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samba, negativos & positivos, santana, leon thomas…

santana.tico

santana, maracanãzinho, outubro1973

caramba, vendo esta foto, lembrei do assunto (negativos & positivos #15) que coloquei aqui no poleiro – em fevereiro2014 – e resolvi retornar com a pauta… segura:

negativos & positivos (15) [santana]…

terça feira, no programa, comentei sobre um assunto que seria colocado aqui no tico, lembra?

pois é, em clima descoberta total / “blow up” (o filme), fui atropelado por uma informação absolutamente inédita…

em meu HD… e de todos com quem falei.

a História é a seguinte:

nesses dias de “negativos & positivos”, tem pipocado uma quantidade gigante de fotografias “inéditas”.

volta e meia, passa por mim uma tira de filme que jamais foi ampliado.

semana passada, esbarrei numas fotos que fiz do show de santana, no maracanãzinho…

como o ingresso está sem o ano – e eu não tinha certeza dele – tratei de catar a info…

e cheguei a 1973!

a maioria das fotos estava tremida, de longe…

não recordo de outra configuração de show no maracanãzinho com o palco, praticamente, no meio da quadra.

o ginásio recebeu um público bem numeroso… mas neguinho não deixava a rapaziada ficar em frente ao palco…

dei um jeito…

josé, que lá esteve, disse que a PM metia a borracha em quem pulava pra quadra.

no cata-cata das fotos, encontrei um negativo que mostrou, claramente, que a xeretinha teve problema naquela noite.

na hora em que consegui chegar perto de santana & seus bluecaps, o filme travou…

e fiz vários cliques no mesmo quadro:

captou?

creca total… mas que resultou numa imagem espetacular… e que, por muita sorte, mostra com “perfeição”

alguns componentes da banda:

da esquerda para direita: josé “chepito” areas (percussão), richard kermode (teclado), santana, armando peraza (percussão) e o ULTRA MEGA ESPETACULAR CASCA GROSSA CABELEIRA ALTÍSSIMA baixista doug rauch… e se colocar uma lupa, você encontrará os outros três que “não aparecem” (o batera original mike shrieve, o tecladista tom coster e a leNda que será desvendada no final do post)!

( :

essa tchurma, todinha, estava na bica de lançar o álbum “welcome”!

tá acompanhando? tô confuso?

muita pressão!

voltando à pesquisa para confirmar a data do show…

descobri que santana passou por são paulo, porto alegre, rio e brasília… vindo de uma tonelada de shows

em buenos aires, cali, bogotá, managua, panama city, san jose (costa rica), san salvador (el salvador), guatemala city…

e muitos no méxico!

tem noção do que era levar um circo desses a lugares como os citados, há quarenta anos?

santana & banda – a original de woodstock com luizão maia no lugar do baixista david brown que teve problemas de visto – já haviam tocado no teatro municipal do rio, em 1971! inesquecível!

voltando às infos de 1973…

fui atrás dos nomes dos integrantes da banda que vieram ao brasa e não achei nada sobre os shows daqui.

well, well, well… certamente, a mesma rapeize que circulou nos shows anteriores pelas américas, certo?

e mais, a mesma tchurma que gravou o álbum triplo “lotus”… no japão, três meses antes.

pois bem, exatamente nesse ponto, a porca começou a torcer o rabo…

já que a escalação do conjunto de santana (como está no ticket) apresentava, como vocalista, simplesmente:

LEON THOMAS

hahaha… parem as máquinas… caraca, leon thomas veio ao brasil com santana, em 1973?

PQParille… pirei, arrumei uma lupa nova, limpei os negativos… climão “BLOW UP”!

escaneia ali, recupera daqui, fotoshopeia, treme, sua muito… e as imagens foram nascendo:

CARACA… mamãe… armando peraza (LENNNNNNNDA cubana) e LEON THOMAS no palco do maracanãzinho.

e eu NUNCA tinha visto essa foto! NUNCA!

liguei para uns doidos que poderiam ter ido ao show para saber/confirmar a presença de leon… ninguém lembrava de paul newman… hahaha!

o fato é que leon thomas pra mim, naquela época, não significava nada de especial… era, simplesmente, um cantor desconhecido com santana…

que informa em seu site que trabalharam together apenas em 1973.

mas o mundo girou, a lusitana rodopiou… felizmente!

a sensação que tive é parecida com a que você teria se, naquela banda desconhecida que tocou na sua cidade – em 2002 – você descobrisse, hoje, um jack white na formação… manja?

voltando aos negativos…

fuça daqui, fuça dali… encotrei uma foto tirada em frente ao leme palace hotel de josé “chepito” areas, membro original do santana, conversando com um cara alto, negão, sorridente… pensei eu com meus botões:

– PQParille, será que é leon?

segura:

HAHAHA… não acreditei nos meus zoinho!

imediatamente, liguei para eduardo motta do brasil contando a História e mandei a foto…

ed subiu pelas paredes e disse que jamais soube da visita do parceiro de pharoah sanders!

cheers

( :

cesar mandou pra gente…

AVENTURAS SANTÂNICAS

“Meu filho Bernardo me fala de loucas imagens dos shows do Santana no começo dos anos 1970 no site do Mauricio Valladares. As minhas estão preservadas apenas nos meus vetustos neurônios.

