jair…

Governador Valladares fiquei mais descaralated do que Phil Ochs, o seu amigo invisível. Meu amigo Jair Rodrigues (FOTO) subiu sem avisar. Assim, do nada, sem mais, sem menos, deixando que digam, que falem, deixa isso pra lá, o que é que tem? Hein??? Porra, Jair!!!!!! Pior é ver a notícia da morte estampada em todos os sites, jornais, TVs que nos últimos 500 anos não falaram dele. Sim, Gov. my Gov. Jair Rodrigues, como muitos outros sangues bons, estava abandonado pela mídia e, quem sabe, talvez por isso tenha sido muitíssimo feliz. Lembro bem, Gov. anos 60 Gov. era de Bob Dylan, Gov. Jair e eu, eu e Jair de mãos dadas com aquela baixinha gaúcha grossa pra cará , Elis, a pimentinha. Eles faziam um antológico show aqui em Iguabinha, eternizado pela fita K7 “Jair & Elis Al Mare”, que eu tinha mas um temporal inundou a sala de minha oca e levou a fita. A fita, as fotos, os livros, os bichos, os sonhos e nada mais. Jair Rodrigues soube levar a vida. Cantava pra cacete, não fazia merda, não dava uma de gostoso, mantinha a soberba no térreo. Enfim, Gov. my Gov. em tempos de privadas voando, merda no Planalto, cagalhões no Congresso, perder um Jair Rodrigues é tão ou mais grave do que ter a última garrafa d´água furada no deserto do Jalapão, a Barra da Tijuca do Maranhão. Lembro como se fosse amanhã: São Paulo, 10 da noite, agosto de 1971, Parque do Ibirapuera, Phil Ochs chegou no meu cangote e disparou: “vamos beber um querosene de aviação para aquecer?” . Foi quando, pela primeira vez, chamei o seu amigo de bicha parasita… no que Jair Rodrigues me interrompeu e me comeu no esporro dizendo que eu deveria respeitar os doidos, decrépitos, esgotos sociais e similares. Aprendi a lição. Phil Ochs saiu, tentou se enforcar num poste, depois numa árvore, mais adiante numa roda gigante e gritou “basta , mi vou pro Vooodoo Chile”. E foi. Jair aplaudiu e eu aplaudi Jair. Sempre. Ummagumma Ferrare, Iguabinha, UK, RJ.