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negativos & positivos (16) [especial – the who, 40 anos]…

reparou na data bem no meio do ingresso?

pois é, hoje, damos de cara com exatos quarenta anos em que vi o the who (completaço) lançando o álbum “quadrophenia”, em paris!

muuuuuita emoção!

já disse um quatrilhão de vezes que tenho sodade apenas das pessoas que não estão mais comigo…

ok, tá bom, e do vasco de 97!

ter tido a chance/sorte de presenciar um dos shows mais extraordinários/devastadores que já passaram sobre

a face da terra não é absolutamente nada comparado à experiência de contar com meu primo roberto ao lado.

com a chegada do scanner de negativos, resgatei fotografias que tirei nesse dia e que há muito tempo estavam “esquecidas”.

e mais, consegui apreciá-las muito melhor que em seus gloriosos dias de meros slides… projetados na parede!

o tico de hoje vai ser longo, a data merece… tá preparado?

em 2003, aqui no poleiro, escrevi sobre minhas lembranças desse 10fevereiro1974.

com as frequentes mudanças tecnológicas, as letrinhas desapareceram da web… mas foram recuperadas, recentemente, pel’aTRIPA.

no que o texto reapareceu, e postado de novo, MAM (o michelangelo do roNca) tratou de criar uma história em quadrinhos

ilustrando a saga parisiense para ver o the who.

cheguei a colocar alguns desenhos dele aqui no tico, lembra?

pois bem, para celebrar essas quatro décadas, começo com o texto de 2003 + algumas fotos (totalmente inéditas) captadas pela xeretinha e a “capela sistina” (para mim) realizada pelo MAM, um dos maiores fissurrados em the who on earth!

beleza?

