Arquivo da categoria: futebol

o exemplo aos predadores da justiça…

vasco.santos

ainda agora (são 13h), dei uma ligada para vaguinho, o maior e mais descabelado componente da crônica esportiva no cone sul.

a pauta do papo foi saber dele a razão pela qual os gênios da justiça (?!) esportiva (?!) brasileira optaram por fazer vasco X santos, hoje, no engenhão, com portões fechados.

PQParille, só em escrever isto me dá uma vontade incontrolável de gargalhar e chorar ao mesmo tempo… enfim, o estrogonófico vaguinho – educadamente – respondeu:

– é claro que esses FDP não querem nada além de fazer merda. a preocupação deles está longe de ser algo educativo. não estão nem aí para tentar resolver essa desgraça. longe de, realmente, punir os envolvidos nos lamentáveis fatos que rolaram em são januário. porra qual a participação do estádio no que aconteceu no vasco X fla? o estádio tem culpa? são januário desabou? houve invasão do espaço reservado pra torcida do fla? por que a justiça não grampeou o eurico como responsável direto pelo fatos? por que não identificaram 90% dos que apareceram na TV fazendo merda? porra, estão todos lá com as carinhas à disposição dos que são realmente interessados em combater essa doença. mas não, como esses FDP não sabem o que fazer, seguem o caminho mais fácil e que dá a eles a máscara midiática de paladinos da justiça. cambada de imundos… e ainda puniram torcida do santos , arrancando dela o direito de vir ao rio … e, mais ainda, privaram todos os que gostam de futebol no brasil de assistir, decentemente, a um dos maiores clássicos dessa merda de país.

well, well, well, vaguinho seguiu – inoxidavelmente – no desfile de razões que justificou a maluquice dos gênios da justiça (?!) em colocar vasco X santos no engenhão sem torcida… quando, ao interromper o discurso, levantei a questão:

– mas vaguinho, se essa corja conseguisse pensar em algo positivo-moralizador-inovador e que não punisse, injustamente, o estádio e a torcida do vasco (que NADA têm a ver com a desgraceira) que tal seria se eles dessem a idéia de manter vasco X santos em são januário, EXCLUSIVAMENTE, para crianças e mulheres?

e vaguinho respondeu:

– porra, mas aí, é ser muito inteligente e criativo, coisa que está anos luz dessa gente inútil… bastaria seguir o exemplo que aconteceu na turquia com o  fenerbahce que passou pela mesma situação de violência da torcida mas a justiça de lá optou por algo totalmente moralizador e que, acima de tudo, preservou o clube e a verdadeira paixão de seus verdadeiros torcedores!

fica o exemplo pra essa quadrilha que tem como objetivo principal acabar com o futebol…

fute

são jujuba, meu amor…

geral

por Luiz Antonio Simas

Não é apenas sobre futebol. É sobre a cidade. A tragédia de ontem em São Januário é derivada de inúmeros fatores, tais como o despreparo da PM, a crise política do Vasco, a cultura da violência como elemento de sociabilidade entre membros de torcida, a construção de pertencimento a um grupo a partir do ódio ao outro (elemento marcante da relação entre Vasco e Flamengo nas últimas décadas), o esfacelamento da autoridade pública no Rio de Janeiro, etc.

Ela tem como pano de fundo, todavia, o assassinato do Maracanã. Morte matada, cruel, pensada nos gabinetes mais sórdidos do poder. Como um sujeito que tenta participar minimamente do debate público sobre a cidade, escrevi sobre isso em O Globo (Santuário Profanado, 26/12/2011) e em O Dia (A cidade era o Maracanã, 27/04/2016). Retomo aqui algumas ideias daqueles artigos.

O Maracanã talvez tenha sido a maior encarnação, ao lado das praias, de certo mito de convívio cordial, ao mesmo tempo sórdido e afetuoso, da cidade do Rio de Janeiro. O estádio foi pensado, em 1950, para ser frequentado por torcedores de todas as classes sociais, mas não de forma igualitária. Ele foi espacialmente dividido, como se cada torcedor tivesse que saber qual é a sua posição na sociedade: os mais pobres na geral, a classe média nas arquibancadas, os mais remediados nas cadeiras azuis e os mais remediados ainda em suas cadeiras cativas.

Esta fabulação de espaço democrático que era o antigo Maracanã, todavia, ainda permitia duas coisas que nos faziam acreditar em uma cidade menos injusta: a crença num modelo de coesão cordato, em que as diferenças se evidenciavam no espaço, mas se diluíam em certo imaginário de amor pelo futebol; e a possibilidade de invenção de afetos e sociabilidades dentro do que havia de mais precário. A geral – o precário provisório – acabava sendo o local em que as soluções mais inusitadas e originais sobre como torcer surgiam.

