Todos os posts de mauval
sambalaNço…
Música e anonimato
O livro sobre sambalanço, de Tárik de Souza, presta tributo importante a músicos anônimos
Qualquer um que goste de música brasileira e tenha crescido durante os anos 1970 e 1980 teve um farto cardápio de leituras sobre o tema. Seja na imprensa, seja em livros ou revistas especializadas, a ampla produção do período veio acompanhada de uma intensa escrita crítica. Jornalistas, pesquisadores, historiadores, sociólogos e outros profissionais pontuavam semanalmente lançamentos ou iluminavam períodos anteriores dessa história. Tudo isso em uma variedade de publicações para diferentes gostos ou coleções que circulavam em bancas de jornais.
Entre esses escritores, alguns nomes ganham destaque. Um deles é Tárik de Souza. Formado nas redações em época de pesquisadores obsessivos como José Ramos Tinhorão, o jovem crítico percorreu inúmeros veículos, sempre escrevendo sobre a música não só da memória — tendência corrente no final dos anos 1960 —, mas principalmente do seu tempo. Através da sua participação na coleção “História da Música Popular Brasileira”, série de fascículos editados pela Abril em diferentes momentos da década de 1970, Tárik marca seu lugar entre leitores de diferentes idades. A coleção, fundamental para a iniciação de gerações (a minha, por exemplo), era importante pela fartura de informações, imagens e textos esclarecedores. O time que trabalhou ao lado de Tárik na escrita dos fascículos (cujos nomes foram de Dalva de Oliveira e Nelson Cavaquinho até Amado Batista e Luiz Melodia) dá uma ideia do seu valor: o já citado Tinhorão, José Lino Grünewald, Rogério Duprat, Ezequiel Neves, Aracy de Almeida, Augusto de Campos, Zuza Homem de Mello e muitos outros. A lista é imensa.
O fascinante da escrita dedicada à música popular brasileira — ou à música feita no Brasil, para ampliar esse escopo — é a quantidade de temas e personagens que ainda não foram, nem de longe, aprofundados. O segmento editorial que se dedica a tais livros é substancial entre nós, mas não chega perto, por exemplo, do seu correspondente norte-americano. Apesar disso, livros sobre música brasileira costumam virar entre nós best-sellers ao longo dos tempos. O fato é que a maioria dos títulos lançados com frequência sobre o tema geralmente são dedicados ao gênero da biografia (muitos deles excelentes) ou de memórias (sejam autobiográficas, sejam registros esparsos de momentos de alguma carreira ou movimento importante).
Essa conexão entre a música e a vida é um sintoma da nossa relação com a canção popular e seus cantores históricos. Em maior grau, nos conectamos com a voz, aqueles que cantam e encarnam em um corpo a história das letras, das melodias e das harmonias que formam o bloco sonoro completo. Os ídolos são vozes que galvanizam nações e emoções. O fato é que essa perspectiva pessoal, biográfica e performática da canção — quem canta é a obra — contribui para nossa história da música colada na história de vidas e, simultaneamente, provoca apagamentos importantes ao longo de mais de um século de produção sonora no país. Por exemplo, os músicos de estúdio. Mal sabemos quem são. São centenas de anônimos cujas vidas dedicadas aos seus instrumentos os colocaram a serviço dessas vozes e dessas canções. Pessoas cujos nomes não conhecemos, mas cujos sons marcam nossos corpos e mentes.
É nessa brecha do apagamento que volto a Tárik de Souza. Seu novo livro “Sambalanço, a bossa que dança — Um mosaico” (Kuarup), ao mesmo tempo em que apresenta essas histórias ainda não contadas para além das biografias de grandes nomes ou de grandes movimentos musicais, também presta um tributo importante aos anônimos de um período fundamental da nossa invenção sonora. Estruturado como uma espécie de minienciclopédia, o trabalho é dividido por um ensaio sobre o tema, entrevistas, verbetes e discografia. Ali, Tárik colabora definitivamente para futuros interessados nesse momento histórico.
A principal contribuição do livro, portanto, vem através do registro de uma série de músicos e histórias cujos nomes não rompem jamais o circuito interno de quem viveu o dia a dia de estúdios e shows. Agora, podemos saber das invenções rítmicas do baterista Jadir de Castro, da trajetória de um percussionista como Rubens Bassini, da parceria explosiva e inventiva selada entre Elza Soares e o maestro Nelsinho (mais um dos “anônimos”, aliás, falta entre nós essa história dos maestros e orquestras de rádios e gravadoras) em discos como “Se acaso você chegasse” (Odeon 1960), da ascensão fulminante do Solovox, piano elétrico de som marcante, dentre músicos que tocavam nas boates de Copacabana, ou da existência de uma série de gravadoras obscuras como Sideral, Musidisc, Pawal ou Equipe.