boa viagem…

– no dia 6 de fevereiro, roberto (meu primo) e eu partimos de londres para paris.
de cara, fomos para o louvre. quando estávamos numa daquelas galerias enormes e, surpreendentemente, vazia, ouvimos um grito vindo das profundezas do museu e que reverberou pelas paredes de mármore – CARALHO!!!
quando olhamos para nos certificarmos da maluquice, avistamos um sujeito correndo em nossa direção prestes a bater o recorde dos 200 metros rasos. era um paulista que conhecíamos de londres e que, coincidentemente, estava em paris. o cara chegou esbaforido e balbuciou –
“puta que pariu, o who toca daqui a quatro dias em paris, fodeu… vamos comprar os ingressos agora”
ele que já vinha no pique foi só seguir o embalo, eu e roberto engrenamos numa correria para o local onde o pariscope indicava como venda dos tickets. chegamos rapidinho, encaramos uma filinha, compramos os ingressos e nunca mais voltamos ao louvre!!!
o who estava lançando o álbum quadrophenia. o disco que mais eu ouvia quando deixei o rio.
sabe lá o que é isso? estar em paris e, sem esperar, ser atropelado pelo THE WHO com keith moon!!!
circulamos pela cidade por 96 horas até o momento decisivo, como diria cartier bresson.
até que chegou a hora H. o show estava marcado para as 5 da tarde. ao meio dia já estávamos com tudo pronto para seguirmos para o parc des expositions. um local gigantesco, tipo um rio centro.
fomos de metrô que mais parecia um comboio de alucinados rumo ao paraíso. o que era a pura verdade.
ao chegarmos no rio centro deles, encontramos uma multidão de franceses, ingleses, espanhóis, turcos, paquetenses…
“cacete, vamos entrar logo nessa merda”. um de nós gritou e os outros dois foram atrás.
gente pra todos os lados. nas roletas, era um sufoco da porra. e eu pensando:
“isso aqui é pinto perto do maracanã”. mas a coisa tava preta.
assim que entramos, mais uma surpresa – o palco estava a uma distância similar a do leme ao posto 6!!!
ou seja, existia a praia de copacabana inteira entre nós e townshend, moon, daltrey e entwistle.
fomos nos aproximando e encaramos uma parede humana imóvel a quilometros de onde queríamos ficar.
peraí, o que está acontecendo? fui me metendo por entre a “francesada” até perceber o motivo do muro.
que era o seguinte – os que chegaram mais cedo, ao invés de ficarem em pé, se deitavam como se estivessem num camping. resultado? toda a área em frente ao palco até a torre de iluminação foi ocupada pelos folgados.
e o pior, NINGUÉM entrava nesse espaço. NINGUÉM! impressionante!
fizemos uma reunião de cúpula e resolvemos – “porra o de gaulle que se foda, luiz XV que se foda, o louvre que se exploda, a torre eiffel que desabe… VAMO INVADIR ESSA MERDA… VASCÔÔÔÔ…” e invadimos!
imagina a cena – milhares de pessoas refasteladas com comidinhas, lendo filosofia, namorando, dormindo, bebendo vinho… de repente três alucinados começam a pisotear o french pic nic!!!
roberto e eu fomos na frente. conforme íamos atravessando o campo “minado”, era porrada de todos os lados que a gente tomava. olhei pra trás e vi o paulista (não me lembro o nome dele. uma pena) sendo “expulso” e voltando lá pro ponto inicial da travessia.
vou contar uma coisa, nunca passei por uma situação tão casca grossa.
simplesmente era todo o parc des exposition olhando para os dois malucos – eu e roberto.
e a gente não parava. era porrada em cima de porrada, cusparada, palavrão em todas as línguas… e a gente não parava. tínhamos como objetivo um ponto bem em frente ao “santuário” (o palco).
finalmente chegamos onde queríamos ficar. imagina de novo – nós dois em pé no meio de um monte de gente rosnando. virei pro roberto e falei
– “cara, chegamos até aqui. agora, vamos arrumar uma porradaria e no que vagar um pedacinho de chão a gente se senta e liga o foda-se”.
no meio dessa aventura fiquei me recordando das histórias que meu pai contava sobre a final da copa de 50 no maracanã. ele dizia que muitos de seus amigos se jogavam do alto da arquibancada e desciam por cima
das cabeças das pessoas sentadas até surgir um lugar.
24 anos depois colocamos a mesma estratégia em prática.
voltando ao ponto em que paramos. aconteceu o que era previsto. no que estacionamos, uns quatro franceses se levantaram para iniciar o pugilato. e a porrada seria das boas! seria porque no exato momento do gongo, um francês nos puxou e cedeu um espaço de seu lote pros brasileiros atrevidos. cara que sufoco!!! bem, as coisas se acalmaram e curtimos as preliminares do que seria um show devastador em todos os sentidos. o sistema de som ficava fissurando a rapaziada com trechinhos em eco de quadrophenia –

“love reign o’er meeeeeeeeeeee” ou “can you see the real meeeeeeeeeeeeeeee”… PQP!!!

de repente as luzes se apagam e, finalmente, todos se levantam. no meio da escuridão ainda tomamos uns safanões dos recalcados. quase nem sentimos tamanha era a vibração.
dali em diante, aí sim, o pau comeu na casa de noca!!!
falar mais o quê? o que era pra contar já foi dito. o resto é História que foi cantada nesse “set list” –
I Can’t Explain, Summertime Blues, My Wife, My Generation, The Real Me, The Punk And The Godfather, 5.15, Sea And Sand, Drowned, Bell Boy, Doctor Jimmy, Love Reign O’er Me, Won’t Get Fooled Again, Pinball Wizard, See Me Feel Me, Substitute, Magic Bus, Naked Eye, Let’s See Action, My Generation.
um detalhe – nunca mais vimos o paulista.
ah, a saideira – de paris fomos para amsterdam e no aeroporto encontramos com roger daltrey no dia seguinte ao show. chegamos junto e ele foi muito gente fina. autografou pra mim o poster da tour francesa e posou para essa foto:

.

roberto forévis

( :

ainda…

a chegada do the who ao brasa, em 2013, já estava sendo cogitada há tempos!

láááááááá atrás, há uns 10 anos (ou mais), a vinda foi cancelada depois da negativa da vênus em fazer uma matéria com a banda nos USA.

pensou o responsável: “ué, se a globo não se interessa em divulgar/antecipar os shows do who, quem estará ao meu lado?”

