Subject: #328“Fala Mauval (posso abusar da intimidade?), a história do Túlio Brasil é apenas uma entre milhões que com certeza existem no universo Ronca Ronca.
Eu mesmo há alguns (muitos) anos atrás mandei para você um e-mail contando sobre a enorme influência que o programa Radiolla, na época na Globo FM, exerceu sobre o que eu considerava como MÚSICA.Numa época onde as rádios e os programas eram feitos sem o menor comprometimento, ouvir o Radiolla era como um oásis no deserto. Era ouvir o programa e juntar os trocados para comprar um disco bom. Ouvir o programa para ter uma referência do que era legal ou não.Maurição (desculpa pela intimidade de novo) você é o responsável pela alfabetização de muitos e muitos ouvintes que tiveram o prazer de compartilhar o muito que você entende de música e de músicos.Abraços e obrigado.Cumprimente também o Nandão por ele fazer parte da história do programa.Abraços”Renato
Arquivo da categoria: torcida
o presideNte…
a peça rara acima é o túlio brasil – que está embarcando para trabalhar na sony de NYC e que no futuro (uns seis anos) será o presidente da sony brasil (é da família?) – momentos antes de começar a noite de lançamento do livro “os paralamas do sucesso” com texto de arthur dapieve e 25 anos de registros da xeretinha com bigorrilho, JB, e herbert, em 13junho2007…
contei, ontem, no #328, como se processou esse encontro com túlio… e aTRIPA localizou o relato (agora sim, com as datas certas) que coloquei no tico tico, há quase doze anos…
15/junho/2007 – “tulios”
esse aqui é o tulio…
o caboclo tem 15 anos e foi o primeiro a chegar na livraria da
travessa, anteontem, quarta feira.
nosso encontro foi maomé assim:
– “você é o mauricio valladares?”
– “sim. como é o seu nome?”
– ”tulio. é… é… pô, eu queria dizer que você salvou a minha vida
assim que comecei a ouvir o roNca”
– “hein?”
– “é que eu só ouvia um tipo de música, o metal. eu não sabia que
existiam outros sons para ouvir”
– “rapaz, você quer eu chore aqui agora ou posso deixar pra depois? é
muita emoção”
– “mauricio, eu virei outra pessoa”
– (meu zoinho fez blublu)
– “você já ouviu o novo do white sripes?”
– “peraí, tulio. calma… vamos com calma pelo amor de deus. é muita
informação, rapaz”
– “é… é, cara, o roNca salvou minha vida… dá um autógrafo aqui no
meu caderno da escola”
– “êita… vem cá, você já participou do programa por email, carta, telefone?”
– “nunca. pô, eu acho que não tenho conversa pra você. que não terei assunto”
– “ô ô ô, você tá drogado? fumou orégano? a gente não tá batendo papo
aqui há um tempão?”
– “é, mas sempre penso que na hora a coisa não vai rolar”
– “tulio, manda essa inibição pelo ralo e começa a se manifestar. você
tem uma penca de coisas legais a dizer”
– “é?”
– “claro que é… e ah, ainda não ouvi o novo do white sripes”
ele comprou o livro e me apresentou a mãe. gente fina que ficou a uns
metros da gente só sacando o papo, sempre rindo de felicidade.
essas experiências me rasgam ao meio!
fico devastado. um mix de felicidade absoluta, sensação de dever
cumprido com tristeza, impotência, desânimo!
quantos tulios existem por aí?
hein?
caramba, como é fácil “salvar” almas, tímpanos… e até vidas!!!
UFA!!!
as pessoas começaram a chegar para o lançamento e nos despedimos.
tulio, que veio de vaz lobo para o leblon, ficou por ali à base de
coca cola preparando o bote para ter seu violão autografado pela
banda.
antes de me juntar aos paralamas tive de passar pelo banheiro (?!)
para respirar um pouco e fundo… e só!
muitos e muitos ouvintes passaram pela travessa – claudia, marcelo,
gabriela, ana, gilmar, fábio, ricardo, joão paulo, eugenio, silmara…
+ dezenas de amigos, família, desconhecidos, tantos que estavam
together pelo pensamento, gente que há anos navega no barco
paralâmico.
