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violência X amor (2)

o assunto “como limpar vinil” está pegando fogo!

são muitas opiniões de como fazer o escurinho esburacado ficar lindão…

e, como em tudo, cada um tem seu jeito.

por exemplo, ed motta tem uma super máquina de lavagem que – diz ele – é insuperável.

o cidadão sequer encosta a mão no disco durante o processo.

eu prefiro do jeito oposto… quero pegar, gosto do corpo a corpo…  me molhar, esfregar, secar!

assim como, pra mim, não há nenhum problema em levar qualquer que seja o disco para tocar em festas.

eduardo não tira as pepitas de casa nem que a vaca tussa!

na boa, disco – raro ou não – existe para ser tocado, mostrado, acariciado, curtido, compartilhado… sempre com cuidado!

caso contrário, ele perde sua função principal para se transformar num arquivo… morto!

enfim, evilásio botou a colher na pauta:

“MauVal, meu rei!

Muito interessante o texto sobre o método “alternativo” de lavagem de discos do cidadao lá… Nessa minha vida “internética”, eu participo de algumas comunidades e fóruns sobre discos de vinil e som antigo/ vintage, e esse assunto (lavagem de discos) é um dos que rendem mais e geram mais polêmica. Confesso até que cheguei a cogitar o uso dessa experiência da cola em alguns discos que tenho aqui em estado crítico de conservaçao, mas mudei de idéia após ler o teu texto.

Meu método de lavagem era maomé parecido com o teu, a única diferença era que eu usava detergente neutro no lugar do sabao de coco, e com resultados excelentes. O único porém é ter que esperar o bichim secar, pra depois ouvi-lo ou guardá-lo de volta na capa.

Pois, aconteceu que, há uns dois anos atrás, fui apresentado a essa maquininha aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=8JyQRoX9rnc

A princípio, fiquei meio desconfiado quanto a eficácia da maquininha, embora, nesses mesmos fóruns, ouvia gente falando maravilhas dele. E resolvi experimentar essa maquininha eu mesmo, por minha conta e risco. E… Rapá, nao é que a geringonça funciona? Limpa mesmo,e, como a secagem é feita por sucçao (funciona junto a um aspirador de pó) nao tem o inconveniente de ter que esperar secar pra ouvir seus disquins! 😀

Mais informaçoes a respeito dela vc pode conseguir por aqui: http://www.maquinaphk.xpg.com.br/

Ah, sim: nao estou ganhando um “puto” furado pra falar essas coisas. hehehehe… Eu tenho uma dessas, e virou meu único método de lavagem.
Abraçao,”
Evilasio

vendo a Banda passar…

caramba, eu estava muito jururú, ontem, com a subida do aurélio… muito!

manja aqueles momentos de total letargia? bode dos grandes! pois é…

e os pensamentos rodopiando pra lá e prá cá… putz, não falta FDP para sair do nosso caminho…

qual a razão de levarem tanta gente bacana? pessoas que fazem falta… que inspiram, que ensinam… why? uai!

aurélio massacrava o contrabaixo… no melhor dos sentidos possíveis do massacre!

claro, dezenas de baixistas passaram pelo meu HD… por conta da ausência dele!

eu estava boladaço!

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no que eu soube da hora, me toquei que poderia estar começando algum filme na NET… êita, nem lembro o último que conferi num desses canais… mas deveria haver algo para “relaxar” no plano NET_osso que assino!

enfim, de cara, apareceu a seleção de todos os filmes que começariam às 22h: blábláblá + blábláblá + blábláblá + blábláblá… e a derradeira opção:

“O ÚLTIMO CONCERTO DE ROCK”!!!

PQParille, não acreditei!

caraca, era tudo que eu precisava naquele instante!  RICK DANKO, do the band, um dos meus três baixistas favoritos!!!