A geral era, em suma, a fresta pela qual a festa do jogo se potencializava da forma mais vigorosa: como catarse, espírito criativo, performance dramática e sociabilização no perrengue.O fim da geral, a rigor, poderia ser defensável, considerando-se a precariedade do espaço. O problema é que ele veio acompanhado de um projeto muito mais perverso: não era a geral que precisava sumir; eram os geraldinos. Na arena multiuso, interessa um público restrito, selecionado pelo potencial de consumo dentro dos estádios e pelos programas de sócios torcedores. Facilita-se assim a massificação das transmissões televisivas por canais a cabo.

O fim da geral foi, simbolicamente, o esfacelamento de um pacto de cordialidade que usou o manto do consenso para desenhar simulacros de democracia na cidade. Mas até isso já era. Prevalece agora a lógica da exclusão explícita.

Noves fora isso, a destruição do Maracanã fez parte do projeto mais amplo de assalto ao Rio de Janeiro promovido pela organização criminosa de Sérgio Cabral / Pezão e comparsas.

Eu não acredito em qualquer pacto ou em qualquer reconstrução da cidade do Rio de Janeiro – esfacelada, aniquilada, assaltada , extorquida, mediocrizada – que não passe pela devolução do Maracanã aos cariocas.

Um efeito perverso, dentre vários, que vai ser gerado pela noite triste em São Januário é o reforço do discurso dos que acham que o futebol tem que ser mesmo elitizado. Outro efeito deletério é a desqualificação de São Januário, um templo da cultura carioca e um patrimônio do Brasil que, todavia, não pode comportar clássicos.

Desculpem-me os que acham que estamos discutindo futebol ao debater o que aconteceu em São Januário e o crime cometido contra o Maracanã. Não é isso. Nós estamos discutindo a cidade e o Brasil como mínimas possibilidades de convívio digno, fraterno e inventivo entre nossas gentes.

####

infelizmente, não conheço o luiz antonio.

assim como ele aponta a morte do maracanã como causa do esfacelamento democrático no mundo da bola, ele anexa o desejo gigantesco da mídia gourmetizada, padrão FIFA, “meu barça” de implodir o estádio do CRVG.

não vou entrar aqui, evidente, em disputas clubísticas mas para entender o que estou tentando dizer, basta alargar ainda mais o texto do luiz na direção de são januário, símbolo máximo da zona norte carioca / centro da extrema democracia racial / exemplo inoxidável de convívio pacífico com os desprovidos de tudo / templo eterno da força do povo.

sempre foi muuuuito duro para a zona sul aceitar essa distância “filosófica”. imagina agora, onde  o preconceito assume proporções medievais.

ontem mesmo, ao final do jogo (num pé sujo da ZS frequentado por porteiros-flanelinhas-desempregados-traficantes de vinil), um desses signatários do desconhecimento globalizado gritava: “a culpa é da barreira do vasco” (a barreira é a favela colada a são januário).

olhei pros cornos dele e disse: “oh maluco, você já foi lá pra dizer essa merda?”

o fato é que quanto mais a sociedade (via mídia) se mostra includente, a realidade deságua em um pântano habitado pela mais fina flor da intolerância… e da barbárie.

simples assim

territorio

mais um brutal domingo medieval…

briga

esta imagem pra mim, tem a dimensão do china encarando o tanque, do engravatado terrorista com a arma pra cima na galeria de arte e de outras tantas onde o descontrole assume proporções brutais… mamãe!

caramba, o coração dói ainda mais depois das fotocas da carmela… mas as cenas de hoje, em curitiba, são pra neguinho parar e pensar que algo tem de ser feito urgentemente, drasticamente… sei lá, tipo os jogadores paralisarem o campeonato… ou então, os torcedores desgarrados das organizadas optarem, organizadamente, pela TV.

ah, tá… mas como proceder? what to do?

caramba, não sei… mas eu já começo a pensar, seriamente, em jogos de torcida única… “this is the end” (j.morrison), mas é algo concreto… PQP!

tirem as crianças da sala…

) :

relato do tricolor christiano sobre o jogo de ontem em são jujuba (ou paz total no clássico)…

flu

“Mauval, ontem ao contrário das orientações do GEPE, fomos direto para o bar Tunísia, na rua Teixeira Junior, a 500m da entrada de visitantes. Chegamos ao meio dia.

Chinelo, bermuda e camisa mocada no bolso. Meu pai usava um casaco por cima da camisa, em meio ao calor que fazia. Mas era o mesmo casaco que já assistiu vitórias sobre corinthias e santos, fora de casa. Prevaleceu a superstição.

