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#104 e o “especial”…

estou pensando fazer um roNca roNca especial sobre the basement tapes!

duas horas contando a História, batendo papo com quem vive no porão… e tocando as pepitas.

tipo mesa de botequim com vários convidados e serviço de “comes & bebes” by shogun… que tal?

será mais um especial na fila como tantas outras promessas? êita!

anyway, anyhow, anywhere… a idéia está fluindo!!!

segura “janeliNha & bula” do #104…

rubinho jacobina – “segue esculachando”

julio rizzo & pata de elefante – “mas será que não entra?”

grease band – “let it be gone”

wings & denny laine – “go now” (ao vivo)

wings – “let them in” (ao vivo)

the gladiators – “roots natty”

ruído/mm – “cromaqui”

apanhador só – “salão de festas” (7″)

orchestre poly rythmo  de cotonou – “zizi”

tulipa ruiz & bnegão – “aqui” (7″)

bob dylan & the band – “apple suckling tree”

bob dylan & the band – “million dollar bash”

SereS – “baratas e vinis”

wire – “reuters”

john callaghan – “once more with feeling”

elis regina & tom jobim – “águas de março”

king crimson – “21st century schizoid man”

clementina de jesus – “na linha do mar”

black out – “maria escandalosa”

the jayhawks – “settled down like rain”

leif’s – “fobus in totum” (7″)

rubinho jacobina – “calma”

negativos & positivos (132) [bobby keys]…

acabei de saber – são 16h – da subida de bobby keys (aos setenta aninhos)…

extraordinário saxofonista que incendiou algumas de nossas canções inesquecíveis.

muito além do talendo de instrumentista, bobby era o tipo de amigo que, nas horas pesadas, sempre estava ao lado…

enquanto todos os outros haviam picado a mula, manja?

pergunta ao keith!

bobby forévis!

bobby keys (na banda de joe cocker)  /  maracanãzinho (rio de janeiro)  /  agosto1977

as fitas, hoje, no #104…

às 21h, na oi fm web!

que felicidade, que satisfação a gente poder falar de música sem precisar tocar… a música.

tô travadão na explicação?

resumindo (afinadão aos posts ali embaixo)…

há tempos comentamos como é desnecessário ficar tocando sons desgarrados de suas origens e conexões.

volta e meia é ouvido no jumboteKo:

“não venho aqui pra ficar tocando musiquinha”

tá lembrando?

de como é brutal ver os sons amontoados na mesma gaveta, qualquer gaveta… música por música, “abandonadas”.

talvez, nesse contexto, o valoroso canal bis (120 na NET) tenha colocado uma chamada de bruno & marrone

tão logo a produção de macca encerrou – “na marra”, o tempo combinado já havia terminado – a transmissão (LIVE) do show de macca, terça feira passada.

mamãe… bruno & marrone!

mas é assim que os likes se multiplicam, infelizmente (para nós)…

é assim que os números seguem fazendo “sentido”, tendo “importância” pra grande maioria.

entender os sons? saber que eles têm vida própria? que fazem a gente crescer?

hahaha… esquece!

voltando ao #104…

um dos destaque de logo mais é a nova edição do MEGA clássico “the basemente tapes”!

o artefato, registrado em 1967, segue inoxidavelmente nos ensinando como ouvir música, como compreender – ou tentar –

o processo criativo de gente como dylan e o the band.

mas não é, exclusivamente, através do roNca que você vai conhecer esses sons.

nós, simplesmente, seguiremos com a lanterna sobre as fitas do porão.

simples assim!

+

“baratas e vinis” (novíssima do SereS), “segue esculachando” (novíssima de rubinho jacobina),

antiquíssimo 7″ do leif’s, clementina de jesus, the jayhawks, wire, poly-rythmo de cotonou,

wings, black out, pata de elefante… & o diabo A4!

K7 estocado?

na moldura…

Assunto: Sobre o texto da Nathali Macedo, Paulinho e Bill Wyman no baixo
“Oi Mauricio, beleza?

Acabei de ler o texto da Nathali Macedo. Vou imprimir e colar na parede. Muito bom!
A programação segue matadora desde o #100. E até coube um Paul Mcartney! coisa linda!
Fui ver o Paul em São Paulo na quarta feira. Fui com meu pai que tem mais ou menos a idade dele. Pra gente foi emocionante. Nos encontramos com os discos lá de casa. Lindo mesmo!
Mas a banda é meio semgraçona mesmo, com irmão gêmeo do Edgar Scandurra nos teclados. Fiquei curioso em imaginar o Bill Wyman no baixo. Gostaria de saber mais da carreira musical dele, dentro e fora dos Stones. Não vou pesquisar no Google antes de você contar e tocar alguma coisa dele. Fica meu pedido.
Abração
Rodrigo

® mandou pra gente (ou a “geração sabe-tudo”)…

“Funcionava mais ou menos assim: seus pais diziam que estava errado, você colocava na balança, usava o filtro da razão, e formava a sua opinião. Mas você sempre ouvia.

Quando a sua avó dizia que chá de boldo servia pra dor de barriga, você não pesquisava no Google pra ver o embasamento científico daquilo – até porque, na época a qual me refiro, não havia Google. Você bebia o chá de boldo pra ver se funcionava.

E não se tratava de ignorância, síndrome da tia velha ou nada parecido. Era respeito à experiência de vida do outro. Era o cultivo da arte de saber ouvir. Era a ideia de que o outro sempre tem algo pra te ensinar, e que tuas verdades nunca são absolutas.

Hoje, na geração das selfies, likes e seguidores, a coisa tá diferente. Todas as pessoas são absolutas e autossuficientes porque seus posts têm não-sei-quantos likes. Porque entendem sobre um monte de coisas que pesquisaram no Google.

Hoje, quem viu um documentário sobre ditadura militar acha que pode falar de igual pra igual com quem viveu a ditadura militar. O jovem lê o “Manifesto Comunista” e já se considera absoluto entendedor da obra de Karl Marx. Fazem download de meia dúzia de discos na internet e já se consideram grandes críticos musicais.

Toda sabedoria emanada da experiência de vida é careta e absolutamente duvidosa se o Google diz o contrário. Receitas de avó são ignoradas porque não são comprovadas cientificamente.

Criamos um exército de pessoas que sabem absolutamente tudo sobre qualquer coisa. Que estão tão cegas em serem vistas, e admiradas, e ouvidas, e seguidas, e likadas, que deixam de ouvir, de absorver, de crescer.

Estão tão concentradas na própria sabedoria – insuficiente, na maioria das vezes – que ignoram a sabedoria presente em cada coisa à sua volta. Que gastam um monte de minutos de suas vidas tirando selfies enquanto há um mundo inteiro e belíssimo a ser admirado, visto, fotografado. Mas o eu grita alto.

Quando desviamos o foco de nós mesmos, nos abstemos de ser reis de nossas próprias verdades e aprendemos a ouvir o outro, tornamo-nos cada vez mais conscientes do nosso papel no mundo.

Quando nos permitimos enxergar as coisas sob outro ponto de vista – o ponto de vista de outra pessoa – e valorizamos as lições que cada ser humano tem para nos ensinar, ganhamos muito mais do que alguma maturidade: cultivamos a humildade sensata que é a grande propulsora de nosso crescimento pessoal.

Quando tiramos a venda do excesso de autoconfiança e trocamos a inteligência descartável pela sabedoria da experiência, temos a oportunidade única de chegar onde de outro modo jamais chegaríamos: na melhor versão de nós mesmos.”

Nathali Macedo