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dúvidas sobre a copinha do blatter…

são muitos os questionamentos/teorias (“momentos batatada”) que chegam diariamente sobre o torneio.

vou colocar no ar alguns deles para que você reflita:

– você tem dois ingressos comprados, via FIFA (ARGH!), mas seu irmão ficou doente e não pode comparecer ao jogo.

caso você queira vender o ingresso na porta do estádio (logística jurássica) a SS da FIFA irá jogá-lo aos leões?

– como a deleção uruguaia não expulsou a chutes& pontapés a SS da FIFA ao proibir que luisito

almoçasse na concentração celeste?

– ainda bem que a holanda passou, caso contrário, a copinha teria a importância da taça guanabara!

– qual a função do murtosa (essa é bem antiga mas tá valendo)?

– putin vem mesmo pra festa dia 11julho?

– em que nível na “escala de elasticidade anal” foi a trincada sentida por determinada senhora em brasília quando

o chute chileno explodiu na trave brazukinha, ao final da prorrogação? (by ferrare)

– a pachecada também vaiará o hino colombiano?

– onde posso anunciar minha caixinha de lenços de papel durante as transmissões da copa?

oliNda’s calling…

“E aí Maurício, belezuríssima?

Primeiro, é sempre uma lisonja ter as tolices que escrevo publicadas no tico.
Segundo (motivada pelo post  “é tudo verdade”), se possível, que fosse publicado  o link:https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=yUDZvUjkjzE#t=29
O link mostra a forma, no mínimo arbitrária, da reintegração de posse do Cais José Estelita que está acontecendo neste momento e como, infelizmente, essas barbáries dialogam.

Pessoas estão sendo presas aleatoriamente apenas por ocupar o local. Todas as vias de acesso ao local foram fechadas (só se consegue chegar aquele lugar ermo a pé). Imprensa que não a “oficial” não entra e a polícia se nega a falar para qual delegacia os “meliantes” estão sendo encaminhados. Advogado entrar na ocupação para garantir a integridade dos manifestantes? Ra ra ra…

Recife a cada dia está mais irrespirável, em todos os sentidos. Como o Brasil (guardadas as devidas proporções, obviamente) em 70.

Beijinhos, bye bye.”
W.

(OliNda)

Ps: falei, falei e falei mas não falei do que se trata. Acho que esse artigo é bem melhor do que uma explicação minha. Lá vai: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Ocupe-Estelita-o-movimento-de-uma-cidade-contra-as-empreiteiras/4/31086

o brasil que mata os brasileiros…

às vésperas da copa do mundo cão:

(oglobo.com)

RIO — Foi identificado como Luiz Cláudio Marigo, de 63 anos, o homem que morreu na tarde desta segunda-feira, provavelmente vítima de infarto dentro de um ônibus em frente ao Instituto Nacional de Cardiologia (INC), na Rua das Laranjeiras, na Zona Sul. Marigo agonizou por cerca de uma hora diante da unidade de saúde — que está em greve e não tem atendimento de emergência. Nesse tempo, contaram testemunhas, passageiros buscaram socorro no hospital, mas nenhum médico do instituto o atendeu. O fotógrafo se notabilizou por trabalhos para a Revista Geográfica Universal, e para os álbuns do Chocolate Surpresa

A mulher de Luiz Cláudio, Cecília Marigo, contou que tinha passado em frente ao INC por volta das 12h50m, no momento em que o marido passara mal. Viu a confusão, mas não ligou. Como o fotógrafo não tinha celular, não conseguia contato. Até que filho do casal reconheceu o pai numa fotografia divulgada pelo site do GLOBO. Quando possivelmente sofreu o infarto, Luiz Cláudio voltava para casa, na Rua General Glicério, depois de uma corrida no Aterro do Flamengo.

— O hospital não estava querendo atendê-lo porque não tem emergência e estava em greve. Uma ambulância do Samu chegou lá e podia tê-lo salvado a tempo. Se tivesse sido atendido 20 minutos antes, talvez tivesse sido salvo — lamentou a viúva Cecília Marigo. — Ele nunca teve problemas cardíacos, foi uma surpresa.

Luiz Cláudio Marigo será sepultado nesta terça-feira, no cemitério São João Batista.

O motorista do ônibus, Amarildo Gomes, contou que Marigo havia embarcado no Largo do Machado, brincando com outros passageiros e conversando. Logo após, depois das 11h30m, ele passou mal, com fortes dores no peito. Como estava próximo ao Instituto de Cardiologia, Amarildo decidiu parar na porta do hospital. Segundo ele, passageiros desceram para pedir ajuda na unidade, mas ouviram que não havia emergência e, por isso, o homem não podia ser atendido.

— Achei aquilo um absurdo, um pouco caso com a vida humana. Podia ser qualquer um no lugar dele — lamentou Amarildo.