POW, cairam as datas sulamericanas… algumas já estavam à venda!

enfim, quando recomeçou o zumzumzum, este um (escaldado) pulou fora: “não é coisa minha”!

quando o cartaz, ali debaixo, pipocou na web, já veio cheio de dúvidas: não tinha nada no site da banda, não havia nenhuma informação extra!

ok, normal, pros dias atuais… de repente, alguém tratou de antecipar os shows.

ué, tem neguinho que faz “crítica” de disco com sobras da gravação imaginando ser o verdadeiro… normal!

as pegadinhas abundam – e são cortejadas – na grande rede!

hoje, pela manhã, liguei pra outra tchurma que poderia estar envolvida com o the who: “não tem nada, maurição”!

enfim, com a pressa que paira sobre o planeta… é assim que a banda toca… ou não toca!

( :

coincidentemente, dia 10, bato de cara com 39 anos em que vi townshend-moon-daltrey-entwistle lançando o disco quadrophenia, em paris…

e o MAM está registrando o acontecimento, lembra?

sempre com o help d’aTRIPA, otaner conseguiu resgatar um post de 2003 (há 10 anos) em que lembrei deste dia.

por conta dos acontecimentos recentes, acho que vale a pena relembrar:

– no dia 6 de fevereiro, roberto (meu primo) e eu partimos para paris.
de cara, fomos para o louvre. quando estávamos numa daquelas galerias enormes e, surpreendentemente, vazia, ouvimos um grito vindo das profundezas do museu e que reverberou pelas paredes de mármore – CARALHO!!!
quando olhamos para trás para nos certificarmos da maluquice, avistamos um sujeito correndo em nossa direção prestes a bater o recorde dos 200 metros rasos. era um paulista que conhecíamos de londres e que coincidentemente estava em paris. o cara chegou esbaforido e balbuciou –
“puta que pariu, o who toca daqui a quatro dias em paris, fodeu… vamos comprar os ingressos agora”
ele que já vinha no pique foi só seguir o embalo, eu e roberto engrenamos numa correria para o local onde o pariscope indicava como venda dos tickets. chegamos rapidinho, encaramos uma filinha, compramos os ingressos e nunca mais voltamos ao louvre!!!
o who estava lançando o álbum quadrophenia. o disco que mais eu ouvia quando deixei o rio.
sabe lá o que é isso? estar em paris e, sem esperar, ser atropelado pelo THE WHO com keith moon!!!
circulamos pela cidade por 96 horas até o momento decisivo, como diria cartier bresson.
até que chegou a hora H. o show estava marcado para as 5 da tarde. ao meio dia já estávamos com tudo pronto para seguirmos para o parc des expositions. um local gigantesco, tipo um rio centro.
fomos de metrô que mais parecia um comboio de alucinados rumo ao paraíso. o que era a pura verdade.
ao chegarmos no rio centro deles, encontramos uma multidão de franceses, ingleses, espanhóis, turcos, paquetenses…
“cacete, vamos entrar logo nessa merda”. um de nós gritou e os outros dois foram atrás.
gente pra todos os lados. nas roletas, era um sufoco da porra. e eu pensando:
“isso aqui é pinto perto do maracanã”. mas a coisa tava preta.
assim que entramos, mais uma surpresa – o palco estava a uma distância similar a do leme ao posto 6!!!
ou seja, existia a praia de copacabana inteira entre nós e townshend, moon, daltrey e entwistle.
fomos nos aproximando e encaramos uma parede humana imóvel a quilometros de onde queríamos ficar.
peraí, o que está acontecendo? fui me metendo por entre a “francesada” até perceber o motivo do muro.
