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ainda no centenário…

saldanha.rolo

Assunto: Três curtas de João

“Caro Mau Val,

entusiasmado por suas várias homenagens a João Saldanha n’oTico, decidi mandar três historinhas do novo centenário da vez.

– João chegando ao Maracanã antigo, para trabalhar. Um incauto o encontrou e perguntou ao dito cujo: “Saldanha, você por aqui?” João, pouco paciente com perguntas idiotas, mandou: “Não, vim visitar o Museu do Índio”.

– 30 de abril de 1986, amistoso de preparação para a Copa de 1986. Brasil 4×2 Iugoslávia, três gols de Zico – um dos quais é bem repetido nessas matérias históricas, até. O cabriocárico Waldir Amaral chama João para os comentários finais, após o jogo, pano rápido. João resume daquele jeito: “Meus amigos, o Brasil ganhou porque Zico se chama Zico. Se ele se chamasse Zicovic, a Iugoslávia ganhava”.

– Talvez a melhor história. João andando de carro na rua, até que tem uma batida com um caminhão, num cruzamento. O caminhoneiro, português bravo, já desceu com um porrete na mão, pronto para a briga. João olhou e só balançou a cabeça em discordância. O português: “Ora pois, que foi?” Joao: “Você é covarde. Está vendo que eu sou magrinho, que eu não tenho força… e ainda vai usar porrete para me bater? Sai na mão mesmo comigo, se é homem!” O português olhou, viu que provavelmente acabaria com João na mão mesmo, e largou o porrete na rua. Pois bem: João se desviou do primeiro soco, pegou o porrete, e deu na cabeça do português até dizer chega…

Abraços!”

Felipe

as feras do saldanha (ou o CINEfoot chegou)…

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Estão abertas as inscrições para o 8˚CINEfoot – Festival de Cinema de Futebol.  O festival recebe inscrições de curtas e longas-metragens que tenham como abordagem principal o tema “FUTEBOL”. Serão aceitos trabalhos produzidos em qualquer suporte ou gênero e não há restrições quanto ao ano de realização da obra.

O 8˚CINEFOOT abre as inscrições nesta segunda-feira, dia 3 de julho, para celebrar o centenário do grande João Saldanha, nosso homenageado em 2017. Ou seja, o lançamento da nossa convocatória nesta data especialíssima já é um tributo ao João Sem Medo, que falava a língua do povo e era anunciado nas transmissões esportivas como “o comentarista que o Brasil inteiro consagrou!!!”

Ao longo da sua trajetória, o CINEfoot já levou às telas brasileiras mais de 300 títulos, transformando-se na principal plataforma de exibição da cinematografia de futebol no Brasil e na América Latina.

O CINEfoot mantém uma importante parceria com os principais festivais de cinema de futebol do mundo e é o único do Brasil que integra o seleto circuito de festivais de cinema de esportes da FICTS- Federation Internationale Cinema Television Sports, com sede em Milão.

As inscrições para as Mostras Competitivas podem ser efetuadas até 28 de agosto de 2017, através do site: www.cinefoot.org.

As inscrições para o 8˚ CINEFOOT estão abertas até 28/8. Estamos, a partir de hoje, convocando as “Feras do Saldanha”.  Salve João Saldanha!

O 8º CINEfoot acontece em novembro, no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

Faça parte deste timaço!

A EMOÇÃO DO MAIOR ESPORTE NACIONAL NAS TELAS DE CINEMA

O CINEfoot é o primeiro festival de cinema do continente latino-americano dedicado à promoção e exibição de filmes de futebol. Sua programação inclui mostras competitivas internacionais, mostras especiais, debates, homenagens, dentre outras atividades.

O CINEfoot renova a cada ano a sua missão de oferecer uma programação altamente diversificada de filmes de futebol capaz de atrair uma legião de admiradores para as suas sessões e formando novas plateias para vivenciarem a magia do cinema e a emoção do futebol juntas num festival único do Brasil.

ÚNICO FESTIVAL DE CINEMA FEITO PARA ENCANTAR ESPECTADORES E TORCEDORES

CINEfoot – PRATICAMOS O FUTEBOL ARTE

bernardão mandou pra gente (ou as 100+ de saldanha)…

Assunto: João Saldanha

Mauricio, boa noite.

Acabei de ver no Ronca sua homenagem ao Saldanha.

Não sei se cheguei a mencionar, mas meu pai tem uma editora chamada Livros de Futebol. E durante essa semana, ele organizará o lançamento do livro “As 100 maiores crônicas de João Saldanha”.

Amanhã na Nanquim do Jardim Botânico, terça na ABI e no dia 08 na Folha Seca. Segue a programação. Se puder, apareça!

Abraço!”
Bernardo

100

“joão sem medo” por joão máximo…

   js
(foto, arquivo o globo)(?!)

POR JOÃO MÁXIMO 02/07/2017 4:30

Certa vez, apresentando João Saldanha ao público que lotava um teatro para vê-lo, defini-o como um carioca de Alegrete que podia orgulhar-se ser o único técnico de seleção brasileira abençoado com as graças da unanimidade. Aquele homem que acabara de palestrar sobre uma de suas paixões – o futebol – fora responsável por devolver à seleção, nas eliminatórias de 1969, a credibilidade que ela perdera na Copa do Mundo de três anos antes. Como? Combinando ao seu conhecimento o charme, o carisma, a astúcia, a simpatia, o humor e o jogo de cintura do bom carioca nascido nos Pampas.