Os passageiros e o próprio motorista, então, chamaram o Samu. Nesse momento, uma outra ambulância, que seria de uma unidade municipal, chegou trazendo um paciente. O paramédico dessa ambulância que prestou os primeiros socorros ao homem, tirando a pulsação dele e fazendo uma massagem cardíaca. Aproximadamente 30 minutos depois de parar em frente ao hospital, conta Amarildo, a ambulância do Samu chegou. Antes de o homem morrer, os bombeiros ainda tentaram reanimá-lo por cerca de 40 minutos, mas sem sucesso, relatou o motorista.

— No total, passou cerca de uma hora entre nossa chegada e a morte do passageiro, sem que nenhum médico do hospital descesse — disse Amarildo.

Após a morte, a Polícia Militar não encontrou documento algum junto ao corpo. O homem carregava apenas uma bolsinha com chaves, moedas e R$ 42 em notas, e tinha um esparadrapo colado no braço esquerdo. Até a retirado do corpo do local, por volta das 15h30m, o homem ainda não tinha sido identificado, nem apareceram parentes dele no local. Diante da cena do homem morto em frente ao hospital, testemunhas mostraram revolta.

— Foi um absurdo que isso tenha acontecido na porta do hospital. Dá uma dor muito grande no coração por não terem feito nada — dizia a doméstica Rosimar de Deus Lima.

Em nota, o Instituto Nacional de Cardiologia informou que não houve tempo de prestar socorro ao homem que passou mal. Segundo a nota, a pessoa que o acompanhava disse que ele já apresentava dores fortes no peito quando o ônibus em que estavam parou em frente à unidade para pedir socorro.
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espumando…

Na Idade das Pedras

Zuenir Ventura (o globo)

Algumas semanas fora, e a volta a um país de cara amarrada, espumando de raiva, quebrando e depredando como se estivesse na Idade das Pedras, além das de crack. Depredar 708 ônibus em dois dias é uma proeza inédita. Em mais de 60 anos no Rio, nunca vi igual. Além de jogar pedras em ônibus, bancos, lojas e prédios públicos, a moda (nacional) é também depredar pessoas, como fizeram com a pobre senhora em Guarujá, a partir de um boato falso, num espetáculo de crueldade digno dos antigos circos romanos. Ou como duas moças, de 19 e 15 anos, fizeram em Foz do Iguaçu com uma adolescente de 13, executada igualmente a pedradas por ciúme do namorado de uma delas. Por pouco, a população não fechou o círculo da barbárie, linchando as duas criminosas, o que seria o sétimo justiçamento este ano no país. E há os que, em vez de pedras, matam atirando vasos sanitários de uma altura de 24 metros, como aconteceu num estádio em Recife. O choque é ainda maior para quem, morador da terra do Profeta Gentileza como eu, está chegando de Portugal, um país em crise, com desemprego e austeridade, mas desfrutando de uma invejável paz urbana. Parece que estamos atravessando um cumulus nimbus, aquelas nuvens que são o terror dos passageiros aéreos porque provocam turbulências capazes de derrubar o avião. Não fosse o medo de ser acusado de racismo, eu diria que a coisa tá preta. Se até Jair Rodrigues parou de sorrir.

Pelo que li, sociólogos atribuem esses vários tipos de violência à descrença nas instituições públicas, já que, segundo pesquisas, mais de 70% dos brasileiros não confiam nem nas leis, nem no Congresso, nem nos empresários, só em si mesmos. O desvio virou norma e, contrariando o princípio da democracia, em que prevalece a vontade da maioria, a minoria é quem manda agora, ou tenta mandar. Por qualquer reivindicação, um pequeno número de manifestantes pode impedir o trânsito de milhões de pessoas a caminho do trabalho ou de casa. O exemplo mais gritante foi a greve dos rodoviários cariocas, promovida por um grupo minoritário de “dissidentes”, que, derrotados na assembleia da classe, impuseram à força e contra a vontade do próprio sindicato e da Justiça a paralisação da cidade por 48 horas. Um amigo me aconselhou: “Fica calmo, porque vai piorar até a Copa.” Minha esperança é que seja um surto, e que a pouca adesão aos protestos de anteontem mude a orientação. Os próprios motoristas já pensam em usar outra estratégia: em vez do enfrentamento, as catracas livres.

Desde que Freud passou a substituir Marx nas análises da realidade, sabe-se que o meio ambiente não explica tudo. Assim, para entender o sanatório geral que é hoje o Brasil, recomenda-se chamar, além dos sociólogos, os psicanalistas.

 

haverá?

muitos levantam a possibilidade de não ter copa no brasa, daqui a poucos dias, procede?

mas, com o andar da carrocinha, talvez, seja melhor formular uma nova questão:

haverá brasil na copa?