Cerveja gelada com alguns flanelinhas, muita gente passando com a camiseta do Vasco. Ninguém parava ali por mais de 5 min. O bar ficava na rota em que a torcida do Flu passaria escoltada.

Por volta das 14:30 a PM vem na frente retirando qualquer torcedor ou bandeira que faça alusão ao adversário. O dono do bar avisa. “Amigo, vou fechar as portas senão pode começar a guerra das cervejas”.

O clima é tenso entre as duas torcidas desde fev/17, quando um amigo nosso, torcedor pacífico, foi covardemente agredido na Tijuca por membros daquela torcida organizada do vasco. Simplesmente porque estava usando uma camiseta do Flu. Pedro Scudi continua no hospital. Os agressores já foram identificados mas continuam soltos.

Como gado, vem descendo a rua 800 pessoas sendo pastoreados pela ineficaz PM do Rio. Em menos de um minuto, somos reconhecidos pelos diversos conhecidos que ali estavam. “Vocês são malucos, tão fazendo o que aí nessa esquina?”.

Camisa, fora do bolso. Casaco amarrado na cintura. Nos juntamos ao final da caminhada (foto) e chegamos ao portão 11, onde a torcida do vasco preparou uma recepção para nós. Como numa festa de debutantes, vários balões e pixacoes na cor rosa fazem alusão à má fase do Flu no fim da década de 90.

Fiquei pensando, mesmo um time que se orgulha da luta contra o racismo, se utiliza da homofobia como se isso fosse uma forma de provocação.

Alguns riem e tiram fotos. Outros se ofendem e começam a arrancar a homenagem. Triste ver como no futebol a questão da sexualidade ainda é um tabu muito forte.

Daí, pra frente tudo tranquilo. Muitos amigos, cerveja latão quente, músicas novas sendo ensaiadas para tentar emplacar na arquibancada.

Dentro do estádio, não fosse por alguns que resolveram se comportar como os animais que a PM insiste em tratar o torcedor, tudo na paz.

O bom desses jogos em que a torcida é obrigada a ficar toda em apenas um espaço, é que o canto sai em uníssono. Sou desses caras chatos que fica incentivando o outro a cantar e deixar o celular no bolso durante apenas 90min.

Dentro de campo, vitória justa do vasco que jogou mordido depois de ter levado dois 3 a 0 da gente. Segundo tempo frenético e cinco gols no total.

Pelo menos assistimos um bom jogo.

E segue o brasileiro. Mais três pontos pro Vasco. Como um vascaíno amigo meu diz, o brasileirão é o campeonato em que 20 clubes lutam pra não ser rebaixado e um acaba sendo campeão.

Abraço,”

Chrisottoni

ôxente, pedrinho! precisa responder mesmo?

“Seu trabalho no Preto e Branco destaca muito a beleza negra. E na música também. O que eu penso que devia ser a procura “normal” das pessoas que comunicam acaba sendo um olhar “diferente”. Tem uma solução pra gente, se a gente passar por essa beleza, não tem?”

vasco.hoje

(retirado do vídeo do jogo de hoje, em são jujuba)

assento574…

Assunto: São Janu

“Mauval, ingresso pro clássico garantido desde quarta feira.
Contra o anfitrião será meu segundo jogo, mas já não consigo contar nos dedos das mãos a quantidade de vezes que assisti o Flu em São Janu.
Frequentar São Januário, Moça Bonita, Giulite Coutinho, Conselho Galvão, Rua Bariri, Teixeira de Castro, é um reencontro com o futebol que nos arrancaram com o Maracanã.
Infelizmente, a ratazana que hoje comanda o vasco faz de tudo para atrapalhar o espetáculo. E com a ajuda do GEPE, diminuiu a carga de ingressos de 2000 para pouco menos de 1000 ingressos para o Flu. E estão orientando os torcedores a se concentrarem na arena maracanã para ir andando escoltado até São Januário.
Infelizmente dessa vez minha experiência vai se restringir a entrar e sair do estádio.
Que possamos ao menos assistir um bom jogo.

Abraço,”

Chris

vasco.flu

a primeira vez a gente nunca esquecerá (ou yuri forévis)…

gabi.tico2

ontem, gabirucha estreando em são jujuba… euzinho atropelado por emoções pra lá de especiais, dureza com o bahêa e permanentes lembranças do inoxidável, MEGA apimentado, fio desencapado, saudosíssimo yuri, o mais estrogonófico torcedor do esporte clube bahia, em todos os tempos.

em 2011, tivemos o prazer de passar por essa experiência mística, também em são jujuba… quando xeretinha registrou o baiano psicodélico com vaguinho (leNda) informando o resultado do embate:

yuri.tico

yuri forévis!