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negativos & positivos (231) [phil collins / genesis]…

no deserto onde o brasa se rastejou – por longos & longos anos – à espera desse tal de rock’n’roll, raros foram os pingos d’água em nossas gargantinhas. santana & banda liberaram o contagotas em 1972 (no teatro municipal carioca) e voltou em 1973 no maranãzinho quando iniciou a série de shows internacionais no ginásio de esportes ao lado do maraca (na época): alice cooper em 1974, rick wakeman em 1975 e genesis, em 1977… que jogou no ralo o mito “som ruim” do maracanãzinho. isso mesmo, foi a primeira vez que tivemos, em solo auriverde, um som cabriocárico num espaço de péssima acústica. foram quatro apresentações, duas no dia 14maio e mais duas no dia 15… quatro shows lotadaços com o mesmo setlist que destacou cinco músicas da fase peter gabriel…

  1. Encore:

a banda ficou hospedada no hotel nacional (são conrado) e a xeretinha chegou junto do caboclo (com o monumental baterista chester thompson ao lado)…

collins2.tico

phil collins (genesis)  /  rio de janeiro  /  maio1977

19janeiro1974 (ou o genesis abalando nossas vidinhas)…

aTRIPA resgatou um assunto que coloquei aqui no tico, em junho2003.

como o dia da aventura é exatamente o mesmo de hoje…

em dezembro de 1973, kito poncione (que, dez anos depois, foi baixista
da banda londrina blue rondo a la turk), roberto (meu primo) e eu
estávamos em londres tal e qual três caipiras chegando, pela primeira
vez, à praia de ipanema.
showzinho aqui, marquee ali, reveillon desorientante… enfim. tudo
aquilo que sonhamos por anos. só que ainda não havíamos esbarrado em
um GRANDE concerto de rock.
até que, finalmente, chegou o dia de vermos o genesis no drury lane.
um teatro vitoriano, muito pequeno bem no centro de londres.

o “aquecimento” foi realizado ao longo dos primeiros dias do ano para chegarmos calibrados em 19 de janeiro!!!

o nosso tesão era tanto que no dia da apresentação resolvemos passar de tarde

pelo local do show. quem sabe, de repente, dar uma sorte e penetrarmos na
passagem de som.
como já tinhamos os ingressos comprados, não custava nada arriscar.
é bom lembrar que o genesis havia acabado de lançar o álbum “selling
england by the pound” e estava no auge de sua popularidade e
criatividade.
bem, os três patetas chegaram à “backstage door” e ficaram ciscando em
volta do caminhão de equipamento do grupo. abobalhados por uma
realidade que só conhecíamos por jornal importado. repito, o drury
lane é uma jóia da arquitetura inglesa (vale dar uma pesquisada na web
– drury lane, royal theatre) e sua entrada de fundos fica numa ruela típica
de qualquer filme rodado em londres nos anos 60.
tá sacando onde os capiaus estavam metidos?
tá sentindo em que nível estava o nosso batimento cardíaco?
depois de alguns minutos zanzando do lado de fora do teatro, surge pela “backstage door” um caboclo com
cara de gerente de banco. os matutos caem em cima perguntando se
poderiam assistir ao ensaio do genesis. o cidadão era simplesmente o
diretor do teatro!!!
de cara, ele pediu para ver os nossos tickets. cheio de “marra” meti a
mão no bolso e peguei o ingresso que, na realidade, era um recibo
garantindo os nossos três lugares (foto acima).
o caboclo olhou e mandou na lata:
“amigos, esses ingressos foram para o show de ontem”
HEIN? COMO? DE QUE FORMA? TÁ MALUCO? TU TOMOU ESMALTE DE UNHA? QUER
ENTRAR NA PORRADA?
olhamos com atenção o ingresso e estava lá – dia 19 de janeiro!
e já era dia 20!!!
o genesis se apresentou por três noites – 18, 19 e 20.
não sei até hoje o que gerou a nossa confusão. mas credito essa
doideira à maluquice do desbunde que estávamos vivendo. resumindo, o
nosso show já havia rolado e o do dia já estava TOTALMENTE vendido.
ficamos completamente desesperados. caralho, era o nosso primeiro
grande show e por uma total estupidez tudo tinha se perdido.