QUE NOITE!!!
aTRIPINHA & aMÚSICA #16…
tom “caipirinha” & o groove africano…
ronald mandou pra gente (ou o gol 1000)…
o chapaço ronald esteve, hoje, no hotel novo mundo… um dos mais icônicos redutos da hospedaria na cidade do rio de janeiro… mas as informações recentes garantem que o estabelecimento fechará as portas em pouquíssimo tempo… fato lamentável que cola ao igualmente histórico hotel glória (pertinho do NM) que até hoje está jogado fora.
provavelmente, uma rede hoteleira assumirá o novo mundo por mais que esse ramo de negócios venha sofrendo prejuízos irreparáveis por conta das mudanças de hábito da turistada a bordo da tecnologia.
mas o fato é que seguindo adiante ou se transformando em “sei lá o que”, o novo mundo guarda um tesouro que tem tudo para desaparecer nessa mudança de pluma: a placa comemorativa ao milésimo gol de pelé que, no dia do jogo com o vascão, lá estava hospedado com o o esquadrão santista…
caramba, se não fosse o registro do ronald eu jamais teria visto essa placa espetacular, totalmente foreta do que seria uma homenagem futebolística… tremendo bom gosto. deu vontade de conferir antes que ela tome o rumo de tantas outras relíquias brazukinhas!
detalhe: por décadas e décadas o novo mundo abrigou seleções e clubes de todos os cantos do mundo. pra quem gosta dessa História, o livro de ouro deve ser algo de tirar o fôlego… a seleção uruguaia nele ficou para a final da copa de 50… mamãe!
aTRIPINHA & aMÚSICA #15…
bárbara, sofia & dom quixote…
omar mandou pra gente (ou o celular voador)…
Assunto: Celular voador
“Salve Mauval!
Sobre celular no estádio lembrei dessa cena hilária:
Abraço! Degustando o #327 aqui”
Omar
milão’s calling…
Assunto: Re: carekildo, jah deu o conferex no #327? cheers ( :
“Emoção maior do que ser citado no RoncaRonca, só receber um abraço do Nandão! Com Neil Young ao fundo, então, quase q choro mesmo.
Detalhe: no exato momento em que vc falou q Milão era uma rave, eu estava lavando mamadeiras!!!
Detalhe 2: as fotos não são nada constrangedoras, são motivo de orgulho!
Detalhe 3: olha só o horário q eu fui conseguir terminar de escutar o programa.”
Gustavo “Careca”
aTRIPINHA & aMÚSICA #14…
violeta (viola-violinha-violão) & o psicodelismo ensolarado…
aTRIPA, o barão & a bicharada…
Assunto: URBANISMO
“Olha aí Maurício!
Você e o Nandão falaram sobre urbanismo no roNca da semana passada. Só por curiosidade, leia esta crônica do Carlos Drummond de Andrade sobre um parente longínquo dele. Um urbanista que saiu daqui da Itabira do Matto-Dentro pra mudar a cara do Rio de Janeiro na segunda metade do século 19.
“O ANIVERSÁRIO DO BARÃO
Carlos Drummond de Andrade
(Jornal do Brasil – 01/05/1975)
Na íngreme Rua de Santana de Itabira, onde nasceu em 1º de maio de 1825, o garoto João Batista, filho de Maria do Carmo, ficou sendo, para toda a gente, o Batistinha. Mas o diminutivo não lhe conviria no correr do tempo e, ao morrer no Rio de Janeiro em 7 de agosto de 1897, era Barão.
Entre uma data e outra, João Batista fez coisas, muitas e determinantes de outras coisas, que influíram na vida de uma cidade, o Rio, e até na do país. Não foi à toa que se ligou ao dinâmico Mauá, em empreendimento como a estrada de ferro hoje chamada Central do Brasil. Seu espírito ávido de criação afastou-o cedo do pequeno meio paroquial, levando-o à capital do império. Na Corte, João Batista sentiu-se à vontade para planejar, fazer e acontecer.
Fez um bairro inteiro, onde havia o matagal da Fazenda do Macaco e hoje se refugiam os últimos traços do espírito genuinamente carioca: Vila Isabel. Abriu nele uma larga avenida, antecipadora das modernas vias de circulação urbana. E para que a vida nesse bairro não fosse uma sucessão escura de bocejos, presenteou-o com um parque de 800 mil metros quadrados, onde plantas e animais nativos e exóticos poderiam ser apreciados e se fariam estudos de zoologia e zootécnica.