Lembro que foram dois shows, Theatro Municipal e Maracanãzinho. Eu não perderia nenhum show deles, ainda mais com meu irmão mais novo, eu mais tarado pelo guitarrista Carlos Alberto Santana Barragán que arrebentara em Woodstock.

A repercussão da presença do mexicano e a procura pelos ingressos me levou a perguntar à minha mãe sobre a possibilidade de irmos aos shows. Vinte e cinco cruzeiros cada (quanto seria hoje?), não dava; o dinheiro não abundava no pequeno apartamento de Vila Isabel, embora nada de importante faltasse: amor, comida, estudo, livros e música, muita música.

Neca de grana, vou invadir. E mesmo que pudesse, estava totalmente sold out.

Foi uma aventura santânica. Hoje, sei que não seria capaz de reproduzir as façanhas que passo a contar.

SANTANA INVADE O MUNICIPAL, EM 1971

Era jovem, tinha apenas 21 anos (naquele tempo, 21 anos não era como hoje, todos se estarreceram quando casei no final daquele ano), e resolvi que ia tentar. Ia dar um jeito.

Logo percebi que a turma na fila estava minimamente disposta a colaborar com as minhas necessidades culturais. Os seguranças, já naqueles tempos armários bombados, com terno e gravata, impediam qualquer tentativa de entrar pela porta da frente. O negócio era invadir.

Dei uma afastada do prédio e analisei as possibilidades. Pela Av. 13 de Maio, a rua da então sede do Bola Preta, vi que as portas laterais, eternamente fechadas, eram escaláveis. Dali, poderia tentar invadir por uma janela lateral. Escalei.

No alto da coluna, me esgueirei até a cobertura da bilheteria lateral. Dali, foi só erguer o corpo e sair no banheiro… das mulheres! Gritaria, correria… saí dali antes que alguém me pegasse. Ainda bem que Maria da Penha ainda não havia nascido.

Com a maior cara de pau, perguntei ao segurança do lado de fora como poderia chegar a galeria, quase no teto do Theatro, vertigem absoluta. Dali, vi a primeira metade do show.

Mas, ora, porra, neguinho vendo o show no palco e eu aqui? Aproveitei o intervalo para descer. Deu tudo certo. Sentei ao lado do percussionista brasileiro da banda (era mesmo brasileiro, Mauricio? quem seria?). No meio do show, todos enlouquecidos com o repertório de Abraxas, o cara jogou uma baqueta pro alto, novinha em folha. Me joguei pra pegar no ar, defesaça digna do Jefferson, o maior goleiro do Brasil.

MARACANÃZINHO, SAMANGOS NO ENCALÇO, em 1973

No Maracanãzinho, a maluquice começou com pular o muro da esquina de Av. Maracanã com Eurico Rabelo. Dá um pé aqui, impulso garantido pela preparação de jovem jogador de basquete do Club Municipal, mão no alto do muro e pula pro outro lado. Um bando de malucos veio atrás. Ninguém à vista, nenhuma saída.

Catando um jeito de acessar a área interna do ginásio, onde o couro ia comer, eis que surgem PMs, naqueles tempos sem gás de pimenta ou choque elétrico, mas no auge da ditadura, eles doidos pra dar cacetadas em qualquer infrator. E nós éramos “infratores da lei e da ordem”.

O jeito foi escalar a parede, na base ainda do bota o pé aqui, e sair na área escura e empoeirada debaixo das arquibancadas. Já era alguma coisa, pelo menos escapamos dos samangos. Só tínhamos que sair dali pra ver o show.

Procura daqui e dali, um cara dormia placidamente apesar da algazarra da garotada que invadia a rampa de acesso ao ginásio. Acordei o sujeito, dei uma merreca pra ele, que abriu uma porta pra gente sair.

Incrivelmente, a porta dava bem no alto da rampa, a turba chegando, gargalhadas gerais de ver a gente saindo ali, um pra cada lado, pimba!

Acho que inaugurei a mendicância cultural naqueles tempos.

A vida passa, o tempo voa… mais de quarenta anos depois, com o coração remendado por “stents” e safenas, meio fora de forma, nem ouso pensar naquelas maluquices. Aliás, nem me reconheço mais nelas. Mas fui eu, sim. E fico feliz que tenha sido.”