o caboclo percebendo a insanidade tupiniquim detonou sua segunda e

inesperada frase:
“prestem atenção, o show começa às 8 da noite. apareçam aqui nesse lugar
quinze minutos antes e eu tentarei fazer alguma coisa por vocês, mas
não garanto nada. não há mais ingressos para vender e cambista
não se cria aqui”.
os três palermas se olharam sem acreditar em nada que foi falado e
partiram para uma semi bebedeira num pub em tottenham court road.
o tempo passou rápido e às 19:45 estávamos plantados no local
combinado. esperança? quase zero.
de repente, como se fosse moisés no mar vermelho (é isso mesmo?),
surge o caboclo vestido num smoking reluzente e já bradando sua
terceira e mais inesperada frase:
“ohhhh meus amigos brasileiros. o que estou fazendo é
totalmente errado mas notei a sinceridade de vocês. FOLLOW ME”.
PQP!!! os três muquiranas se olharam embriagados e seguiram o dono da
cocada. fomos entrando pelo teatro, passamos pelas cadeiras da platéia
e subimos para o segundo andar onde ficava a mesa de som. foi quando
“moisés” proclamou a quarta frase:
“fiquem aqui ao lado da mesa e não se mexam por nada. tchau”.
em cinco minutos as luzes se apagaram e, finalmente, os três
brasileiros puderam testemunhar a tal experiência de um verdadeiro
show de rock. em mais de duas horas o genesis marcou nossas vidas com
a mais inesquecível história que teremos a chance de contar por muitos
e muitos anos.
para fechar a noite, durante o bis com peter gabriel descendo do teto
segurando uma luz em “musical box”, já estávamos na beira do palco,
abraçados, descaralhados e chorando como três criancinhas.
roberto e kito não estão mais com a gente. pra eles eu dedico o tico
de hoje. tenho certeza que a essa hora eles estão rindo das minhas
lágimas. kiss.

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reparou que o ticket sequer foi destacado na entrada?

claro, entramos pelo “basculante”.

( :

on the road, de novo…

Subject: “Pa tocá nos 300”

“Fala MauVal…beleza?

Aqui mais uma vez o Caminhoneiro errante, Marcelo Dutra diretamente de São Luiz (MA).
Mano você me pediu ou permitiu ou ainda me seduziu com uma participação no programa comemorativo com duas músicas de minha escolha, ou uma das duas. Quero lhe adiantar que sou do tempo daquele rock dos anos 70, finalzinho dos 60. Agente tava sempre atrasado em matéria de disco. Eu literalmente cresci escutando Led Zeppelin, WHo, Hendrix, Purple, Pink Floyd e principalmente e muuito, Gênesis. Tenho um irmão cinco anos mais velho, que naquela época era um grande maconheiro e repetente. Sempre de castigo, estudava no quarto onde eu dormia o meu “soninho” da tarde escutando baixinho, pra mãe não escutar, nossa vitrolinha Philips. Bom…o cara era amarradão no Gênesis e tal música embalava meus sonhos vespertinos.
Alguns anos mais tarde, já então também um maconheiro, assisti ao show do Gênesis no Maracanãzinho,devidamente drogado e viajandão, já sem Peter Gabriel; mas com canhões lazer, muita cenografia e aquela música maravilhosa. Já nessa era, mas ainda no século passado pude ver Steve Hacket no Canecão.
Sei que muito crítico acha o Gênesis, dos progressivos, o mais chato. Fico muito puto com isso, mas fazer o que?!! Pior que ser chato é ser crítico. E se você sentir dificuldade em encaixar os caras no programa, não se faça de rogado. Fica tranquilo, mas vai faltar minha cara no grande “rosto de retalhos” do programa.
Bom, vamos ao que interessa.:
Músicas – Firth of Fifth (que prefiro) e/ou The Cinema Show as duas do LP Selling Engand by the pound.
Meu telefone é …
Maurição, agora sério. Vivo na estrada, dentro de uma Scania maneiríssima e, muito embora, nossa telefonia tenha melhorado muito, tem muita área sem cobertura nesse Brasilzão. Se não conseguir fazer contato a tempo, ou se realmente não der pra encaixar as músicas (são longas, dez…onze minutos) eu fico contente em estar mantendo esse contato contigo. Prezo muito teu trabalho, que é bem feito porque você faz o que gosta. Descobri isso um pouco tarde. Poderia estar rico se não tivesse escutado meus pais e feito faculdade. Mas na verdade me sinto um felizardo acordando, respirando e ganhando grana “no Trecho”.
Abração mano
Tamo junto!!!”
Marcelo