“só pode ter sido armação do aurélio”, pensei… hahaha!

o filme tem sido apresentado na NET… mas, agora, em sessão MEGA especial!

há muito tempo eu não assistia ao clássico de martin scorsese que documentou a saideira do THE BAND, em 1976…

foi como ter visto pela primeira vez… e olha que já passei por ele umas trocentas vezes!

meu zôio fez blublu por duas horas seguidas!!! que coisa!!! foi-se a caixinha de papel!!! que coisa!!!

“the last waltz” (disco e filme) foi lançado em 1978… inclusive no brasa…

esta é a fachada do falecido cinema rian, na avenida atlântica, copacabana!

a WEA, gravadora do the band, contratou meus sirviços para documentar a sessão especial de lançamento… coincidentemente, o filme que estava em cartaz era “jesus de nazaré”… e a xeretinha registrou a espetacular troca do letreiro!

hahaha… captou o caboclo com o N na mão?

e a angela rorô, passando toda pimpona… viu?

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que momento!!!

como guardo (quase) tudo, prestenção no convite para a primeira exibição:

precisa dizer o que estou ouvindo?

mamãe!

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violência X amor…

a semana começa muito violenta aqui no poleiro!

sério, na boa… acho que neguinho está pirando em proporções industriais… globalmente!

o descontrole é absoluto! desrespeito! falta de sensibilidade… inconsequência, manja?

você não precisa ver todas as cenas – de extrema ignorância e violência – basta testemunhar o início e como o “processo” acaba…

percebeu os requintes de crueldade?

notou que o ritual satânico acontece com o espetacular disco do war, intitulado “WHY CAN’T WE BE FRIENDS”?

tá vendo como tem Gente lá em cima olhando tudo?

o “zé da cola”, evidente, nem percebeu a sutileza da escolha!

assim como ignorou este míssil do disco…

o responsável pelo “discocídio” é um joselitaço… um sem noção, uma anta.

como pode alguém que quer limpar um vinil ter a coragem de submetê-lo a tão brutal sessão de tortura?

PQParille… asfixiou o coitado por quase 24 horas! emporcalhou a vítima… e, pra finalizar, arrancou a casca a sangue frio!

dá vontade de fazer a mesma coisa com o pelasaco!

o pior é que esse ato criminoso é fartamente divulgado no Utube!!!

agora, qual a razão de toda essa perversão para limpar um vinil?

cacilds, nada é mais simples – e eficiente – que uma mera lavada no pretinho com buraco no meio… nada!

volta e meia aparece alguém perguntando como dar uma guaribada num disco que não recebeu bons tratos.

well, well, well… antes de mais nada é preciso saber que o tal escurinho esburacado tem vida própria, respira…

é preciso dar a ele todas as condições de uma moradia feliz junto com a gente.

se não partir desta filosofia, a bagaça vai desandar (tipo, fugir de casa, quebrar, empenar..)!!!

portanto, basta considerar doses razoáveis de respeito, compreensão, bons tratos e… amor!

bagacinho, meu chapa, entrou para o clube… e perguntou como proceder na faxina.

respondi ao colega:

“mete a bolacha debaixo d’água corrente… passa a mão nela, carinhosamente…
pega sabão de côco, esfrega ele numa das mãos e deixa a espuma cair sobre a crionça…
deixa o sabão de lado e, de novo, passa a mão no baby… fazendo uma espuminha…
deixa a água corrente tirar, bem, o sabão… sempre, com um passar de dedos sobre o pretinho!
não se preocupe com o rótulo/selo, ele não descola… nem estraga.
depois, coloca o disco encostado para a água escorrer… quase secar..
quando tiver apenas umas bolinhas de H2O, pega uma toalha de papel e tira o excesso…
pra fechar, basta uma flanelada… sempre com muito carinho… pronto!”
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listrando…

agamenon de hoje, no globo…

mantendo a coloração…

ontem, por acaso, cruzei com minha querida amiga marcia, listradinha frenética.

já cheguei dizendo: “dá um tempo aqui na pastelaria que vou pegar uma parada para te mostrar”!

