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matheus mandou pra gente…

matheus (de capivari, torcedor do santos) acabou de mandar uma mensagem que arrancou meu coração pela orelha… ele nunca havia se manifestado, mesmo sendo ouvinte há décadas. respondi dizendo que as letrinhas dele são o típico exemplo do inoxidável corpo a corpo com aTRIPA… matheus aproveitou para contextualizar tudo com dalton trevisan…

cheers

“Uma Vela para Dario”

Dalton Trevisan

Dario vem apressado, guarda-chuva no braço esquerdo. Assim que dobra a esquina, diminui o passo até parar, encosta-se a uma parede. Por ela escorrega, senta-se na calçada, ainda úmida de chuva. Descansa  na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes à sua volta indagam se não está bem. Dario abre a boca, move os lábios, não se ouve resposta. O senhor gordo, de branco, diz que deve sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo apagou. O rapaz de bigode pede aos outros que se afastem e o deixem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario ronqueja feio, bolhas de espuma surgem no canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete que Dario sentou-se na calçada, soprando  a fumaça do cachimbo, encostava o guarda-chuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagará a corrida? Concordam chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede – não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de  moscas lhe cobrem o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora , comendo e bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados – com vários objetos – de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade, sinal de nascença. O endereço na carteira é de outra cidade
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas: é a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver,  não pode identificá-lo  – os bolsos vazios. Resta na mão esquerda a aliança de ouro, que ele próprio – quando vivo  – só destacava molhando no sabonete. A polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete  – Ele morreu, ele morreu. E a gente começa a se dispersar. Dario levou duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para  lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem  morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos.
Um menino de cor e descalço vem com uma vela, que acende ao lado do cadáver, Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às primeiras gotas da chuva, que volta a cair.

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Texto extraído do livro “Vinte Contos Menores”, Editora Record – Rio de Janeiro, 1979, pág. 20.

Este texto faz parte dos 100 melhores contos brasileiros do século, seleção de Ítalo Moriconi para a Editora Objetiva.

leandro confirmando…

Assunto: Re: Dívidas, juros, dividendos, ôôô!

“M.V.,

Só reparei agora que fiquei o ano de 2017 inteirinho sem te mandar uma única cartinha! PQParille, imperdoável. E olha que quis “conversar” contigo em vááários momentos cabriocáricos (mais recentemente agora na dobradinha Floyd + tôcida do Liverpool… eita… emocionante é pouco!). Começo, portanto, 2018 botando os pingos nos i’s e com as zorelhas coladinhas na somzêra prometida para o #265.

Aproveito também pra CONFIRMAR (cheguei tarde?) e te pedir pra mandar um abraço pra Laura (olha a felicidade da pessoa do ladinho do bigodudo aí na foto), a maior fã do Fred & seus Blue Caps que você respeita. Ela começou a escutar o roNquinha na reta final do ano passado e não largou mais – é a tripa/nação crescendo, meu caro!

Por último, mas não menos importante, chorei todas as vezes que você tocou Nick Cave e as Sementinhas do Mal ano passado, ok? Só pra você saber mesmo.

Um abraço procê, pro Nandão e pro magnânimo Geissel (leNda!).

OBS.: (O que vem depois do último? hahaha) Ainda não colei n’A Parte Funda da Piscina (eu tava em aula no dia da abertura), mas pretendo pintar por lá semana que vem sem falta! Parabéns!!!

Um abraço e até,”
Leandro

a kombi não para…

Assunto: começaNdo…

“oi, kérido!

que 2018 seja pleno de saúde e realizações!

e pra começar com pé direito, que tal apreciar um músico que tem o que dizer…

um artista múltiplo ( além de compositor, cantor e documentarista, ele é piloto da kombi branca mais famosa do brasa).

dá pra pensar num roNca session, confere aí…

( :

salve gabriela, salve as crianças!
sem elas, estamos condenados a caminhar solitários na escuridão.

beijos

em tempo: obrigada pela laura nyro… o blublu foi inevitável”

Claudia

carmela, zumbi & aTRIPA…

Assunto: SÃO MUITAS EMOÇÕES

“Mauricio, bão?

Puxa, que bonito repetir e encerrar com a Carmela, e que bonito a Carmela cantando Zumbi. Realmente, coisas que só o roNca pode oferecer. Queria também que, se possível, em algum programa (ou aqui pelo email), você falasse um pouco sobre a obra da Laura Nyro e da Carole King, em algum contexto de época e tudo mais, porque eu ‘vejo’ muita semelhança no trabalho das duas. Vai que tem mais informações nesse sentido.

E, cara, novamente, feliz ano novo! Agradecemos de coração.”

Pedrinho

cheers…

Assunto: Aqui quem ganha o presente é você.

“Salve, Salve

Mauvall, amigo, pô cara ficamos sem palavras no RoNqunha #264. Simplesmente inoxidável a aparição da La Bière na playlist do programa. Mandamos um presente pra você, mas fomos nós os felizardos de poder ouvir nossa música no nosso programa favorito que tanto nos inspira e instiga.

