otaner, componente Frenético d’aTIPA, acabou de me enviar um tico-tico de 2003 onde relembrei meu primeiro contato com o the who… estas linhas estavam desaparecidas há muito tempo.
como volta e meia brota alguém perguntando por elas…
detalhe: a doideira foi tão grande para entrar no recinto que o ticket (aqui em cima) sequer foi destacado…
e segue inteirão!!!
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no dia 6 de fevereiro, roberto (meu primo) e eu partimos para paris.
de cara, fomos para o louvre. quando estávamos numa daquelas galerias enormes e, surpreendentemente, vazia, ouvimos um grito vindo das profundezas do museu e que reverberou pelas paredes de mármore – CARALHO!!!
quando olhamos para trás para nos certificarmos da maluquice, avistamos um sujeito correndo em nossa direção prestes a bater o recorde dos 200 metros rasos. era um paulista que conhecíamos de londres e que coincidentemente estava em paris. o cara chegou esbaforido e balbuciou –
“puta que pariu, o who toca daqui a quatro dias em paris, fodeu… vamos comprar os ingressos agora”
ele que já vinha no pique foi só seguir o embalo, eu e roberto engrenamos numa correria para o local onde o pariscope indicava como venda dos tickets. chegamos rapidinho, encaramos uma filinha, compramos os ingressos e nunca mais voltamos ao louvre!!!
o who estava lançando o álbum quadrophenia. o disco que mais eu ouvia quando deixei o rio.
sabe lá o que é isso? estar em paris e, sem esperar, ser atropelado pelo THE WHO com keith moon!!!
circulamos pela cidade por 96 horas até o momento decisivo, como diria cartier bresson.
até que chegou a hora H. o show estava marcado para as 5 da tarde. ao meio dia já estávamos com tudo pronto para seguirmos para o parc des expositions. um local gigantesco, tipo um rio centro.
fomos de metrô que mais parecia um comboio de alucinados rumo ao paraíso. o que era a pura verdade.
ao chegarmos no rio centro deles, encontramos uma multidão de franceses, ingleses, espanhóis, turcos, paquetenses…
“cacete, vamos entrar logo nessa merda”. um de nós gritou e os outros dois foram atrás.
gente pra todos os lados. nas roletas, era um sufoco da porra. e eu pensando:
“isso aqui é pinto perto do maracanã”. mas a coisa tava preta.
assim que entramos, mais uma surpresa – o palco estava a uma distância similar a do leme ao posto 6!!!
ou seja, existia a praia de copacabana inteira entre nós e townshend, moon, daltrey e entwistle.
fomos nos aproximando e encaramos uma parede humana imóvel a quilometros de onde queríamos ficar.
peraí, o que está acontecendo? fui me metendo por entre a “francesada” até perceber o motivo do muro.
que era o seguinte – os que chegaram mais cedo, ao invés de ficarem em pé, se deitavam como se estivessem num camping. resultado? toda a área em frente ao palco até a torre de iluminação foi ocupada pelos folgados.
e o pior, NINGUÉM entrava nesse espaço. NINGUÉM! impressionante!
fizemos uma reunião de cúpula e resolvemos – “porra o de gaulle que se foda, luiz XV que se foda, o louvre que se exploda, a torre eiffel que desabe… VAMO INVADIR ESSA MERDA… VASCÔÔÔÔ…” e invadimos!
imagina a cena – milhares de pessoas refasteladas com comidinhas, lendo filosofia, namorando, dormindo, bebendo vinho… de repente três alucinados começam a pisotear o french pic nic!!!
roberto e eu fomos na frente. conforme íamos atravessando o campo “minado”, era porrada de todos os lados que a gente tomava. olhei pra trás e vi o paulista (não me lembro o nome dele. uma pena) sendo “expulso” e voltando lá pro ponto inicial da travessia.
vou contar uma coisa, nunca passei por uma situação tão casca grossa.
simplesmente era todo o parc des exposition olhando para os dois malucos – eu e roberto.
e a gente não parava. era porrada em cima de porrada, cusparada, palavrão em todas as línguas… e a gente não parava. tinhamos como objetivo um ponto bem em frente ao “santuário” (o palco).
finalmente chegamos onde queríamos ficar. imagina de novo – nós dois em pé no meio de um monte de gente rosnando. virei pro roberto e falei
– “cara, chegamos até aqui. agora, vamos arrumar uma porradaria e no que vagar um pedacinho de chão a gente se senta e liga o foda-se”.
no meio dessa aventura fiquei me recordando das histórias que meu pai contava sobre a final da copa de 50 no maracanã. ele dizia que muitos de seus amigos se jogavam do alto da arquibancada e desciam por cima
das cabeças das pessoas sentadas até surgir um lugar.
