#87 ou “você gosta de batata?”

não tenha dúvida, esse #87 galgou parâmetros e já tem espaço garantido junto às baratas e aos Lps!

oxênte…

um programa que começa com três tijoladas de capetão beefheart, bota a tampa com “fim de noite” interpretada por alaíde,

apresenta a História do big star na voz de shogun e tem 99% das vinhetas surrupiadas do hermes & renato…

está, inoxidavelmente, imortalizado!

afinal, você gosta de batata?

segura “janeliNha e bula”…

captain beefheart – “the floppy boot stomp”

captain beefheart – “bat chain puller”

captain beefheart – “candle mambo”

pig bag – “sunny day” (12″)

black milk – “brain”

john and tom – “gonna lay down my old guitar”

botika – “pipoca”

theatre royal – “katherine’s sleeping” (7″)

coppe’ – “figment of imagination”

diamanda galas & john paul jones – “baby’s insane”

nash the slash – “animal jamboree”

gene clark – “tried so hard”

gene clark – “echoes”

john martyn – “may you never” (7″)

big star – “feel”

big star – “you get what you deserve”

filarmônica de pasargáda – “estutando tom zé”

edith piaf – “bal dans ma rue”

alvy, nacho y rubin – “ya no te quiero más”

sun ra – “space is the place”

hubert laws – “in the beginning”

serge gainsbourg – “aux armes et cetera”

john mayall – “change your ways” (ao vivo)

alaíde costa – “fim de noite”

negativos & positivos (87) [skank]…

o primeiro – e independente – disco do skank foi lançado em 1992.

como a banda começou a pipocar na mídia, shows & festivais… a sony – selo chaos – tratou de juntar o rebanho e relançar

o referido álbum, no ano seguinte.

já estávamos, devidamente, apresentados e fui chamado para fazer as fotocas de divulgação de haroldo, lelinho henrique & samuca.

afinal, o radiolla (globo fm – pré roNca) foi o primeiro programa a tocar a demo do skankinho!

pra facilitar as coisas, a época da sessão foi, extamente, o carnaval… hahaha!

marquei o encontro na escadaria do teatro municipal… bem no meio do trelelê!

lembrando que há vinte anos, por mais lotada que a cinelândia estivesse, nada se compara ao tumulto absoluto

que o mesmo pedaço do rio testemunha, atualmente, durante o reinado de momo.

o relato de samuca desse nosso affair–fotográfico-carnavalesco é de morrer de rir!

a partir desse dia alavancamos uma inoxidável amizade super colorida… apesar de p/b!

skank  /  avenida rio branco (rio de janeiro)  /  fevereiro1993

negativos & positivos (86) [carlos townsend]…

o sorridente na platéia (à direita) é carlos townsend!

o flagrante foi captado pela xeretinha no dia de lançamento do filme “the last waltz”, no saudoso cinema rian…

em plena avenida atlântica (rio de janeura).

na época da foto, carlos estava às voltas com a rádio ciadade fm, criada por ele, em 1977.

100% fissurado em música, comunicação e rádio, townsend cravou seu nome na História brazuka.

por onde ele não circulou oficialmente – por exemplo a fluminense fm – sempre esteve disposto a remar junto…

ajudando do jeito que desse… até porque, também, transitou por várias gravadoras!

no início dos anos 2000 (ou antes), mergulhou fundo para implantar no brasa o sistema de rádio por satélite…

mas esbarrou – como sempre – nos esquemas das principais redes FM… de lascar!

carlos subiu dia 12 julho deixando com a gente toneladas de ensinamentos.

do jeitinho da fotoca, vou guardar para sempre a lembrança de CT como um amigo

sempre sorridente, solícito… e, acima de tudo, olhando pra frente!

leNda…

carlos townsend  / cinema rian (rio de janeiro)  /  julho1978

aí, folha de são paulo, hoje… aí…

“Peço perdão ao professor Pasquale se invado, aí, a sua seara: sei que meto o bedelho num assunto que ele poderia destrinchar, aí, com muito mais propriedade do que eu, mas não me aguentei. Eu tinha que me manifestar, pois desde a explosão do gerúndio –lá se vão, aí, mais de dez anos– não aparecia uma moda, aí, tão irritante, aí, como essa do “aí”.

Moro longe, nos cafundós da Granja Viana, e sempre que estou, aí, na Raposo Tavares, parado no trânsito ou me movendo, aí, na mesma velocidade que o finado bandeirante devia atingir, aí, a pé, ouço rádio -e as rádios são o celeiro, aí, a estufa, aí, a chocadeira, aí, do “aí”.

Entendo que não deve ser fácil falar ao vivo, aí, pra milhões de pessoas, aí, sobre separatistas na Ucrânia, o novo disco, aí, do Gilberto Gil, o trânsito, aí, na Anhaia Mello. Compreendo que, pro sujeito manter, aí, o ritmo, ele às vezes tem que se escorar, aí, numa ou noutra muleta. É como um chiclete que você mastiga, aí, na porta do cinema enquanto espera, aí, uma garota com quem vai sair, aí, pela primeira vez.

