kriva…

ferrare
Governador Valladares, quer dizer que deu merda com a chave da cidade, hein? Estou na periferia de Islamabad, Paquí (stão), onde rola um carnaval pirata. Como você não sabe, quem faz carnaval por aqui é condenado a degola por vadiagem explícita, 27 minutos após o flagrante, com direito a uma pena alternativa. Em vez de ter a cabeça transformada em bola de headball, o carnavalesco pode optar em ficar 72 horas internado num caixote de madeira sem luz, assistindo a TV Record no volume máximo exibindo os melhores momentos dos sermões de crivella com c de cu de mineiro que, como se sabe, é cu mau caráter. Shogun sabe do que estou falando pois é dele a pergunta secular que fez a uma mineira de Governador Valadares com um L (de leopardo) só: “amor, você cag…u no p…u?”.  Mas ele não tem coragem de transformar a pergunta em vinheta. Quanto aos carnavalescos, 99,999% dos condenados optam pela degola.
Nosso carnaval pirata é feito em silêncio, num deserto. Para evitar relinchos que possam atrair a polícia, antes de sair arrancamos as gargantas de nossos cavalos com abridores de lata, compramos umas 20, 25 mulheres virgens (recatadas e do lar, como aquele tesão do vídeo pirata que vale 5 reais e que faz o velho babar) e partimos pro desert trip. Lá chegando, colocamos nossas fantasias (esse ano a minha é de um mix Neide Aparecida de peruca Lady com gerente da KKK no Alabama, sweet home de filho de puta). Com as jebas pra fora, noite de breu filho da puta, começamos a girar como pombos correios bêbados e depois saltamos sobre as mulheres, amarradas em cactus de oito bocas, vulgo peiotes.
Dizem que foi num ritual desses que acidentalmente a senhora bisavó do alcaide carioca teria sido inseminada. Na confusão do gira gira silencioso no deserto, na hora do salto, um cavalo chamado Kriva (FOTO) resolveu pular sobre uma mulher, copulou-a e inseminou-a. Como manda a tradição no final do carnaval (2 horas e 27 minutos antes do nascer do sol), as mulheres são assadas e devoradas pelos carnavalescos. Mas a mulher que Kriva currou conseguiu fugir e dedurou todo mundo a dois faraós que faziam meia atrás de um pé de couve nas imediações.
Todos os carnavalescos foram degolados e como prêmio a mulher podia escolher para onde ir. Como era carnaval ela apontou e cantou “alá, alá, alá, meu bom alá”, o carrasco entendeu que era o caminho do Rio e jogou a dama num navio remado por escravos gays que partiu do porto de Enrababad. Nove meses depois, o navio aportou na então Praça 15, a mulher saiu, olhou para o Rio e gritou “Que porra é essa?”. E pariu o “Krivo dela”, grife que com o tempo foi se modificando. Em seguida a dama tomou duas decisões: mijou na rua e fundou a igreja universal.
É por essas e por outras que nesse carnaval de 2017 a chave da cidade foi enterrada no sul do Rio pela bola de sebo, entendeu Gov.? Foi por isso.
No mais, tudo bem? E no pandeirinho da vizinha não vai nada? Ummagumma Ferrare – arredores de Islamabad, Desert Trip, RJ, UK.