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festival herzog enviado pela tatiana…

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A Caixa Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 12 a 23 de dezembro, a Mostra HERZOG – ALÉM DAS MARGENS, uma das maiores já realizadas no Brasil do cineasta germânico Werner Herzog, um dos expoentes do movimento do Novo Cinema Alemão, que congrega nomes como Werner Fassbinder, Margarethe von Trotta, Volker Schlöndorff, Wim Wenders, entre outros.
Na programação, filmes de ficção e documentários. Foram selecionadas as produções mais emblemáticas e significativas da carreira de Herzog.
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Dia 16/12 – Sábado

Tema: O ser humano e além das margens do documentário

11h: Masterclass com o pesquisador e crítico de cinema Carlos Alberto Mattos: HERZOG, ROMÂNTICO E APOCALÍPTICO (120 min, 14 anos)

14h: Encontrando Gorbachev (2018, 90m) 14 anos

16h: Nômade: seguindo os Passos de Bruce Chatwin (2019, 85m) 14 anos

 

Dia 17/12 – Domingo

Tema: O ser humano além das margens de seus monstros

13h15: Woyzeck (1979, 80m) 16 anos

15h: Nosferatu: O Vampiro da Noite (1979, 107m) 16 anos

Seguido de debate com os curadores Sylvia Palma e Filippo Pitanga. (Duração debate 50 min)

 

Dia 19/12 – Terça-Feira

Tema: O ser humano além das margens da memória

13h30: Meu Inimigo Favorito (1999, 95m) 14 anos

15h30: Coração de Cristal (1976, 94m) 14 anos

17h30: Stroszek (1977, 115m) 14 anos

 

Dia 20/12 – Quarta-Feira

Tema: O ser Humano além das margens da conectividade

14h: Onde sonham as formigas verdes (1984, 100m) 14 anos

16h: Os delírios do mundo conectado (2016, 98m) 12 anos

18h: Uma História de Família (2019, 89m) 14 anos

 

Dia 21/12 – Quinta-Feira

Tema: O ser humano além das margens do capital e seus vícios

13h30: Invencível (2001, 133m) 14 anos

16h05: Meu filho, olha o que fizeste! (2009, 91m) 14 anos

17h50: Vício Frenético (2009, 122m) 18 anos

 

Dia 22/12 – Sexta-Feira

Tema: O ser humano além das margens dos sentidos

13h30: SESSÃO DE CURTAS-METRAGENS (77minutos ao todo):

La Soufriere (1977, 30m) + De um segundo para o próximo (2013, 34m) + Últimas Palavras (1968, 13m) – 14 anos ENTRADA GRATUITA

 

Dia 23/12 – Sábado

11h: Masterclass com o crítico Marcelo Janot: HERZOG, UMA FORÇA DA NATUREZA (60min 14 anos)

Tema: O ser humano além das margens da Guerra

14h: Sinais de Vida (1968, 90m) 12 anos

16h: O País do silêncio e da escuridão (1971, 85m) 14 anos

18h: Aguirre, A Cólera dos Deuses (1972, 95m) 16 anos

Sessão com recurso de acessibilidade: legenda descritiva. Entrada gratuita.

