“Olá Mauricio e Nandão! Acabei de ouvir o #553. Só mesmo o Ronquinha e George Michael me fariam ver algo na Netflix (tenho uma participação clandestina numa outra assinatura que nunca vejo!). Eu vi os dois shows que ele fez no Maracanã. Na sexta, o primeiro, eu paguei o ingresso. No segundo, o domingo, para minha total felicidade, meu primo me arranjou um 0800. Eu dei um perdido no trabalho e cheguei ao meio dia na sexta, ficando colado na frente do palco. Quando ele entra com “Papa Was a Rolling Stone” foi uma perplexidade total. Nunca pulei e gritei tanto como nesses dois shows. Pelo repertório e a performance. No final, fiquei sentado no chão do Maracanã, tentando absorver tudo o que eu tinha visto e ouvido. A mesma emoção que senti quando terminei de ver o inesquecível show do “Queen”, vendo e ouvindo Freddie Mercury arrebatar aquelas não sei quantas mil pessoas que esperaram o dia inteiro debaixo de chuva e pisando na lama até uma hora da madrugada quando ouvimos os primeiros acordes.
Ele morreu no mesmo ano que minha mãe, 2016. Apesar de não gostar muito de músicas inglesas, só alguns clássicos como Sinatra, ela adorava George Michael e sempre batia no meu quarto pedindo que aumentasse o som quando ouvia “Freedom”. Na fase final da doença neurológica degenerativa que se abateu sobre o corpo e a mente dela, minha mãe ainda tinha alguns fragmentos de uma quase lucidez e integração com o mundo a sua volta. Num desses momentos, numa noite, estávamos só eu e ela na sala, coloquei o dvd com o show que ele fez em Londres na comemoração dos 25 anos (um showzaço!) e ela só permitiu que eu a levasse para o quarto quando o show terminou. Tentava algumas vezes e ela sempre apontava para a tela e só se levantou quando ele terminou de cantar.
Tem um outro documentário chamado “A DIFFERENT STORY”, sobre a carreira solo dele que inclui depoimentos de quase todo mundo, o Andrew inclusive. O Festival do Rio exibiu numa única sessão à meia noite em 2005 e recentemente eu encontrei no youtube.
Grande Abraço!”
Claudio