“Salve Mauval e Nandão,
Estive ‘cuidando de longe’ o programa nesses últimos tempos, as vezes ouvindo pouco, as vezes mais, mas o que me chama a atenção é como me sinto bem quando volto a ouvir. Acho que todos nós temos momentos bons e ruins, mas quando nos conectamos com o que gostamos lá no fundo é como se tivesse um sentimento de ‘volta pra casa’, um senso de identidade, e para mim a música me faz sentir assim, e o ronquinha, por extensão, também. É como se o programa tivesse o papel de lembrar a mim mesmo das minhas paixões. De maneira mais especial ainda existem músicas, álbuns e artistas que acabam sendo a nossa “casa”, e nos faça sentir ainda mais acolhido quando voltamos a eles. Lembro de ouvir o Mauval falando de como o Electric Ladyland o fazia sentir assim, e evocava memórias da sua adolescência.
Para mim, talvez a referência mais forte e maior conexão foi quando aos 7/8 anos recebi de um amigo do meu pai um DVD do show do AC/DC em Donington UK. Lembro de ficar hipnotizado com fogos, canhões, pirotecnias, solos intermináveis e um som que, dentro da sua simplicidade, era incrivelmente contagiante. A essa altura já era tarde demais. Já tinha sido picado pelo inseto do Rock’n’Roll. Passei a imitar os solos e movimentos do Angus Young em meu quarto enquanto meu pai me filmava com uma uma câmera VHS. Eventualmente tive que devolver o DVD, mas acabei ganhando de presente CDs da banda e o DVD: ACDC Live at Plaza de Toros, em Madrid. Já um pouco mais velho, com 10 para 11 anos criei uma comunidade no antigo Orkut para a banda, que tinha na sua descrição todos os erros de português possíveis e imagináveis, mas mesmo assim chegou a mais de 20.000 membros. Era sobre o sentimento e não sobre o português. O tempo passou, não fui ao show no Morumbi em 2009, mas sempre que ouvia era como um sentimento primitivo cheio de memórias afetivas.
Nos últimos tempos, ouvindo o programa, quase como em um rompante cheguei a (obvia) conclusão de que deveria fazer alguma coisa para nutrir esse sentimento. Comprei a passagem, avisei a Paloma, minha namorada, que iriamos ver o ACDC, que estava em turnê pela europa. E o destino quis que o final de semana em que poderíamos ir a turnê passaria por Madrid…
Sobre o show: qualquer tentativa de descrever vai ser em vão, mas estou mandando o vídeo da materialização desse sonho. Estar no estádio do Atlético de Madrid, lotado, com os caras ali, pra valer, na minha frente. Emoção pura…
(infelizmente não foi possível colocar o vídeo aqui mas retiramos o frame do momento blu blu emocionante forte do joaquim quando o AC/DC entrou no palco)