jeferson mandou pra gente (ou 118 velinhas no bolo, hoje)…

vasco.tico

O Vasco não nasceu de pai e mãe. Foram paus e mãos que o ergueram. Trocou o berço de ouro pelo braço do povo. Os louros da vitória pelos negros da história. Negrito, o chamavam.

O Vasco nasceu num bom samba no pé do morro, com churrasco no tijolo, Pinga caseira e Cocada para adoçar a boca. Festa simples, mas com o Feitiço carioca que a torna única.

Nasceu ali, do lado do Bar do Bigode – Seu Valdir, para os chegados -, perto do depósito de Dinamite, onde o Baixinho costumava fazer bagunça, para desespero do Coronel e de seu pai, Santana.

Veio ao mundo em dia de tempestade, de fazer cair o queixo de Ademir. Mar revolto, onde nem Bismarck – o navio alemão – se atreveria a cruzar. Mas ele não poderia nascer num dia comum. Mar tranquilo nunca fez bom marinheiro, e quando o assunto é transpor barreiras, Vasco da Gama é especialista.

O Vasco nasceu no Rio, no subúrbio, mas com temperos capixabas, pernambucanos, baianos, portugueses… Nasceu num panelão na casa de Dona Maria, em São Cristóvão, num almoço de domingo com todos os vizinhos e parentes. Nasceu para encher barrigas e corações.

O Vasco nasceu para preencher os espaços deixados pela sociedade.

O Vasco é a alegria de um pandeiro na mão de um menino, a cerveja gelada após a pelada com os amigos, a relaxada no sofá após um dia de trabalho, o abraço do filho no fim de sábado.

Vasco é vida bem vivida. E isso inclui lágrimas e sorrisos.

É a dor de Barbosa e a rebolada de Edmundo. É a morte de Dener e a recuperação de Geovani. O título e a queda, a luta e a guerra.

Nunca a calmaria.

O Vasco é duro como as estátuas de Bellini e Romário, e mole como o coração do torcedor.

É o Vasco do Expresso, do exposto, daquele que se posiciona, manifesta, não se omite. Luta!

Expresso da Vitória. És pressa para a glória. És peça da história!

por André Schmidt