dei um chego na maloca e catei a “lembrança” que ela me enviou, em 1999…

algo que poderia ter sido esmigalhado no ato da abertura do envelope… mas como costumo guardar (quase) tudo…

a xeretinha registrou os momentos:

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marcelaNdo…

marcelo jeneci & banda estarão, hoje, no studio RJ… papo de 22:30!

mas, ontem, eles passaram pelo estúdio Oi novo som…

em transmissão ao vivo pela web (www.oinovosom.com.br)… com apresentação de nandão, the legeNd!!

cruzei os bigodes com a rapeize e click…

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desde dezembro eu não pisava o solo do que um dia foi a Oi fm…

já que deixamos o prédio no final de 2011 para ocupar

as instalações da rádio do verão, também, em ipanema!

o “arrupio” foi forte… cacilds, muitas emoções, zilhões de lembranças…

e para a pressão ficar insurpotável, o adesivo continua lá…

diga lá babulina…

dadi é uma das maiores figuraças da MPB!

começou lá atrás com os novos baianos…

é hilariante ele contando como baby consuelo o “contratou”, em pleno arpoador (praia/RJ)!!!

seguiu com seu baixo grooveando jorge ben, rita lee, barão vermelho, caetano, tribalistas, cor do som, blábláblá…

amanhã, ele inicia uma mega temporada no rio de janeiro junto com marisa monte e parte da nação zumbi!

nossa majestade acabou de completar 6.0 velinhas no bolo… com o escudo do botafogo!!!

e, claro, muitos “colegas” apareceram…

dadi está com o livro de suas andanças prontinho para ir ao forno!

lembra quando ele iluminou o programa, em março de 2008?

ao centro, cercado (esq p/ dir) por: marcelo soares (som livre), bruno maia (14filmes), lucas santtana e mauricio gouveia (sebo baratos da ribeiro)… lembra?

Lenda… simples assim!

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perguntinha no sabadão…

qual das duas “instituições” é a mais inútil?

– a guarda municipal da cidade de são sebastião

+

– os comentaristas de arbitragem

hein?

curioso na segunda categoria é que todos eles já foram devidamente escorraçados pelos atuais colegas de “profissão”…

e, hoje, estão aí tirando onda de “bons moços”… hahaha… de lascar!

o melhor…

já reparou que 2012 está descendo pelo ralo, né?

em pouco tempo, começarão a abundar listas & mais listas de melhores… e piores!

mesmo o tico não passando por tais investigações, vale a pena lembrar um dos fatos mais importantes do ano:

– a reabertura do imperator!!!

conferi o centro cultural joão nogueira / imperator na apresentação de ron carter…

e comentei a satisfação de todos que lá estiveram!

quinta feira, no show do tame impala, mais uma vez, tudo escorreu às mil maravilhas!!!

segundo relatos, 80% dos presentes sequer sabiam que o méier era algo além de um nome nas linhas de ônibus…

esta ótima acolhida pela rapaziada de todos os bairros só tende a crescer… estabelecendo o local como uma das principais opções sonoras na cidade!

e motivo de orgulho para os vizinhos!!!

muita gente estranhou que a casa não estava lotada, quinta feira… apesar dos ingressos “sold-out”.

a situação foi por conta do OK dos bombeiros que liberaram o espaço, apenas, para mil e poucas pessoas.

no que o imperator se ajustar às exigências de “saída de emergência” para um público superior, a platéia estará mais atochadinha, manja?

portanto, não se esqueça do imperator nas suas listinhas, beleza?

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lendódromo…

terça feira, cruzei bigodes com a dupla aqui de cima!

sim, lendas… monumentos da modernidade, artesãos do urderground (nada a ver com metrô, ok?), empreendedores sagazes, peças cultuadas pela mídia… enfim, duas lanternas na escuridão! sério!

pois bem, deixei o pardieiro bastante preocupado… com eles!

comigo, com você… com “nózes”, manja?

sou um otimista nato, a mão nem dói mais de tanto socar a ponta da faca…

mas “vaca de presépio”, pra mim, vira picanha rapidinho (sorry, morrissey!), manja?