Uma das maiores emoções que senti.

Muito obrigado por nos proporcionar esse sentimento, não só por colocar a música no ar, (entre Rory Gallagher e Ramones, bicho!), mas também pelas palavras.

Vida LoNga ao RoNca RoNca.
Feliz 2018”

Gleison de BH

marcelo “caipirinha” conectadão, direto de leeds…

“Apesar da falta de email, não tenho deixado de manter em dia com o tico-tico, com os programas (que agora escuto em casa via estéreo, com Tom e Crina nos braços de Morfeu, usando um excelente par de headphones sem fio, uma das minhas melhores aquisições em 2017), e com as estórias/debates/conversas da tripa, que é uma das raras instituições a inspirar/motivar alguém nessa fase totalmente negra do nosso planeta.”

Marcelo “Caipirinha”

(Leeds / U.K)

frippa & murilo…

Assunto: 1/2 Barro + !/2 Tijolo

“Salve MauVal !

Numa atitude genuinamente baricheliana, desembarquei ainda há pouco do #263. Gostaria de meter o bedelho e registrar meu voto para a promoção #valenada.

O Compositor de minha música seria o senhor Robert Fripp, um dos melhores guitarristas de todos os tempos com sua fisionomia sisuda e o estilo magistralmente cerebral de tocar guitarra.

O cenário poderia ser um encontro fortuito na Lagoa, flanando ali perto da rampinha do Clube Naval, aguardando a liberação da barreira dos helicópteros.

A minha parte do diálogo:

– Grande Frippa, meu chapa ! Por onde andas ?
– Poderia fazer uma musiquinha para mim ? Assim 1/2 “Baby´s on Fire” + 1/2 “Exposure”
– A gente se fala, vamos marcar alguma coisa…

A parte dele eu não tenho a mínima ideia, rsrsrs…

Quanto ao cenário das radios piratas londrinas , tem um filme genial que registra esta época: Piratas do Rock (The Boat that Rocked) . Pode ser encontrado em qualquer locadora de video inexistente nos dias de hoje, assim com o Anjo Exterminador, Teorema, Zabriskie Point e teu querido Blow Up.

Feliz Ano Novo para você e o Nandão ! Que 2018 venha com repleto conquistas para ambos.

Ronca 2018 ? Tem que manter isso aí, viu… ?

Um cordial Abraço.”

Murilo

à meia noite a gente encerra o recebimento das músicas para o #264……

envie seu pedido de música para o “#264 / bota tampa 2017” até a meia noite de hoje, ok?

use o endereço programa@roncaronca.com.br

como, por exemplo, fizeram…

Assunto: Pedidos

“Fala, Mauricio.

1) Coltrane é Deus (mamãe!). Tudo e todos estão abaixo dele. Nem mais, nem menos.

2) Pedidos do #264: Screamin Jay Hawkins (sempre) e/ou Glenn Branca (tá me devendo).

3) Composição com meu nome? Hermeto Pascoal podia dar dois batuques numa tampa de panela e chamar de “Klebinho”. Não ia manchar sua inoxidável obra e ninguém ia notar.

4) Feliz Natal, saúde, paz, bons sons (alô, Massari) e um bando de amigos sempre por perto. E não se esqueça de viver para sempre.

Abraços”

Kleber

+

Assunto: Meus pedidos para o #264

“Hi!

Aproveitando o especial com os pedidos da audiência, o meu é de alguém que eu não ouço no RoNquinha já tem um tempo: Rory Gallagher. A minha escolhida é I’m Not Awake Yet, faixa do inoxidável disco Deuce, de 1971.

E, complementando, mais um míssil do ano da graça de 71: Carne e Osso, do Taiguara. A letra diz muito sobre o momento de vida que venho passando (Eu quero, sim/ Eu quero coisas novas…).

Abração, e Boas Festas. :)”

Evilasio

+

Assunto: Merry Xmas

“Fala MauVal, boas tardes. Tudo em riba?

Espero que você tenha tido um ótimo natal, meu caro. Aproveito este email para lhe agradecer por mais esse ano de muita sonorização, agora com o RoNca atacando em todas as frentes.

Pra fechar o ano ficarei no aguardo da edição #264. E dessa vez não tenho nenhum pedido especial não. Quero apenas ouvir a seleção esperta da rapeize para iniciar 2018 com ótimas vibrações.

Forte abraço!

cheers,”

Jeferson

/+/

+

Assunto: Para o #264

“Feliz Natal, Mauricio!

Que Papai Noel garanta a manutenção dos espaços conquistados por ti em 2017: tanto no dial, na Rádio Globo, quanto na internet, com o retorno do nosso querido roNquinha…

E que novos projetos como o belíssimo ‘Preto e Branco’ pintem por aí!

‘Negro Amor’ com Gal Costa para o #264, será que rola?

Desejo-lhe muito sucesso para o novo ano que, muito em breve, terá seu início.

Abração.”

Allan