24 anos depois colocamos a mesma estratégia em prática.
voltando ao ponto em que paramos, aconteceu o que era previsto. no que estacionamos, uns quatro franceses se levantaram para iniciar o pugilato. e a porrada seria das boas! seria porque no exato momento do
gongo, um francês nos puxou e cedeu um espaço de seu lote pros brasileiros atrevidos.
cara que sufoco!!! bem, as coisas se acalmaram e curtimos as preliminares do que seria um show devastador em todos os sentidos. o sistema de som ficava fissurando a rapaziada com trechinhos em eco de
quadrophenia –
“love reign o’er meeeeeeeeeeee” ou “can you see the real meeeeeeeeeeeeeeee”… PQP!!!
de repente as luzes se apagam e, finalmente, todos se levantam. no meio da escuridão ainda tomamos uns safanões dos recalcados. quase nem sentimos tamanha era a vibração.
dali em diante, aí sim, o pau comeu na casa de noca!!!
falar mais o que? o que era pra contar já foi dito. o resto é História que foi cantada nesse “set list” –
I Can’t Explain, Summertime Blues, My Wife, My Generation, The Real Me, The Punk And The Godfather, 5.15, Sea And Sand, Drowned, Bell Boy, Doctor Jimmy, Love Reign O’er Me, Won’t Get Fooled Again, Pinball Wizard, See Me Feel Me, Substitute, Magic Bus, Naked Eye, Let’s See Action, My Generation.
um detalhe – nunca mais vimos o paulista.
ah, a saideira – de paris fomos para amsterdam e no aeroporto encontramos com roger daltrey no dia seguinte ao show. chegamos junto e ele foi muito gente fina. autografou pra mim o poster da tour francesa e posou para essa foto:
o UB40 foi, certamente, uma das bandas que mais ocuparam meu coração.
naquele início dos 80, eles tinham pouquíssimos concorrentes!
não é sempre que a gente encontra um artista que vai direto ao encontro de nossos carentes sentidos… e toma conta de tudo.
foi assim com a rapeize de birmingham… e ainda tive a sorte de cruzar com a banda, em londres, bem no início da História deles.
lembro que logo quando cheguei à cidade, havia uma música – “don’t slow down” – que tocava direto… em todos os lugares.
pensava eu com meus botões: “quem será o negão cantando esse reggae?”
em seguida, adorei descobrir que o “negão” era mais branco que um pinico!
os dois primeiros discos do UB40 poderiam ser um um álbum duplo… foram lançados com poucos meses de intervalo.
são discos espetaculares, “signing off” (novembro/80) e “present arms” (junho/81)… registros fundamentais da década!
era o que me grudava à banda – a sinceridade, a mistureba de origens dos componentes, o groove… tudo!
eles estavam de mãos dadas ao clash, costello, ian dury, jam, gang of four, billy bragg, specials… PQParille, um pedação da trilha sonora da minha vida!
presenciei um show inacreditável, onde o balcão do teatro balançava (MESMO!) ao sabor da desorientação absoluta… FODA!
numa biografia da banda há o registro dessa apresentação onde o fenômeno de engenharia é lembrado como “the rubber balcony”…
em 1983, o UB40 “galgou parâmetros” com o disco “labour of love”… onde a banda desceu os cabelos, de forma brilhante, em alguns clássicos do reggae jamaicano.
o cofrinho começou a entupir de tantas moedas… pronto, lascou! foi o início do fim!
dali pra frente, a banda virou um saco de contradições e muquiranice… é incrível como o “poder” corrói qualquer estrutura!
sim, claro, parte da formação original continua na ativa… e bem.
mas a tal banda que me enfeitiçou por uns belíssimos seis anos… segue viva, apenas, no meu coração!
( :
I am the one in ten
A number on a list
I am the one in ten
Even though I don`t exist
Nobody Knows me
Even though I`m always there
A statistic, a reminder
Of a world that doesn`t care
My arms enfold the dole queue
Malnutrition dulls my hair
My eyes are black and lifeless
With an underprivileged stare
I`m the beggar on the corner
Will no-one spare a dime?
I`m the child that never learns to read
`Cause no-one spared the time
[Chorus]
I`m the murderer and the victim
The licence with the gun
I`m a sad and bruised old lady
In an ally in a slum
I`m a middle aged businessman
With chronic heart disease
I`m another teenaged suicide
In a street that has no trees
[Chorus]
I`m a starving third world mother
A refugee without a home
I`m a house wife hooked on Valium
I`m a Pensioner alone
I`m a cancer ridden spectre
Covering the earth
I`m another hungry baby
I`m an accident of birth.
são muitas opiniões de como fazer o escurinho esburacado ficar lindão…
e, como em tudo, cada um tem seu jeito.
por exemplo, ed motta tem uma super máquina de lavagem que – diz ele – é insuperável.
o cidadão sequer encosta a mão no disco durante o processo.
eu prefiro do jeito oposto… quero pegar, gosto do corpo a corpo… me molhar, esfregar, secar!
assim como, pra mim, não há nenhum problema em levar qualquer que seja o disco para tocar em festas.
eduardo não tira as pepitas de casa nem que a vaca tussa!
na boa, disco – raro ou não – existe para ser tocado, mostrado, acariciado, curtido, compartilhado… sempre com cuidado!
caso contrário, ele perde sua função principal para se transformar num arquivo… morto!
enfim, evilásio botou a colher na pauta:
“MauVal, meu rei!