é isso… esperei alguns dias para desfilar este momento p/b, aqui no tico… e escolhi a sexta feira, fim de semana adiante…

pronto… UFA, passou!

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MILtons…

que espetáculo a gente encontrar nas bancas de jornal a fina flor do cancioneiro brazuka… a bons preços e edições caprichadas!

as discografias de gil e milton estão fazendo a felicidade de muitos fissurados em sons… especiais!

cacilds, “expresso 2222”, “milagre dos peixes”, “clube da esquina”… e tantos outros monumentos!!!

semana passada, o carpinteiro veio aqui na maloca dar um jeito na mesa.

ela estava rachada ao meio desde aquele gol perdido por diego souza contra o curintcha, lembra?

não vou entrar em detalhes do “acidente”, tá?

enfim, jakinho (o carpenter… é os cornos de michael) ficou um tempão na função…

enquanto rolava no “3 em 1″…

que havia chegado, no dia, à banca da esquina… por 18 merréis!

tenho uma relação carnal com “minas” e com “geraes”… só eles, os discos, sabem o tamanho da encrenca!

o som comia solto e… jakinho martelava.

no segundo de tranquilidade, o cidadão perguntou:

– “maurição, isso é música clássica?”

na hora, eu estava prestes a engolir um tasco de pão…

e o ato foi interrompido por uma força interior que fez o objeto (o pão) voar longe! sério!

refeito do fenômeno, respondi:

– “para os padrões atuais, é quase música clássica, hahaha… mas, na época, 1975, era música popular, dessas de tocar no rádio AM”

pronto, a mesa está prontinha… aguardando um novo descarrego!

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moe!

estava eu ouvindo este disco…

quando uma revelação caiu no meu colo:

– se não fosse moe tucker, não haveria a cena indie!

ok, a palavra/expressão “indie”, atualmente, vale tanto quanto um cuspe embrulhado… mas já teve sua relevância.

tipo “roqueiro”, manja?

já chamou alguém assim?

e pagodeiro?

vai lá… tenta!

hahaha…

enfim,  se moe não tivesse passado pela formação original – a que vingou, ok? – do V.U, em 1966, nada faria sentido… ou melhor, nada teria acontecido no “indieanismo”!

Ela é o “ground zero” da bagaça… nela estão concentrados todos os fundamentos, TODOS, do universo indie.

pode olhar, pode ouvir, pode ler… MOE criou a coisa…

alguma dúvida?

tá bão, se não foi Ela… quem foi?

eu aposto em moe tucker como a grande sacerdotisa “indie”!

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loNdon2012…

sim, estivemos lá na academia londrina… em pele, osso e óculos de bernardão Bnegão! hahaha!

passei batidaço pelos jogos… nem sei ao certo a razão… mas passei longe!

vi a jamaica com bolt, uns 15 minutos da final contra o méxico… até teria visto mais… mas cruzei com momo e wado, por acaso, na padaria, bem na hora da pelada… no que neguinho disse que o méxico havia metido o primeiro gol antes do primeiro minuto, aí e que ficamos a papear… foi bem melhor!

ontem, colei na TV por duas razões – bernardão & the who!

logo de cara, o momento brasileiro começou me ganhando… renato “sorriso” mostrou ao mundo que o mais bacana na cidade maravilhosa, em 2016, sairá das ruas… e vamos combinar, sempre foi. BINGO!

marisa/villa-lobos/simonal/mautner/bernardão/jacobina (todos cariocas) + seu jorge (são gonça) + gil (salvador) embalaram o som da próxima olimpíada.

não sei se foi proposital mas o pacote soou muito mais brasileiro que carioca… captou?

BINGO, de novo!

“maracatú atômico” é clássico desde seu nascimento… passou por várias interpretações até chegar ao recife! CHICO é deus!

cacilds, recebi trocentos emails “indignados” com a inclusão da “música nordestina” na festa do rio2016!

putz… como assim, bial? onde nós estamos? hein?

