reverberando o “heNdrix 4.5″…

aTRIPA segue reverberando o especial “heNdrix 4.5″… curioso como que, mesmo “conhecido” pela maioria, alguns detalhes básicos da História de hendrix seguem inéditos para quem gosta dele. tipo a conexão com miles, de como chegou em londres, a curtíssima carreira (muita gente chapou com o fato dele ter passado apenas três anos na pista)… seguem os pombos do igor e luiz:

Assunto: Hendrix!! Vem mais! Vem mais!!
“Coisa fina! Duas horas de Hendrix é uma adrenalina infinita!

Mesmo eu já conhecendo todas músicas que você mostrou ontem, poder ouvi-las com os seus comentários, histórias e ritmo cabriocárico que só o roNca tem é um atração à parte. O Fernando também mandou muito bem tanto no microfone quanto na guitarra.
Boas lembranças suas o jingle da Radio 1 e Good Times, Bad Times do disco do Stephen Stills.
abraços e SV,”
Igor
+
Assunto: #145 rompeu barreiras
“Eu pensei q não fosse existir um roNquiNha q chegasse aos pes daquele da familia Buckley com o Dapieve. Ferrou, o tempo passa e o #145 veio pra mostrar que o baguio continua cabriocárico. A sintonia entre vc e o Vidal foi fodástica … sem gastação de onda, a arte pela arte, chego a dizer até didático … mas sempre desorientando! E isso tudo em homenagem a Betty … q Deus a tenha! 

Valeu
Cheers,”
Luiz
esp

bula do especial “hendrix 4.5” com f.vidal…

vidal+lady2

“can you see me” (ao vivo monterey1967)

“like a rolling stone” (ao vivo monterey1967)

“hey joe” (ao vivo olympia1966)

“and the gods made love” (electric ladyland1968)

fernando vidal – “the wind cries mary” (ao vivo no roNca)

vidal.guitar

“little wing” (ao vivo winterland1968)

“fire” (ao vivo san diego1969)

“i don’t live today” (ao vivo estocolmo1967)

fernando vidal – “spanish castle magic” (ao vivo no roNca)

“izabella” (war heroes1971)

“exp” (axis bold as love1967)

hendrix.jack

“villanova junction” (ao vivo woodstock1969)

“who knows” (ao vivo band of gypsys1970)

“purple haze” (ao vivo woodstock1969)

“if six was nine” (axis bold as love1967)

fernando vidal – “foxey lady” (ao vivo no roNca)

fernando.tshirt

“radio one” (ao vivo radio one / BBC1967)

“wait until tomorrow” (ao vivo radio one / BBC1967)

“day tripper” (ao vivo radio one / BBC1967)

stephen stills & jimi hendrix – “old times good times” (stephen stills1970)

fernando vidal – “kardekiando”

fernando vidal – “hear my train a comin'” (ao vivo no roNca)

“voodoo chile” (electric ladyland1968)

madeline.bell

free_radio

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“especial heNdrix, 45 anos de sodade”, hoje, às 22h…

hendrix.vertvidal1

 

 

 

 

 

 

 

 

 

duas horas com o “cabeleira alta” perambulando pelos seus tímpanos sob a gerência de fernando vidal, guitarrista-botafoguense-gente finérrima & o maior entendido de jimi hendrix nos trópicos… é isso, vai preparando o chazinho e o refresco de maracujá porque a terra vai tremer impiedosamente.

basta mergulhar aqui no poleiro, às 22h… e se atracar com o áudio do #145, moleza!

hendrix.ronca.especial

mudando a prosa (ou o feitiço contra o feiticeiro)…

guardo na minha caixinha de ótimas lembranças dois jornalistas com quem tive encontros muito rápidos mas, totalmente, inoxidáveis: tite de lemos (1942-1989) e josé castello.

já falei e escrevi sobre o tempo em que tite foi editor do segundo caderno do globo e publicou minha resenha sobre os shows do zeppelin, em 1975… e que só fui conhecê-lo anos mais tarde. já castello, em 1988, me procurou por uma razão que não lembro mas, ao ver a série de fotos que eu havia feito com os fotógrafos, mudou o rumo da pauta e publicou o material na primeira página do caderno B (jornal do brasil).

josé castello foi defenestrado do jornal o globo e publicou, na quarta feira, o mais contundente / cristalino / desesperançoso texto de despedida que conheço…

Hora da despedida

POR JOSÉ CASTELLO

Chegou a hora de me despedir de meus leitores. Não é um momento fácil _ nunca é. Mas ele se agrava porque, com o fechamento do “Prosa”, incorporado ao “Segundo Caderno”, desaparece um último posto de resistência na imprensa do sudeste brasileiro. Os suplementos de literatura e pensamento já não existem mais. Um a um, foram condenados e derrotados pela cegueira e pela insensatez dos novos tempos. Comandado pela vigorosa Manya Millen, o “Prosa” resistia como um último lugar de luta contra a repetição e a dificuldade de pensar com independência. Isso, agora, também acabou.

Nosso mundo se define pelo achatamento e pela degola. No lugar do diálogo, predominam o ódio e o desejo de destruição. No lugar da tolerância, a intolerância e a rispidez, quando não a agressão gratuita. É o mundo do Um _ em que todos dizem as mesmas coisas, usando quase sempre as mesmas palavras. Um mundo em que a verdade, que todos ostentam, de fato agoniza. Nesse universo, a literatura se impõe como um reduto de resistência. A literatura é o lugar do diálogo, do múltiplo, da diferença. Não é porque gosto de Clarice que devo odiar Rosa. Não é porque amo Pessoa que devo desprezar Drummond. Ao contrário: na literatura (na arte) há lugar para todos.

Uma pena que o “Prosa” se acabe justamente em um momento em que nos sentimos espremidos por vozes que repetem, sempre, os mesmos ataques e as mesmas agressões. Nesse mundo de consensos nefastos e de clichês que encobertam a arrogância, nesse mundo de doloroso silêncio que se apresenta como gritaria, a literatura se torna um lugar cada vez mais precioso. Nela ainda é possível divergir. Nela ainda é possível trocar ideias com lealdade e dialogar com franqueza. Sabendo que o diálogo, em vez de sinal de fraqueza, é prova de força. Lá se vai o “Prosa” com tudo o que ele significou de luta e de aposta na criação.

A meus leitores, que me acompanharam lealmente durante mais de oito anos, só posso dizer obrigado. E dizer, ainda, que conservem a coragem porque a pluralidade e a liberdade vencerão o escândalo e a cegueira. Apesar de tudo o que se diz e de tudo o que se destrói, ainda acredito muito no Brasil. É com essa aposta não apenas no futuro, mas sobretudo no presente, que quero me despedir de minha coluna e encerrar esse blog. Aos leitores, fica a certeza de que certamente nos encontraremos em outros lugares. Nem a loucura do nazismo, com suas fogueiras de livros, conseguiu destruir a literatura. Não tenho dúvidas também: nesse mundo de estupidez e insolência, ela não só sobreviverá, como se tornará cada vez mais forte.

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