rafael & bispo (ou D+D+D+D+)…

Assunto: Sobre a conexão Severino, Paralamas e Bispo do Rosário

Salve Mau Val!

Como sempre, tô ligado no Ronquinha, mesmo sem me manifestar muito, fazendo parte da famigerada “torcida silenciosa”.

Pois bem, ouvindo o #310 essa vez resolvi sair do silêncio quando me deparei com seus comentários sobre o disco Severino, pouco reconhecido na extensa discografia dos Paralamas, sobretudo no que se refere ao projeto gráfico, repleto de fotografias de obras de Arthur Bispo do Rosário.

Queria na verdade, atualizá-lo, pois o fantástico acervo do Bispo continua na Colônia Juliano Moreia, dentro da reserva técnica do Museu que leva o seu nome. A novidade é que está em pleno andamento o Projeto “Inventário do Mundo”, que conta com uma equipe dedicada à continuidade da existência e preservação de sua obra para gerações futuras. Um olhar que não havia sido dada à obra do Bispo em muitos anos.

Pra você ter uma ideia da importância da coisa toda, a obra do Bispo foi tombada apenas há alguns meses pelo IPHAN. De antemão, a gente poderia imagina que um legado desses deveria ser Patrimônio da humanidade desde sempre, mas ele só foi reconhecido como Patrimônio cultural Brasileiro apenas agora, em setembro de 2018 (!), o que sem dúvida foi uma vitória, também muito por conta de toda a dedicação envolvida a esse projeto.

E como é que eu que tenho essa informação, meu caro?

Pois tenho o prazer de informar que estou trabalhando neste projeto de catalogação de sua maravilhosa obra, fotografando trabalho por trabalho, detalhe por detalhe desse maravilhoso universo. Tudo em um estúdio montado dentro do próprio Museu Bispo do Rosário, na Colônia Juliano Moreira.

O resultado desse grande projeto, que envolve toda uma equipe (coordenação, pesquisa, museologia, conservação e fotografia) é a catalogação definitiva de sua obra para um banco de dados onde informações sobre o seu trabalho nunca antes esmiuçadas em tantos detalhes, possam ser finalmente acessados com muito mais facilidade, além do lançamento de um catálogo Raisonée (uma coleção com a vida e obra e completa, tipo aquelas caixas especiais com toda a discografia de uma banda, manja?) para ser lançado no ano que vem, quando vai fazer 30 anos que o Bispo subiu (ainda mais do que ele já tinha subido em vida por aqui mesmo) pra conversar com Cartola, Jimi Hendrix e outras entidades no andar superior.

Como prova material e estrogonófica, te mando uma foto de making of do processo de fotografação recente do Manto da Apresentação, uma obra das mais emblemáticas de todo o acervo desse genial artista, e que estou muito feliz de estar contribuindo para a sua preservação.

Então se os Paralamas quiserem mesmo reeditar “Severino” em LP, podem também contar com um olhar mais atualizado versão 2018 sobre s obras do Bispo. 🙂

Um forte abraço!”

Rafael Adorján