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colocando os pingos nos is…

foi preciso cadú puxar o UAIfone dele e mostrar a masterpiece acima para que a “paz” voltasse, ainda agora (são 17h), à pastelaria.

o embate começou quando soraya iniciou o desfile de ilustres torcedores do fogão: tom, pagodinho, beth, cantuária, emilio, imperial…

cadú ficou empolgadão e chegou forte com a tchurma da colina: paulinho, pixinguinha, dicró, jamelão, martinho, tim maia…

PQParille, na hora em que o síndico foi citado a porradaria quase estancou… foi barra pesada!

em uníssono neguinho urrou – “que porra de tim maia é vasco? tá louco?”

cadú chegou com a faca nos dentes: “caraca, vocês são uns inguinnorante que não sabem de bosta nenhuma porque são guiados pela merda da globo que sempre disse do tim ser américa. porra nenhuma. tim sempre foi vascão, não fode. se ele fosse o tal do mengo, vocês certamente saberiam”

well, well, well… as cadeiras já estavam prestes a voar quando entrou em cena o salvador celular com a imagem de mister motta.

a vascainada presente deu cambalhotas de felicidade… enquanto os outros botaram a viola no saco.

gimme shelter…

tá pra rolar no roNca uma promo com a seguinte perguntinha:

– qual show, em todos os tempos, você mais gostaria de ter visto?

captou?

pensando na pauta, lá na pastelaria, cheguei (entre alguns outros) ao show dos stones, em altamont/1969… lembra, né?

em caso positivo, você tem recordação daquele inferno – exclusivamente – pelo MEGA/espetacular documentário “gimme shelter”… criação dos irmãos albert & david maysles. procede?

um dos três filmes que mais assisti em toda a minha vidinha… os outros são “blow up” e “apocalypse now“.

enfim, albert maysles subiu, ontem… deixando pra gente, junto com david, o legado de uma História fundamental para tentarmos compreender nosso poleiro.

altamont é o marco definitivo na mudança do planeta… em tudo… pode escolher a pauta que, cedo ou tarde, você encontrará conexão com a passagem dos stones por aquele autódromo do capeta, poucos meses depois do climão “paz & amor” celebrado em woodstock.

só pra ter idéia do tamanho da encrenca, estavam escalados santana (nem chegou perto), grateful dead (pipocou), jefferson airplane (entrou na porrada) e flying burrito brothers que conseguiu fazer um set de poucos minutos… as consequências, todos nós conhecemos por conta dos maysles brothers!

o sorriso de vital ao som de “cabeça feita”…

um dos muitos momentos inoxidáveis de vital acontecia quando ele interpretava a música acima.

PQParille… do início ao fim… com volume/goela no máximo durante o refrão!!!

segue registro da xeretinha na festonha em comemoração aos 30 anos dos paralamas, em dezembro2013,  com vital & bigorrilho bem na hora em que coloquei o clássico do peso… com um falando pro outro “segura, lascou, bora caprichar no vocal”…

que momento!

igor mandou pra gente (ou rio de tristeza)…

“Muito da produção artística brasileira se deve a um sentimento inspirador: a tristeza. Seja em trabalhos mais autorais, seja naqueles para alimentar a indústria cultural. A tristeza já vendeu muito disco, livro, quadro, filme, poesia. Ela é reflexiva, põe as coisas em perspectiva e nos faz pensar no porvir. Pode ser a tristeza por um amor perdido/não-correspondido, pela perda de uma pessoa querida, pela pobreza, pela injustiça. Um sentimento que nos deixa mais forte para os enfrentamentos que ainda virão.
Tom Zé, na contra-capa de seu primeiro disco, escreveu que o brasileiro é um povo triste bombardeado de felicidade por todos os lados. E sob um ponto de vista interessante, o carnaval só é a festa que é porque torna quatro dias do ano num intervalo de uma rotina entediante em um momento de fantasia, desbunde e sincretismo.
Nos últimos 10 ou 15 anos, tenho a sensação que a tristeza está sendo cada vez mais combatida do que se devia. A situação social e econômica do país melhorou um pouco e com isso veio uma nova noção arrebatadora de felicidade: o consumo. E mais que comprar e ter, importa ainda mais o ‘mostrar que tem’ nessa espiral esquizofrênica da sociedade do espetáculo. As artes, cada uma da sua maneira, se modificam nisso. A indústria cultural, por exemplo, aboliu qualquer coisa que remeta a tristeza dos meios de comunicação. Suas músicas e filmes tem mais preocupação em ostentar um padrão de consumo que explorar sentimentos, mesmo que de maneira clichê. Quem está mais afastado da onda industrial também prefere uma pegada mais alegre, de sorrisos largos e constantes. Sinal dos tempos.
Fico pensando que certos artistas não teriam muito espaço hoje com suas músicas e letras. Só pra ficar na música: Lupicínio Rodrigues, Cartola, Noel Rosa, Nelson Cavaquinho, Candeia, a turma toda do Rosas de Ouro, Paulinho da Viola – isso pra ficar em alguns poucos e não generalizar e dizer logo ‘todos os sambistas e intérpretes de samba dos anos 60 pra trás’. 
Fico pasmo vendo essas reportagens da gRôbo pautando “o que é ser carioca?”, “como ser feliz como um carioca?”, “10 motivos para o Rio ser maravilhoso”, “seja feliz como os cariocas”, como se essa cidade não fosse um rio de exclusão no qual está fundada há 450 anos.

Deixo aqui, para arrematar, uma música de Nelson Cavaquinho que serve bem para este texto.


Um abraço do seu amigo, sempre espontâneo, mas nem sempre feliz”
Igor