Só depois, em conversa com pessoas da plateia, descobrimos que elas admiravam João Saldanha por razões diversas: o técnico, o comentarista de rádio, o dos cinco minutos de TV, o cronista de jornal, o homem que vira “todas as Copas do Mundo”, o conversador de tiradas saborosas, o contador de histórias, o grande personagem. Eram tempos de chumbo. E muitos dos que ali estavam viam no palestrante a figura que, no futebol, simbolizava a oposição à ditadura que acabara de faturar, indevidamente, o tri brasileiro no México.

Ninguém chegou a falar do João Sem Medo, brigão, destemido, ou do ex-garotão de praia, amigo de Heleno de Freitas, Sandro Moreyra e Salim Simão, todos botafoguenses. Muito menos do candidato a vice-prefeito do Rio, do ator de cinema ou da autoridade em escolas de samba, papéis que, afinal, ele só representaria mais tarde.

O centenário de João Saldanha é mais uma oportunidade para repetir que ele foi muitas pessoas para muita gente. Não há como defini-lo sem o risco de nos perdermos pelos atalhos de sua personalidade. Nada a ver com os cinco casamentos. Nada a ver com sua eterna fidelidade ao Partido Comunista. Nada a ver com as tantas viagens com que confundiu nossas cabeças (na Normandia com Montgomery, na Grande Marcha com Mao Tsé-Tung, na Coreia como correspondente de guerra), mas tudo a ver com seu fascinante modo de ser. No futebol, único.

O Botafogo deve muito a ele o Campeonato Carioca de 1957 (naturalmente, menos do que deve a Garrincha e a Paulo Valentim). Também deve a ele, novamente em parte, o Brasil do tri. A quantidade de trapalhadas que cometeu nos primeiros meses de 1970 (sair armado atrás de Yustrich, tentar ser técnico e jornalista ao mesmo tempo e apregoar as limitações visuais de Pelé) deram armas para que os homens da ditadura, que o detestavam, o substituíssem. Isso depois de João Saldanha ser, à frente da seleção, a figura mais popular do Brasil em 1969. Nem Roberto Carlos, nem Chacrinha, nem Pelé, mas ele, João. Até os paulistas aprenderam a gostar dele, depois de o rejeitarem em manchete de jornal: “Perdemos a seleção!”.

João Saldanha nunca se referiu ao substituto com inveja, nunca criticou o seleção da qual fora banido, nunca se ressentiu do médico e do preparador físico que o boicotaram. Era das melhores facetas de seu caráter. A outra, a lealdade aos amigos. Quem conviveu com ele em redação de jornal, nos últimos 14 anos de sua vida, é testemunha disso. E de como ajudava os mais jovens, o estagiário, garotos e garotas que se aproximavam como quem se chega a uma lenda e que encontravam nele um igual. Leal e companheiro, deixou no jornalismo esportivo um vazio.

Passional, fez pela vida afora muitos inimigos. Na política, claro, e no futebol. De revólver em punho, correu atrás de Manga quando soube que o goleiro queria refutar no braço a sugestão de que tinha se vendido. Na véspera, a briga foi com o contraventor Castor de Andrade, que dizia ter comprado Manga. De outra feita, deu um tiro nas prateleiras do comerciante que vendera pilhas gastas à sua empregada. Sua noção de justiça, sua defesa do que achava certo, também era parte do caráter que dizia ter herdado do pai, bravo maragato das querelas gaúchas do começo do século passado. Ele e o irmão Aristides, também valente. Os dois só não combinavam como torcedores: João, do Grêmio, Aristides, do Inter.

As histórias são muitas, as vividas e as imaginadas. Como disse Marcos de Castro, ao escrever sobre ele, João Saldanha não mentia. Mitômano, simplesmente acreditava nas coisas que contava, às vezes para perplexidade de quem as ouvia. E, no entanto, muitas daquelas histórias eram pura verdade. O desafio ao general Médici, que queria Dario na seleção, realmente aconteceu: “O presidente escala o ministério dele e eu escalo o meu time”. Ficou assim como uma declaração de princípios: não haveria de ser com sua ajuda que os generais da vez iriam vestir a faixa do tri.

É irônico que tenha morrido na Itália, durante uma Copa do Mundo em que a seleção brasileira passou a praticar o mau futebol que ele tanto combatia. Sempre sem medo, viajara muito doente, sem ouvir conselhos médicos, para se despedir, do futebol e da vida, em pleno campo de batalha.

chegando…

D+!

gaúcho de alegrete, botafoguense, joão saldanha (1917-1990) é o típico exemplo de peça única, sem cópia!

finalmente, o tão esperado doc sobre um dos mais importantes Jornalistas brasileiros… em todos os tempos.

quer dizer, jornalista é pouco para definir joão “sem medo” saldanha… já que ele foi jogador e técnico de futebol, apresentador de televisão, escritor, comunista militante, “cabeleira altíssima” & o diaboA4!

na boa, saldanha é tipo tim maia… no sentido de falar a real, de encarar o “bundamolismo”, de ser original, espinhento… sem medo!

se nesse sabadão você estiver de bobs, cheio de tempo e preguiça, não deixe de acompanhar a íntegra desta entevista realizada em 1987 (os outros três blocos estão lá no Utubo).

IMPERDÍVEL!!!

ídolo!

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