essa semana, ele organizará o lançamento do livro “As 100 maiores crônicas de João Saldanha”.

Amanhã na Nanquim do Jardim Botânico, terça na ABI e no dia 08 na Folha Seca. Segue a programação. Se puder, apareça!

Abraço!”
Bernardo

100

tárik de souza no #218, hoje, às 22h…

tarik1

a leNda do jornalismo brasileiro a bordo do #218… muita atividade que será um programa pra colar a orelha ao radinho, climão AM… total.

destaque para o livro “sambalanço, a bossa que dança” e sua respectiva trilha sonora (elza soares, orlandivo, ed lincoln, eumir deodato, joão roberto kelly, miltinho, lafayette)… casca!

é às 22h, aqui mesmo no poleiro

sambalaNço…

sambalanco

Música e anonimato

O livro sobre sambalanço, de Tárik de Souza, presta tributo importante a músicos anônimos

Qualquer um que goste de música brasileira e tenha crescido durante os anos 1970 e 1980 teve um farto cardápio de leituras sobre o tema. Seja na imprensa, seja em livros ou revistas especializadas, a ampla produção do período veio acompanhada de uma intensa escrita crítica. Jornalistas, pesquisadores, historiadores, sociólogos e outros profissionais pontuavam semanalmente lançamentos ou iluminavam períodos anteriores dessa história. Tudo isso em uma variedade de publicações para diferentes gostos ou coleções que circulavam em bancas de jornais.

Entre esses escritores, alguns nomes ganham destaque. Um deles é Tárik de Souza. Formado nas redações em época de pesquisadores obsessivos como José Ramos Tinhorão, o jovem crítico percorreu inúmeros veículos, sempre escrevendo sobre a música não só da memória — tendência corrente no final dos anos 1960 —, mas principalmente do seu tempo. Através da sua participação na coleção “História da Música Popular Brasileira”, série de fascículos editados pela Abril em diferentes momentos da década de 1970, Tárik marca seu lugar entre leitores de diferentes idades. A coleção, fundamental para a iniciação de gerações (a minha, por exemplo), era importante pela fartura de informações, imagens e textos esclarecedores. O time que trabalhou ao lado de Tárik na escrita dos fascículos (cujos nomes foram de Dalva de Oliveira e Nelson Cavaquinho até Amado Batista e Luiz Melodia) dá uma ideia do seu valor: o já citado Tinhorão, José Lino Grünewald, Rogério Duprat, Ezequiel Neves, Aracy de Almeida, Augusto de Campos, Zuza Homem de Mello e muitos outros. A lista é imensa.

O fascinante da escrita dedicada à música popular brasileira — ou à música feita no Brasil, para ampliar esse escopo — é a quantidade de temas e personagens que ainda não foram, nem de longe, aprofundados. O segmento editorial que se dedica a tais livros é substancial entre nós, mas não chega perto, por exemplo, do seu correspondente norte-americano. Apesar disso, livros sobre música brasileira costumam virar entre nós best-sellers ao longo dos tempos. O fato é que a maioria dos títulos lançados com frequência sobre o tema geralmente são dedicados ao gênero da biografia (muitos deles excelentes) ou de memórias (sejam autobiográficas, sejam registros esparsos de momentos de alguma carreira ou movimento importante).

Essa conexão entre a música e a vida é um sintoma da nossa relação com a canção popular e seus cantores históricos. Em maior grau, nos conectamos com a voz, aqueles que cantam e encarnam em um corpo a história das letras, das melodias e das harmonias que formam o bloco sonoro completo. Os ídolos são vozes que galvanizam nações e emoções. O fato é que essa perspectiva pessoal, biográfica e performática da canção — quem canta é a obra — contribui para nossa história da música colada na história de vidas e, simultaneamente, provoca apagamentos importantes ao longo de mais de um século de produção sonora no país. Por exemplo, os músicos de estúdio. Mal sabemos quem são. São centenas de anônimos cujas vidas dedicadas aos seus instrumentos os colocaram a serviço dessas vozes e dessas canções. Pessoas cujos nomes não conhecemos, mas cujos sons marcam nossos corpos e mentes.

É nessa brecha do apagamento que volto a Tárik de Souza. Seu novo livro “Sambalanço, a bossa que dança — Um mosaico” (Kuarup), ao mesmo tempo em que apresenta essas histórias ainda não contadas para além das biografias de grandes nomes ou de grandes movimentos musicais, também presta um tributo importante aos anônimos de um período fundamental da nossa invenção sonora. Estruturado como uma espécie de minienciclopédia, o trabalho é dividido por um ensaio sobre o tema, entrevistas, verbetes e discografia. Ali, Tárik colabora definitivamente para futuros interessados nesse momento histórico.

A principal contribuição do livro, portanto, vem através do registro de uma série de músicos e histórias cujos nomes não rompem jamais o circuito interno de quem viveu o dia a dia de estúdios e shows. Agora, podemos saber das invenções rítmicas do baterista Jadir de Castro, da trajetória de um percussionista como Rubens Bassini, da parceria explosiva e inventiva selada entre Elza Soares e o maestro Nelsinho (mais um dos “anônimos”, aliás, falta entre nós essa história dos maestros e orquestras de rádios e gravadoras) em discos como “Se acaso você chegasse” (Odeon 1960), da ascensão fulminante do Solovox, piano elétrico de som marcante, dentre músicos que tocavam nas boates de Copacabana, ou da existência de uma série de gravadoras obscuras como Sideral, Musidisc, Pawal ou Equipe.

Em “Sambalanço”, Tárik nos faz entender um período paralelo à bossa nova, com artistas de forte marca popular. Talvez seja por isso que seus músicos e discos tenham virado uma espécie de subterrâneo da história da MPB durante os anos 1960. E eis por que louvo aqui esse pesquisador incansável e sua proeza de registrá-la.

Fred Coelho / DAQUI