diz aí, leonardo…

Subject: Uma msg, vários assuntos!
“Mauval,
Como prometido, ainda que aos 45 do segundo, uma mensagem de verdade essa semana.
Pra variar, vários assuntos.
Acabo de ver o seu post sobre o protesto do torcedor. Sem querer me gabar, mas iniciei essa prática aos 45 minutos das quartas de final da copa de 2006 (Brasil X França, lembra?). Naquele exato instante caiu a ficha de que a seleção não me representava, e como estamos falando de futebol, e não de patriotismo ocasional, preferi torcer pelo bom jogo mesmo. Sendo assim, arriba España!
A verdade é que futebol brasileiro anda enchendo os pacovas, atualmente torço mais para o Arsenal (um prazer recente, mas sincero) do que para o meu querido Tricolor (o de Sumpa, claro).
E já que o assunto são protestos, como o Caipirinha, confesso que ainda estou (e quem não está?) tentando entender tudo isso. No geral o sentimento é bom, pois realmente deu no saco! Como disse o Antonio Prata, num dos melhores textos sobre os acontecimentos e numa livre transcrição de memória: afinal de contas nos últimos anos o Brasil só melhora, melhora, melhora, e continua péssimo!
Confesso que tenho certo medo e preocupação quando começam a apontar soluções como esse “plebiscito”, ou o congresso resolve trabalhar de verdade e aprovar a toque de caixa tudo o que é do “gosto popular”, sem maiores debates. Isso sem falar sobre a PEC 37, a tal da “impunidade”, e que na prática somente reforçava o que já está na constituição. O Ministério Público é uma instituição de estrema relevância, como fiscal da lei e até no seu papel de acusador, mas daí começam a investigar (só os assuntos que lhes interessam, vulgo “o filé”) e daqui a pouco estão querendo julgar também. Já imaginou ser investigado, processado e julgado pela mesma pessoa? Isso, quando se trata do traficante cascudão ou do político corrupto, é refresco nos “olhos” da galera, mas não se pode esquecer que o próximo sempre pode ser “você” (vulgo “qualquer um”). Queria mesmo saber qual a dificuldade de cuidar bem da polícia e torná-la eficiente (falo da investigação/inteligência, não repressão ostensiva – leia-se Polícia Civil X PM). Mas divago.
Voltando ao cerne da questão, ele mesmo, o Ronquinha, queria agradecer ao “ouvinte” que teve o e-mail publicado no Tico há algumas semanas.
Trata-se da relação com o querido Ronquinha e a tal da Internet. Lendo o e-mail, percebi o quanto a situação dele se encaixa à minha. De fato, não havia conseguido me acertar com o fato do programa não ser mais ao vivo. O ritual era profano e profundo, e faz uma falta danada. Por outro lado, às vezes é difícil lidar com novas situações, por mais banais que possam parecer. Então, para um morador de Sumpa, porque não passar a semana ouvindo o Ronca no carro? Pois é, parece estúpido, mas tive que ler esse e-mail para perceber que tinha que mudar minha relação com o programa.
Semana que vem te conto como foi a experiência!
E já que a mensagem exigia vários assuntos, e que engatei a quinta na divagação, pensei outro dia se, caso a graça divina de Nossa Senhora do Rádio me proporcionasse uma participação no Ronca, quais seriam as músicas que selecionaria da minha própria discoteca?
Como sou meio folgado, e tenho síndrome de Rob Gordon,  resolvi selecionar 10, em dois blocos de 5.
O primeiro seria só Bowie:
1.       Absolute beginners, do Bowie at the Beeb, disco bonus;
2.       Changes, por Mike Garson, do CD Bowie Variations for Piano;
3.       Lulu e David Bowie, The man who sold the world (compacto 7’’);
4.       Magic Dance (isso mesmo, não estou louco, mas só se pudesse tocar o K7 da OST do Labirinto, que tenho desde a época e foi minha porta de entrada para o universo bowieano, e por que tem Chaka Kan nos backing vocals e, pasme, Albert King na guitarra, e também para homenagear minha prole – expliquei demais, né?);
5.       Ragazzo solo, ragazza sola (vulgo Space Odity em italiano, ou, a música mais “afudê” de todos os tempos, na língua de Pepino di Capri).
O segundo bloco seria mais eclético (será?):
1.       Holden, une fraction de secunde (para iniciar com um climão francês);
2.       Neneh Cherry and The Thing, Accordion (um dos discos mais excitantes, para mim, dos últimos tempos);
3.       Metá Metá, Vale do Jucá (sim, a música brasileira ainda pode ser muito foda!);
4.       Blur, Maggie May (da caixa 21);
5.       Flying Lotus, Until the quiet comes (é música do futuro e o futuro da famiglia Coltrane, so …).
Cacildis, nada do PIL, … problemas!!!
Viajei demais no e-mail, né não? Mas fazia tanto tempo que não escrevia, que estava com sodades!
Como sou espaçoso, vou terminar com uma pergunta para a qual sou deveras curioso: o que tu achas da música do Lobão (veja, estou falando de som, não da persona ou das ideias)?
Love Supreme!!!
Grande abs”
 Leonardo