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Subject: “… não gosto de políticos. Eu gosto de Ramones”
  • Mayara Vivian do MPL no G1

    “Primeiro gostaria de dizer que não gosto de políticos. Eu gosto de Ramones (banda punk da década de 70)”

    Políticos e Ramones
    Na terça, na reunião do colégio de líderes da Câmara, apenas duas pessoas além dos vereadores receberam aval para discursar. A primeira foi Mayara. De tênis, legging e uma camiseta do MPL por cima de um top, que deixava escapar tatuagens embaixo da manga direita e da gola, ela segurava um pedaço de papel com o rascunho de sua fala nas mãos de unhas pintadas com esmalte azul esverdeado. Mayara não desperdiçou o curto tempo em que dominou o microfone.

    “Primeiro gostaria de dizer que não gosto de políticos. Eu gosto de Ramones (banda punk da década de 70)”, começou a estudante de geografia. Na Sala Tiradentes, que tem espaço para 57 pessoas sentadas, mas que naquela hora tinha lotação esgotada e outras dezenas de pessoas em pé, Mayara fez questão de lembrar para quem reclamava do aperto que “o ônibus é muito mais cheio”.

    Sobre a possibilidade de deixar a CPI para depois do recesso, ela lembrou aos vereadores presentes que essa era uma “decisão política” e que “protesto não tem recesso”, podendo inclusive ser feito na praia, caso os vereadores decidam descer ao Litoral em vez de permanecer na capital trabalhando.

    A reunião acabou sem resultado: os vereadores decidiram não definir a pauta, e a aprovação de uma CPI só foi conseguida na sessão no plenário, na quarta-feira (26). Nesta quinta (27), os vereadores decidem qual pedido aceitarão: há três propostas diferentes em disputa pelas bancadas, já que o autor da que for aprovada presidirá a comissão. Em suas declarações à imprensa, a porta-voz do MPL defendeu a investigação do transporte municipal da forma “mais clara e rápida possível”, inclusive se houver necessidade de trabalhar em julho. “O Brasil está parado e eles querem tirar férias”, disse ela, lembrando que a discussão sobre uma possível CPI só surgiu por causa da “força do povo” nas ruas. “Só faltou pedirem para o povo comer brioches.”

    E deixou claro, mais uma vez, o caráter apartidário do Movimento Passe Livre. “Alguns políticos apoiam a gente, mas nós não apoiamos nenhum político.”

    G1 – Rosto público do MPL, Mayara Vivian abraça a causa e evita fama pessoal

    m.g1.globo.com