Muito interessante o texto sobre o método “alternativo” de lavagem de discos do cidadao lá… Nessa minha vida “internética”, eu participo de algumas comunidades e fóruns sobre discos de vinil e som antigo/ vintage, e esse assunto (lavagem de discos) é um dos que rendem mais e geram mais polêmica. Confesso até que cheguei a cogitar o uso dessa experiência da cola em alguns discos que tenho aqui em estado crítico de conservaçao, mas mudei de idéia após ler o teu texto.
Meu método de lavagem era maomé parecido com o teu, a única diferença era que eu usava detergente neutro no lugar do sabao de coco, e com resultados excelentes. O único porém é ter que esperar o bichim secar, pra depois ouvi-lo ou guardá-lo de volta na capa.
A princípio, fiquei meio desconfiado quanto a eficácia da maquininha, embora, nesses mesmos fóruns, ouvia gente falando maravilhas dele. E resolvi experimentar essa maquininha eu mesmo, por minha conta e risco. E… Rapá, nao é que a geringonça funciona? Limpa mesmo,e, como a secagem é feita por sucçao (funciona junto a um aspirador de pó) nao tem o inconveniente de ter que esperar secar pra ouvir seus disquins! 😀
Ah, sim: nao estou ganhando um “puto” furado pra falar essas coisas. hehehehe… Eu tenho uma dessas, e virou meu único método de lavagem.
Abraçao,”
Evilasio
caramba, eu estava muito jururú, ontem, com a subida do aurélio… muito!
manja aqueles momentos de total letargia? bode dos grandes! pois é…
e os pensamentos rodopiando pra lá e prá cá… putz, não falta FDP para sair do nosso caminho…
qual a razão de levarem tanta gente bacana? pessoas que fazem falta… que inspiram, que ensinam… why? uai!
aurélio massacrava o contrabaixo… no melhor dos sentidos possíveis do massacre!
claro, dezenas de baixistas passaram pelo meu HD… por conta da ausência dele!
eu estava boladaço!
) :
no que eu soube da hora, me toquei que poderia estar começando algum filme na NET… êita, nem lembro o último que conferi num desses canais… mas deveria haver algo para “relaxar” no plano NET_osso que assino!
enfim, de cara, apareceu a seleção de todos os filmes que começariam às 22h: blábláblá + blábláblá + blábláblá + blábláblá… e a derradeira opção:
“O ÚLTIMO CONCERTO DE ROCK”!!!
PQParille, não acreditei!
caraca, era tudo que eu precisava naquele instante! RICK DANKO, do the band, um dos meus três baixistas favoritos!!!
“só pode ter sido armação do aurélio”, pensei… hahaha!
o filme tem sido apresentado na NET… mas, agora, em sessão MEGA especial!
há muito tempo eu não assistia ao clássico de martin scorsese que documentou a saideira do THE BAND, em 1976…
foi como ter visto pela primeira vez… e olha que já passei por ele umas trocentas vezes!
meu zôio fez blublu por duas horas seguidas!!! que coisa!!! foi-se a caixinha de papel!!! que coisa!!!
“the last waltz” (disco e filme) foi lançado em 1978… inclusive no brasa…
esta é a fachada do falecido cinema rian, na avenida atlântica, copacabana!
a WEA, gravadora do the band, contratou meus sirviços para documentar a sessão especial de lançamento… coincidentemente, o filme que estava em cartaz era “jesus de nazaré”… e a xeretinha registrou a espetacular troca do letreiro!
hahaha… captou o caboclo com o N na mão?
e a angela rorô, passando toda pimpona… viu?
( :
que momento!!!
como guardo (quase) tudo, prestenção no convite para a primeira exibição:
é hilariante ele contando como baby consuelo o “contratou”, em pleno arpoador (praia/RJ)!!!
seguiu com seu baixo grooveando jorge ben, rita lee, barão vermelho, caetano, tribalistas, cor do som, blábláblá…
amanhã, ele inicia uma mega temporada no rio de janeiro junto com marisa monte e parte da nação zumbi!
nossa majestade acabou de completar 6.0 velinhas no bolo… com o escudo do botafogo!!!
e, claro, muitos “colegas” apareceram…
dadi está com o livro de suas andanças prontinho para ir ao forno!
lembra quando ele iluminou o programa, em março de 2008?
ao centro, cercado (esq p/ dir) por: marcelo soares (som livre), bruno maia (14filmes), lucas santtana e mauricio gouveia (sebo baratos da ribeiro)… lembra?