rei momo, pica pau e mágico de oz…

ferrare

Governador Valladares, diz a lenda que o carnaval acaba amanhã, mas já disseram a mesma coisa em relação a zika, a inflação, desemprego, dilmorreia e outras moléstias. Fato é, Gov. my Gov. vara no branco, pinto no i, preto na branca, é que estou apaixonado como uma garoupa em águas profundas. Minhe nêga, digo, chefe supremo, Kim Jong-un tropical, tenho algumas certezas nessa vida bandida mas só uma vem à tona: certeza 1 – ninguém entendeu picas do meu ultimo descarrego, Pietro Gabrielli. Sabe por que, Aizita, digo, Gov. my Gov.? Sabe por que? Porque ninguém conhece Genesis, Peter Gabriel, ninguém conhece Watcher of The Skies. Se fosse sobre Naldo, Cassiano, Brasileirinho (ninguém sabe quem são), Mumuzinho ou Maurice White, o Dostoieviski dos funkeiros, a ficha ia cair no ato. Ouvintes e ouvintas do Ronca Ronca estão viajando e isso aqui está tomado por uma horda de taparracas mineiras, gaúchas e paulistas (FOTO) que vem ao Rio consumir vara.com.br. Só isso. Vara! Muita Vara! E depois, quem sabe, beber um copo dágua e ir até a sua casa fazer o que você batizou de “overdub na chavasca”. Nunca entendi por que suas clientes saem de sua toca com ares de Helena Rubinstein (ninguém sabe quem é) misturada com aquela gostosa que aparece vestida na lata de Leite Moça. Ninguém me entende, mas ela entendeu. Nesse carnaval me apaixonei por um obscuro objeto do desejo que jamais conquistarei. Ela vinha no alto do carro de som, seminua e exibida como árvore de Natal no Lincoln Center (ninguém sabe quem é) , enquanto eu, distraído, em vez de vender comecei a doar LSD para o povo. Ela olhou para mim, desceu o olhar, contemplou minha vara apocalíptica e aflita e fez sinal de positivo. Louco, arrebatado como Antonio Maria (ninguém sabe quem é) com a jeba em riste sob o manto da fantasia de Lustre de Puteiro (ninguém sabe o que é), acompanhei minha musa durante os 37 quilômetros de sangue, suor, calor filho da puta, e lágrimas, aturando marchinhas contemporâneas de merda. Quando bloco chegou em Irajá, totalmente ensandecido e recitando Sade, François Rabelais e Bel Marques (esse todo mundo conhece) na onda de meu LSD à la SUS, de graça, ela desceu do carro de som. Nervoso, boca seca, trêmulo, arranquei a minha fantasia e partir pra dentro e caí com os cornos no asfalto onde entrei na porrada. Acordei na UPA de Bangu e minha vara na UPA de Jacarepagua. Ambos perguntando, “a deusa era fato, boato ou onda do LSD adoidado?”. Agradeci ao Rei Momo, Pica Pau e ao Mágico de Oz (ninguém sabe quem são) na enfermaria e, mesmo escalavrado, voltei pra zona. Ummagumma Ferrare – Syd Barrett Museum (ninguém sabe o que é) , Vargem Pequena, Vara Longa, UK.