Mas assim como o ininterrupto sobe e desce da mandíbula pode acabar, aí, irritando a garota, o “aí” também consegue, aí, se sobrepor à informação. Aí -e aqui eu uso corretamente o “aí”, como advérbio, não como, aí, um soluço fonético- já não consigo mais prestar atenção em nada do que o cara fala: esqueço, aí, as tramoias do Putin, me desinteresso, aí, dos sambas do Gil, ignoro, aí, o caminhão-baú que enguiçou na pista da direita da Anhaia Mello -sentido bairro: só consigo ficar, aí, esperando o momento, aí, que o sujeito soltará, aí, o seu próximo “aí”.

Tenho pensado muito, aí, sobre o “aí” e cheguei à conclusão que ele exerce, aí, duas funções. Por um lado, ele amacia a frase, fazendo, aí, com que a dureza dos dados se acomode, aí, numa almofada de coloquialidade. Por outro lado, paradoxalmente, o “aí” parece dar, aí, mais complexidade à notícia. Se o repórter fala, aí, que “O mercado espera um crescimento de 1% em 2014”, a impressão que temos é que ele teve acesso a um só dado e nos transmitiu. Mas se ele diz, aí, que “O mercado espera um crescimento, aí, de 1% em 2014”, parece que ele analisou, aí, várias planilhas, viu expectativas de 0,6%, de 0,8%, de 1,3%, de 1,4%, fez seu próprio balanço e chegou à conclusão, aí, de que o crescimento esperado é em torno, aí, de 1%.

É essa falsa profundidade, aí, que me deixa especialmente irritado. Lembra muito o outrora poderoso “no caso”. Teve uma época, aí, em que o brasileiro era incapaz de responder uma pergunta que não começasse, aí, com “no caso”. “Tem Serramalte?” “No caso, não.” “A próxima avenida já é a Brasil?” “No caso, é.” Depois do “no caso”, veio, aí, o gerúndio, depois do gerúndio, aí, o “com certeza” e, agora, aí, o “aí”.

Ouso dizer, aí, que o “aí” é mais perigoso do que todos os modismos anteriores, justamente por ser mais discreto. Invisível aos olhos, quase inaudível aos ouvidos, ele se multiplica em nossas bocas como percevejos, aí, numa cama de pensão. Não quero ser alarmista, aí, mas acho que o problema é sério. Ou o Brasil acaba, aí, com o “aí” ou, no caso, o “aí” vai estar acabando, aí, com o Brasil. Com certeza. Aí”

é escritor. Publicou livros de contos e crônicas, entre eles ‘Meio Intelectual, Meio de Esquerda’ (editora 34). Escreve aos domingos.
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lembra quando o assunto passou porraqui, né?

os vândalos e joe rosenthal…

antes de conhecer o novo teatro tereza raquel – NET rio – houve o tradicional aquecimento na redondeza.

xerê saiu da adega pérola tal e qual um balão japonês…

e pediu pros amiguinhos (os vândalos da siqueira campos) fecharem a via pública.

não foi preciso insistir aos balõezinhos…

o registro está circulando loucamente pelas outras vias públicas, as tais redes, manja?

o impressionante é que mesmo incluindo manicures, manequins, bailarinas, fisioterapeutas, ilusionistas e contorcionistas,

a postura corporal dos ativistas foi totalmente ao acaso, alavancada em um mísero segundo…

e assim restará até o fim dos tempos (quando, hein?)!

diante desse monumento captado por xerê e seguindo a afinação nipônica,

fui jogado diante de outra inoxidável coreografia da humanidade…

PQParille… o clássico de joe rosenthal na conquista de iwo jima, em fevereiro1945!!!

mamãe!

( :

frisco…

meu chapa clóvis construiu a vida dele, nos últimos muitos anos, em são francisco.

a prole é americana… com altíssimo risco de ser chamada pra dar uma “voltinha” na ucrânia…

ou síria, ou líbano… enfim, comer chumbo moído em nome da dominação!

casca grossa!

durante décadas, clóvis alimentou o desejo carnal de abrir um bar temático em… rock’n’roll…

no rio de janeura!

lá pela américa foi adquirindo centenas de peças (cartazes, autógrafos, discos, postais, traquitanas,

geringonças, revistas, quinquilharias, jornais…) para adornar o tal sonho etílico/musical.

o tempo foi voando… e nada do “botequim” se tornar realidade.

como era previsto pelo psicanalista, a vontade secou… a barra pesou, “the times they are a changin'”…

e:

“maurição, tô vendendo tudo. não vou mais ficar aqui. não aguento mais nossa cidade, nosso país,

meu botafogo… tá tudo desabando. porra, daqui a quantos anos o presidente brasileiro será

empossado no templo de salomão?”

PQParille!

) :

dei um chego lá na maloca dele e arrematei a edição póstuma da rolling stone, lançada em 29outubro1970!

barra pesada… heavy pra meirelles!