badalando…

Sininho, amarga Sininho (FOTO), minha nega quase eterna. A culpa é minha. Se você se tornou uma estapeadora de seres humanos, uma terrorista, uma estagiária da Al Qaeda a culpa é minha. Antes de você tacar fogo em sua primeira penteadeira você me ligou enviou 119 vezes um SMS clamando “Ferro, meu Ferro, Ferrare, vem esmerilhar a sua bacurinha. Se não vier não sei do que sou capaz de fazer (choro compulsivo)”. E foi assim, imbuída de grave percepção política e movida pela fusão de massa mal comida com o chamado grelo seco você virou terrorista. Tacou fogo na penteadeira e saiu por aí matando. Sino, meu bambuzinho, como esquecer o sua gritaria (“bota, Peter Pan!!! Bota tudo, Peter Pan!!! Agora toca Raul!!!”). Nossa relação era mais profunda do que língua de tamanduá-bandeira caçando saúvas no monte Roraima. Você, tarada, doida, linda, botava o coquetel molotov na boca e pou! pou! pou! no meu mastro. Mastro mole, arriado, temeroso, mas fazer o que? Nunca apanhei tanto de uma mulher, minha Sininho. Suas trepadas eram ideológicas, e volta e meia, gozando, você gemia “o povo, unido, jamais será vencido” e chuááááá, aquela correnteza de orgasmo inundava a tábua de passar roupa cheia de pregos onde você gostava de me copular. Sininho, um dia, fazendo os curativos depois de mais uma noitada de amor contigo, eu pus um vinil de Pepino de Capri e pensei “essa porra não pode viver sem glande. Se um dia faltar o cabeçudo, não sei o que ela será capaz de fazer”. Pensei, arrumei as malas e fui para Serra Leon (Africa, UK) me envolver com o carregamento de diamantes. Sem vara, com fome, sede e frio, você começou a incendiar ônibus, vans, agências bancárias. Louca de tesão ideológico e anarquista se juntou aos Bate Bags, vulgo black blocs, e jogou nas ruas do Brasil todo o seu tesão enrustido e, provavelmente, o seu ódio por mim. Sim, eu deixei os seus grandes lábios fumando uma morra enquanto me aventurava em querer ganhar a vida fácil em Africa Bambatta. Você virou uma marginal, uma vagabunda, uma escrota, e acabaram te pegando sentada no bidê com uma gambá. Te jogaram em Bangu I e hoje, olhando para as pétalas de um pé de grelo que nasce aqui perto, sinto que criei um monstro. Sem ter com quem compartilhar as suas taras (lembra que você chegou a lixar as minhas costas com lixa naval e depois tacou soda cáustica?) a minha Sininho virou uma baderneira de merda e, em breve, pelo que conheço de seu guloso ego, vai se candidatar a deputada. Antes, vai posar nuinha pras bronha’s magazines! E eu? Sei lá, minha nega. Sei lá. Fico aqui, ouvindo minhas caraminholas, saindo na mão…sei lá. Ligo pro Caetano ou vou assistir a um show de Mulato Veloso? Ummagumma Ferrare.