“aquele abraço” – tirando a citação do tricolor aos “listradinhos”, hahaha – é uma das cinco músicas brasileiras mais poderosas, há 500 anos!

“nem vem que não tem” é a síntese do “jeitinho brazuka”, cria de um carioca… que muitos pensam ser paulista! simonal, eterno!

não preciso relembrar que a “cara” do carioca villa tem 100% do formato de nosso mapa, procede?

enfim… a “pureza carioca” (ARGH!) foi – acertadamente – deixada de lado!

a academia de ginástica, em 2016, será no rio de janeiro… ou melhor, no brasil!

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macao (2)…

ontem, por volta das 19h, ouvi o berro:

– “e aí, maurição… tô com uma parada boa pra você”!

cacilds, movimento frenético na main road, gente pra meirelles… e uma comunicação dessas! maior sujeira!

enfim, no que percebi a crionça a tragedia ficou ainda pior… putz, era o traficante!

tentei dar uma disfarçada… mas o caboclo se aproximou gritando ainda mais alto:

– “vascão, finalmente, consegui a paradinha que você procurava há um tempão”

– “êita… já sei que você vai me meter a faca”

– “pô, mas é de primeira qualidade”

– “anda desembucha”

– “o compacto do macalé, de 1970, quatro músicas, acompanhado pelo soma, zé rodrix, naná vascãocelos, alirio lima… em ótimo estado”

– “caraca, trafica… você conseguiu essa pepita?”

– “hahaha… não disse que você ia curtir?”

– “ok… e a negociação?”

– “ih, maurição… esse Ep deu trabalho viu…”

– “ihhhhhhhhhhhhhh… anda”

– “então, tá. vou quebrar essa pra você. me arruma o DVD da decisão da mercosul de 2000 que a parada é sua”

PQParille… em dez minutos o trafica estava com a virada que demos em cima do palmeiras!

e eu…

certamente, este compacto é uma das maiores raridades que (não) existem por aí!

bem melhor que ser raro ou não… é ele espelhar um dos momentos mais “cabeleira alta” da MPB.

afinal, estas quatro gravações juntam macalé ao SOMA… uma LENDA do rock brazuka…

que nesta formação, contava com alirio lima… que, anos depois, fez parte do weather report (sim, com jaco+wayne&cia!!!)

e mais: é o primeiro registro fonográfico do macao!!!

prestenção do texto do site senhorf.com.br…

Soma, mistério e raros registros na história do rock brasileiro
O grupo Soma é um dos maiores mistérios da história do rock brasileiro. Além da lenda, pouco se conhece da banda que teve o cantor Ritchie entre seus integrantes. Em disco, até pouco tempo, a única música conhecida era ‘P. F.’, do disco coletivo ‘O Banquete dos Mendigos’, gravado ao vivo, em 1974.A história da banda, na verdade, começa na Espanha, mais exatamente em Madri, no Clube Miramar, por volta de 1963/64. Ali, na onda dos Beatles, tocava um grupo chamado Los Finks, que tinha no baixo o americano Bruce Henry. Na época, Bruce era amigo de Fernando Arbex, que começou tocando rock instrumental com Los Pekenikes e depois formou o famoso Los Brincos, o melhor grupo espanhol dos anos sessenta.Dois anos depois, Bruce estava no Rio de Janeiro, estudando no Colégio Americano. Na escola, conheceu Rick Strickland Jr, outro americano, com quem formou o grupo The Out Casts. Junto com Bruce (baixo e voz) e Rick (guitarra e voz), estavam Chico Azevedo (bateria) e Gee Bee – assim está creditado no disco – (também guitarra).Com idades em torno de 16 anos e visual psicodélico, que incluia roupas coloridas, show de luzes e bateria fluorescente, The Out Casts fez um certo sucesso na cena carioca de garagem. O grupo apresentava-se em clubes como Boliche 300 e Paissandu e também na televisão. Em 1967, abriram show para Roberto Carlos, no pavilhão do São Cristóvão, no Rio de Janeiro.Totalmente obscuro, o grupo gravou um álbum chamado ‘My Generation’, em 1967. No repertório, composições originais e covers para clássicos dos The Who, The Rolling Stones e Bob Dylan, entre outros. O disco foi lançado pelo desconhecido selo ELPA, que vinha a ser uma espécie de tentativa do Elenco – de Aloysio de Oliveira, especializado em bossa nova – de criar um braço pop. Além do álbum, ainda foi lançado um compacto com ‘My Generation’ (The Who), que abre o LP.