aguirre…

WALTER SALLES

São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

Os fantasmas de Fitzcarraldo e Aguirre

Iquitos, Amazônia peruana. Antigos prédios coloniais caindo aos pedaços. Cidades-satélites construídas sobre palafitas, invadindo o rio. Dezenas e dezenas de mototáxis avançando nas ruas esburacadas com um zumbido metálico. Um suor constante nos corpos e nos rostos.
Como Manaus, Iquitos viveu o seu apogeu durante o ciclo da borracha. Depois veio o período da extração da madeira e, mais recentemente, o tráfico de drogas também passou por aqui. Não mais. Há dois anos, chegaram os norte americanos do D.E.A., departamento antidrogas. O tráfico emigrou para a cordilheira ou procurou refúgio na direção de Letícia, fronteira com a Venezuela e o Brasil.
Estou aqui para escolher locações para um filme, mas outros dois não me saem da cabeça: “Aguirre, a cólera dos deuses” e “Fitzcarraldo”, ambos dirigidos por Werner Herzog. Foi ao redor de Iquitos que o diretor alemão rodou esses filmes. Foi também por aqui que ele quase morreu antes das filmagens de “Aguirre”. Teve a intuição de não entrar em um avião que ia trazê-lo de Lima a Iquitos. O avião espatifou-se. Herzog salvou-se.
Esse acontecimento não é um fato isolado na vida de Herzog. Na época em que ele fez “Aguirre” e “Fitzcarraldo”, havia uma qualidade quase messiânica, uma fé inquebrantável a movê-lo, que podem agora ser conferidas por todos aqueles que se interessam pela sua obra. “Aguirre” e “Fitzcarraldo” saíram há pouco em DVD, com uma reveladora faixa de comentários do diretor. Um documentário sobre a relação fratricida entre ele e seu ator-fetiche Klaus Kinski, intitulado “Meu Melhor Inimigo”, completa o quadro.
Kinski está extraordinário em “Aguirre”. O filme narra o caos que se instala no seio de uma das primeiras expedições espanholas que partiram à procura do mito de Eldorado no Amazonas. Malgrado todas as dificuldades de um filme de época e os obstáculos logísticos que Herzog teve de enfrentar, “Aguirre” foi filmado em poucas semanas por uma equipe de nove pessoas… e 450 figurantes. Herzog conta que tudo que poderia fazer parar a filmagem, como a enchente que carregou as balsas cenográficas, era incorporado à matéria fílmica. O resultado é uma obra orgânica, essencial. Revisto hoje, “Aguirre” permanece radicalmente moderno.
A câmera urgente está quase sempre na mão, perto dos personagens, mas há também momentos voluntariamente estetizados. Essa escolha arriscada dá surpreendentemente certo, e a síntese entre o documental e o teatral tem uma força raramente vista no cinema. Poucos filmes falam da ganância e da loucura humana de forma tão arrebatadora e convincente.
A possibilidade de rever “Fitzcarraldo” também projeta luz sobre um filme que foi muitas vezes acusado de ser tão demente, na sua feitura, quanto o personagem que enfoca. Fitzcarraldo foi um aventureiro europeu que chegou à Amazônia à procura de borracha e de riqueza fácil. Autocrático, tido por muitos como escravagista, Fitzcarraldo também alimentava o sonho de trazer a ópera até aquela última fronteira.
“Fitzcarraldo”, o filme, foi uma experiência de rodagem tão traumática quanto “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola. Um outro documentário, “Burden of Dreams”, revela a insanidade do projeto, que se prolongou durante quase um ano. Como tudo que acontece por trás das câmeras acaba permeando o negativo do filme, essa loucura acaba passando para a tela.
E ficando, mas não só no cinema. Subindo o rio Amazonas, entre Iquitos e a colônia Santa Izabel, encontramos os restos do barco no qual foi filmado “Fitzcarraldo”. O casco está adernado sobre uma das margens do rio, tomado pela ferrugem. O motor foi retirado ou roubado. Subimos a bordo. As cabines, o posto de comando, tudo decomposto pelo tempo.
No meio da abordagem, o tempo subitamente começou a virar. Um vento varreu o Amazonas, nuvens surgiram do nada, e uma tempestade se abateu sobre nós. Pulamos para o barco que havia nos trazido ali e, no meio de uma chuva torrencial, voltamos a Iquitos. Olhamos para trás e vimos a velha carcaça pela última vez, até que ela foi lentamente engolfada pela cortina de água. Ainda ouvimos durante algum tempo o ranger do velho barco, que ecoava como um grito agônico de Klaus Kinski.

abraço de urso!

ontem, dei um chego em são jujuba com ®esistro, listradinho, responsável pelas artes do roNca.

ele sempre desejou conhecer o estádio… e, finalmente, lá fomos nós ver vasco X coritiba… de busão!

ou seja, não faltou tempo para colocar a conversa em dia…

e ele falar deste filme que eu desconhecia:

http://www.youtube.com/watch?v=ogYDUmIigw0

de 2005!

aí, as pontas vão se juntando… e acabo descobrindo que a trilha foi criada por RICHARD THOMPSON…

http://www.youtube.com/watch?v=4BqEM5J8Hgw&feature=related

a trilha, também, conta com a participação de jim o’rourke!

que noite mais proveitosa!

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