Era uma novidade completa. Lotear terrenos pede visão comercial, instinto de lucro, mas João Batista queria combinar o lucro e senso urbanístico, o gosto da natureza e do lazer, como fórmulas de uma comunidade saudável. Não foi compreendido inteiramente. À certa altura, o jardim zoológico dava prejuízo. Teve de requerer à ilustríssima Câmara Municipal (por que as câmaras não são mais ilustríssimas? é uma pena) licença para estabelecer lá dentro jogos públicos sob fiscalização policial, a fim de honrar as despesas com manutenção e desenvolvimento da iniciativa, pioneira no Brasil.
Nasceu aí o Jogo do Bicho, instituição nacional, trazida por um mexicano, um tal Zevada, a princípio um mero atrativo para a freqüência do Zôo. Mas a coisa era tão bem bolada que acabou se espalhando fora dos portões do estabelecimento, e hoje cobre o país inteiro. João Batista não tem culpa nisso. Talvez seja mais correto dizer: não tem glória nisso. Pois enfim, o Jogo do Bicho, rotulado de contravenção penal, é tão querido do povo e tão radicado como hábito brasileiro, que o Governo se apresta para oficializá-lo, sob o título de Zooteca. (Tirando-lhe possivelmente o encanto do jogo espontâneo, livre, baseado na confiança que inspirem banqueiros e bicheiros).
Todos os biógrafos de João Batista fazem questão de lembrar que ele não foi absolutamente banqueiro de bicho nem inventor desse jogo imaginoso. Certíssimo. Mas se fosse o inventor, que mal haveria nisso? A inteligência criadora não precisa arrepender-se de uma concepção que dá alegria e esperança a muita gente, e que não é responsável pelos crimes derivados de sua prática. Vamos amaldiçoar o vinho, vamos proibir a uva porque muitos bêbados se arruínam e às suas famílias? Crimes e erros cometem-se à margem ou à sombra de quaisquer instituições, respeitáveis ou anódinas, e não bastam para condená-las; elas devem ser julgadas em si. O jogo inocente, que conquistou a simpatia de toda uma população, merece pelo menos indulgência, em vez de ser julgado por um moralismo hipócrita, cujas defesas se associam veladamente à sua exploração.
Mas deixemos de lado os bichos do Barão, hoje espalhados sobre todo o território pátrio. João Batista foi também partidário da Abolição, e deu o exemplo em casa, alforriando os seus escravos. Em política era liberal, pertencendo ao clã mineiro dos “Luzias”, isto é, ligado aos revolucionários de 1842, vencido mas não convencidos. Foi precursor de urbanismo, tendo como braço direito Bittencourt da Silva, projetista de sua Avenida 28 de Setembro. Co-proprietário dos JORNAL DO BRASIL. Empresário teatral, apresentou aos fluminenses a trágica Adelaide Ristori e o violinista Sarazte. Deu ao Rio de Janeiro uma linha de bondes. Um ano antes de extinguir-se a Monarquia, esta conferiu-lhe o título de Barão de Drummond.
Desculpem-me a modéstia de lembrar que hoje o meu primo-longe João Batista Viana Drummond, fundador da Vila Isabel de Noel Rosa e Marquês de Rebelo, está completando, lá do sem-fim, 150 anos de nascimento. Ter um primo barão cutuca a vaidade de clã. Os velhinhos da Rua de Santana, se fossem eternos, a esta hora estariam exclamando, embevecidos:
Sim senhor, o Batistinha, hem? como subiu!”
aTRIPA no morro…
Assunto: morro do castelo
“oi MauVal
conheço pouquíssimo do Rio, mas ouvindo o programa fiquei curioso sobre o Morro do Castelo e encontrei esta reportagem d’o Globo… AQUI
vivendo e aprendendo”
—
Adreson
afro-brisa belorizontina d’aTRIPA…
Assunto: A brisa africana em BH
“Fala Mauricio, tudo tranquilo?
A saga do Morro do Castelo é bem parecida com o que tem acontecido ao longo dos anos com o cartão postal de Belo Horizonte. O dinheiro e a ganância estão botando abaixo o pico que simplesmente deu nome a cidade. Papelada pra lá, papelada pra cá mas o fato é que a qualquer momento desaba tudo e BH, assim como o Rio, pode começar a sentir o frescor da brisa africana sem impedimentos.
Segue uma matéria sobre o assunto… AQUI
Pelamordedeus, manda um Tom Waits no Ronca nos dizendo que é preciso “Aguentar firme” em Hold on
Abraços”
Thiago – BH
aTRIPINHA & aMÚSICA #13…
pedroca & o peso australiano…