O grupo acabou em 1968, deixando um segundo disco gravado, mas que nunca foi editado, devido a falência do selo. Um ano após, Bruce Henry já havia formado o grupo Soma, enquanto Chico Azevedo passou a tocar com Gilberto Gil e outros músicos e Rick Strickland Jr. abandonou a música.

Soma, estréia em 1969

Ao contrário do que muita gente pensa, o Soma, portanto, não começou em meados dos anos setenta. O grupo nasceu em 1969, formado por Bruce Henry (baixo e voz), mais Jaime Shields (guitarra e voz), Alírio Lima (bateria) e, ainda, Ricardo Peixoto (guitarra), que depois tocou com Flora Purim e Airton Moreira.

Como trio, o grupo gravou quatro músicas para a coletânea ‘Barbarella’ (nada a ver com o filme), lançada pelo selo (nacional) Red Bird Records, em 1971. Sem sucesso, e com o clima ditatorial adverso, o grupo deu um tempo, com seus integrantes dispersando-se pelo mundo.

Em 1974, o grupo reorganizou-se, já com a presença do vocalista e flautista Richard Court (Ritchie), recém chegado da Inglaterra, de onde veio à convite de Rita Lee. Com Bruce, Shields, Alírio e Ritchie participa de espetáculos no Rio de Janeiro, especialmente do show/disco coletivo ‘Banquete dos Mendigos’, produzido por Jards Macalé, em comemoração aos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Na mesma época, Bruce, Jaime e Alírio, gravaram uma das maiores raridades da discografia nacional, a trilha sonora de ‘Mailbag Blues’, um filme sobre Ronald Biggs, então vivendo no Rio de Janeiro, que acabou não rolando – mas terminou reeditado recentemente, por um selo inglês.

Segundo o próprio Bruce, o nome ‘Mailbag Blues’ referia-se as cantorias dos presos de “Sua Majestade” enquanto costuravam sacos de correio, nas cadeias da Inglaterra. Além dos três músicos do Soma, participaram do projeto o saxofonista Nivaldo Ornellas e o tecladista Guilherme Vaz, que depois escreveu a premiada trilha sonora do filme ‘Rainha Diaba’.

A fita, inicialmente bancada pelo próprio Ronald Biggs, depois de várias tentativas de edição, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos, se perdeu nos escaninhos do tempo. Segundo Bruce, a negativa vinha sempre acompanhada da justificativa de que não seria “ético” lançar um material envolvendo a controvertida figura de Biggs.

Argumento hipócrita, derrubado logo após pelos conterrâneos Sex Pistols, que gravaram, posaram para fotos e elegeram um de seus ídolos o assaltante do trem pagador. Anos mais tarde, Bruce Henry ganhou de presente, do proprietário do estúdio, o master original das gravações.

Em meados dos anos setenta, com participação do pianista Tomas Improta, a banda passou a realizar shows com influência mais jazística, até terminar já quase no final da década. Bruce Henry foi o único do grupo a se manter ativo no meio musical, com participação em gravações dos principais músicos brasileiros e vários álbuns solos editados. (Fernando Rosa)

Discografia

The Out Casts – My Generation (LP, 1967)
The Out Casts – My Generation (CPT, 1967)
Soma – Barbarella (LP, 1971, participação com as músicas ‘Potato Fields’, ‘Fragments’, ‘Treasures’, ‘Where’)
Soma – O Banquete dos Mendigos (LP, 1974, participação com a música: P.F.)