Cesar

negativos & positivos (15) [santana]…

terça feira, no programa, comentei sobre um assunto que seria colocado aqui no tico, lembra?

pois é, em clima descoberta total / “blow up” (o filme), fui atropelado por uma informação absolutamente inédita…

em meu HD… e de todos com quem falei.

a História é a seguinte:

nesses dias de “negativos & positivos”, tem pipocado uma quantidade gigante de fotografias “inéditas”.

volta e meia, passa por mim uma tira de filme que jamais foi ampliado.

semana passada, esbarrei numas fotos que fiz do show de santana, no maracanãzinho…

como o ingresso está sem o ano – e eu não tinha certeza dele – tratei de catar a info…

e cheguei a 1973!

a maioria das fotos estava tremida, de longe…

não recordo de outra configuração de show no maracanãzinho com o palco, praticamente, no meio da quadra.

o ginásio recebeu um público bem numeroso… mas neguinho não deixava a rapaziada ficar em frente ao palco…

dei um jeito…

josé, que lá esteve, disse que a PM metia a borracha em quem pulava pra quadra.

no cata-cata das fotos, encontrei um negativo que mostrou, claramente, que a xeretinha teve problema naquela noite.

na hora em que consegui chegar perto de santana & seus bluecaps, o filme travou…

e fiz vários cliques no mesmo quadro:

captou?

creca total… mas que resultou numa imagem espetacular… e que, por muita sorte, mostra com “perfeição”

alguns componentes da banda:

da esquerda para direita: josé “chepito” areas (percussão), richard kermode (teclado), santana, armando peraza (percussão) e o ULTRA MEGA ESPETACULAR CASCA GROSSA CABELEIRA ALTÍSSIMA baixista doug rauch… e se colocar uma lupa, você encontrará os outros três que “não aparecem” (o batera original mike shrieve, o tecladista tom coster e a leNda que será desvendada no final do post)!

( :

essa tchurma, todinha, estava na bica de lançar o álbum “welcome”!

tá acompanhando? tô confuso?

muita pressão!

voltando à pesquisa para confirmar a data do show…

descobri que santana passou por são paulo, porto alegre, rio e brasília… vindo de uma tonelada de shows

em buenos aires, cali, bogotá, managua, panama city, san jose (costa rica), san salvador (el salvador), guatemala city…

e muitos no méxico!

tem noção do que era levar um circo desses a lugares como os citados, há quarenta anos?

santana & banda – a original de woodstock com luizão maia no lugar do baixista david brown que teve problemas de visto – já haviam tocado no teatro municipal do rio, em 1971! inesquecível!

voltando às infos de 1973…

fui atrás dos nomes dos integrantes da banda que vieram ao brasa e não achei nada sobre os shows daqui.

well, well, well… certamente, a mesma rapeize que circulou nos shows anteriores pelas américas, certo?

e mais, a mesma tchurma que gravou o álbum triplo “lotus”… no japão, três meses antes.

pois bem, exatamente nesse ponto, a porca começou a torcer o rabo…

já que a escalação do conjunto de santana (como está no ticket) apresentava, como vocalista, simplesmente:

LEON THOMAS

hahaha… parem as máquinas… caraca, leon thomas veio ao brasil com santana, em 1973?

PQParille… pirei, arrumei uma lupa nova, limpei os negativos… climão “BLOW UP”!

escaneia ali, recupera daqui, fotoshopeia, treme, sua muito… e as imagens foram nascendo:

CARACA… mamãe… armando peraza (LENNNNNNNDA cubana) e LEON THOMAS no palco do maracanãzinho.

e eu NUNCA tinha visto essa foto! NUNCA!

liguei para uns doidos que poderiam ter ido ao show para saber/confirmar a presença de leon… ninguém lembrava de paul newman… hahaha!

o fato é que leon thomas pra mim, naquela época, não significava nada de especial… era, simplesmente, um cantor desconhecido com santana…

que informa em seu site que trabalharam together apenas em 1973.

mas o mundo girou, a lusitana rodopiou… felizmente!

a sensação que tive é parecida com a que você teria se, naquela banda desconhecida que tocou na sua cidade – em 2002 – você descobrisse, hoje, um jack white na formação… manja?

voltando aos negativos…

fuça daqui, fuça dali… encotrei uma foto tirada em frente ao leme palace hotel de josé “chepito” areas, membro original do santana, conversando com um cara alto, negão, sorridente… pensei eu com meus botões:

– PQParille, será que é leon?

segura:

HAHAHA… não acreditei nos meus zoinho!

imediatamente, liguei para eduardo motta do brasil contando a História e mandei a foto…

ed subiu pelas paredes e disse que jamais soube da visita do parceiro de pharoah sanders!

adivinha qual o playlist que acabou de subir no rdio

cheers

( :

SOUL!

http://www.youtube.com/watch?v=dLDalZ4-53g&feature=related

vamos combinar, hein?

cacetada, baixou um treco fooooorte em cima destes caboclos!

é muita pressão no turbo… procede?

( :

e o mais doido de tudo é percebermos que ao final da música, tudo parece ter sido normal.

tipo – a banda sai do palco, outros entram (com cara de quem estava lendo jornal), a platéia aplaude…

tudo normalzinho… segundos após uma das mais devastadoras apresentações que o planeta já testemunhou!

fueda! hahaha…

moral da História: prestenção que, de repente, você pode cruzar com algo “sobrenatural”… e nem se tocar!

( :