Em “Sambalanço”, Tárik nos faz entender um período paralelo à bossa nova, com artistas de forte marca popular. Talvez seja por isso que seus músicos e discos tenham virado uma espécie de subterrâneo da história da MPB durante os anos 1960. E eis por que louvo aqui esse pesquisador incansável e sua proeza de registrá-la.
Fred Coelho / DAQUI
a bula do #217…
carne doce – “sombra”
robert gordon & link wray – “summertime blues”
robert gordon & link wray – “red hot”
james booker – “make a better world”
alceu valença – “saudade de pernambuco”
alceu valença – “cana caiana”
tower of power – “so much oil in the ground”
the melodians – “sweet sensation” (7″)
animal collective – “floridada”
CAN – “paperhouse”
CAN – “mushroom”
the fall – “i am damo suzuki”
the fall – “mansion”
la tromba – “calaba calabao”
mahmundi – “desaguar”
miles davis – “spanish key”
john martyn – “don’t want to know”
carne doce – “amiga”
josé mauro – “canção da casa iluminada”
the bass, o carNe & o cariNho…
Assunto: Saudações!“Salve, Mau Val!
Aqui quem fala é Aderson Maia, baixista do Carne Doce, tudo certo? Espero que sim!
Estou aqui ouvindo o Ronca Ronca 217, tá bacana demais o programa!
Aproveito para agradecer sua presença no show de sábado, fico feliz que tenha comparecido, foi um momento mágico para nós. Obrigado!
Ah sim, obrigado pelo compacto também, já foi devidamente ouvido e acomodado em minha coleção.
Satisfação imensa conhecê-lo pessoalmente. Grande abraço e até breve!”
Aderson
o #217, no ar, NOW, em altíssimas trepidações…
o #217, às 22h, hoje, aqui mesmo…
começar informando que o roNca de hoje será palco da mais “extrovertida-feliz-falante-estrogonófica” presença de shogun no programa… em todos os tempos.
acredite!
+ the melodians, animal collective, alceu valença, CAN, john martin, james booker, tower of power, la tromba, carne doce, the fall, robert gordon & link wray, mahmundi…
& o diabo A4
elba, o loiro liNdo, o roNca & as delícias…
Assunto: Amamos Ronca Ronca♥
“Olá meus queridíssimos Mauricio e Shogun como vão vocês?
Meu nome é Elba, sou da belíssima Minas Gerais e fico de cabeleira altíssima escutando Ronca Ronca na companhia do meu garoto loiro lindo, namorado e amigo que não sai da toca, ele me apresentou o programa em 2014 e desde então estamos juntos como ouvintes deste programa que nos faz ter sintonia só com o lado bom da música e da arte, porque sabemos que vamos sempre escutar algo de qualidade e rir bastante a cada vinheta.
Em alguns momentos escutamos o programa quando estamos a cozinhar e isso faz com que tudo fique mais gostoso. E o mais legal é que sempre no fim do programa é que vamos nos deliciar com nosso gostoso prato culinário, não somos especialistas, mas acredito que com o amor e os ouvidos colados no Ronca Ronca uma magia acontece e fica tudo muito bom. Estou relatando este momento, porque ele já é uma rotina gostosa em nossas vidas e como sei que meu garoto loiro londo não sairá da toca meeesmo, resolvi eu mesma sair um pouco dela e enviar este e-mail para vocês já que não temos redes sociais e precisávamos agradecer ao programa por todos estes momentos que vivemos e estamos a viver escutando vocês. Até dá para curtir o lado bom das redes de comunicação e o Ronca Ronca é prova disso em nossas vidas!
Obrigada, obrigada e obrigada
Não querendo abusar, mas já abusando, gostaria de pedir para tocar nossa música como casal em homenagem aos nossos momentos de cabeleira altíssima:
“Here Comes Your Man”, Pixies
E como presente segue uma foto de um dos pratos que estávamos preparando escutando vocês…”
♥Amamos Ronca Ronca ♥
######
N.R: como o prato não podia esfriar, resolvi colocar esta inoxidável mensagem no ar assim que chegou… o pixies fica pro #218
a fuNção (ou uma das)…
Assunto: A segunda remessa“Fala Maurição,pow, tenho ouvido com mais atencão o The Doors desde essas duas últimas edicões que vcs deram bastante atencão a eles… muito bom. Queria ressaltar também que no #215 além todo o carinho com a audiência e a moral q vc deu pro cd do Peter Doherty, eu tinha descoberto o Michael Kiwanuka no final de dezembro e tinha gostado bastante e vcs tocaram ele naquela edicão tão especial. Ficou show.Se liga, fica de olho ai na caixa de correio que em breve vai estar chegando a segunda remessa nórdica haha.Abração!”Gustavo.—
“Quem já botou pra rachar
Aprendeu, que é do outro lado
Do lado de lá do lado
Que é lá do lado de lá” (Caetano Veloso)