que era o seguinte – os que chegaram mais cedo, ao invés de ficarem em pé, se deitavam como se estivessem num camping. resultado? toda a área em frente ao palco até a torre de iluminação foi ocupada pelos folgados.
e o pior, NINGUÉM entrava nesse espaço. NINGUÉM! impressionante!
fizemos uma reunião de cúpula e resolvemos – “porra o de gaulle que se foda, luiz XV que se foda, o louvre que se exploda, a torre eiffel que desabe… VAMO INVADIR ESSA MERDA… VASCÔÔÔÔ…” e invadimos!
imagina a cena – milhares de pessoas refasteladas com comidinhas, lendo filosofia, namorando, dormindo, bebendo vinho… de repente três alucinados começam a pisotear o french pic nic!!!
roberto e eu fomos na frente. conforme íamos atravessando o campo “minado”, era porrada de todos os lados que a gente tomava. olhei pra trás e vi o paulista (não me lembro o nome dele. uma pena) sendo “expulso” e voltando lá pro ponto inicial da travessia.
vou contar uma coisa, nunca passei por uma situação tão casca grossa.
simplesmente era todo o parc des exposition olhando para os dois malucos – eu e roberto.
e a gente não parava. era porrada em cima de porrada, cusparada, palavrão em todas as línguas… e a gente não parava. tinhamos como objetivo um ponto bem em frente ao “santuário” (o palco).
finalmente chegamos onde queríamos ficar. imagina de novo – nós dois em pé no meio de um monte de gente rosnando. virei pro roberto e falei
– “cara, chegamos até aqui. agora, vamos arrumar uma porradaria e no que vagar um pedacinho de chão a gente se senta e liga o foda-se”.
no meio dessa aventura fiquei me recordando das histórias que meu pai contava sobre a final da copa de 50 no maracanã. ele dizia que muitos de seus amigos se jogavam do alto da arquibancada e desciam por cima
das cabeças das pessoas sentadas até surgir um lugar.
24 anos depois colocamos a mesma estratégia em prática.
voltando ao ponto em que paramos, aconteceu o que era previsto. no que estacionamos, uns quatro franceses se levantaram para iniciar o pugilato. e a porrada seria das boas! seria porque no exato momento do
gongo, um francês nos puxou e cedeu um espaço de seu lote pros brasileiros atrevidos.
cara que sufoco!!! bem, as coisas se acalmaram e curtimos as preliminares do que seria um show devastador em todos os sentidos. o sistema de som ficava fissurando a rapaziada com trechinhos em eco de
quadrophenia –
“love reign o’er meeeeeeeeeeee” ou “can you see the real meeeeeeeeeeeeeeee”… PQP!!!
de repente as luzes se apagam e, finalmente, todos se levantam. no meio da escuridão ainda tomamos uns safanões dos recalcados. quase nem sentimos tamanha era a vibração.
dali em diante, aí sim, o pau comeu na casa de noca!!!
falar mais o que? o que era pra contar já foi dito. o resto é História que foi cantada nesse “set list” –
I Can’t Explain, Summertime Blues, My Wife, My Generation, The Real Me, The Punk And The Godfather, 5.15, Sea And Sand, Drowned, Bell Boy, Doctor Jimmy, Love Reign O’er Me, Won’t Get Fooled Again, Pinball Wizard, See Me Feel Me, Substitute, Magic Bus, Naked Eye, Let’s See Action, My Generation.
um detalhe – nunca mais vimos o paulista.
ah, a saideira – de paris fomos para amsterdam e no aeroporto encontramos com roger daltrey no dia seguinte ao show. chegamos junto e ele foi muito gente fina. autografou pra mim o poster da tour francesa e posou para essa foto:

 

A pedrada…

Subject: Agradecimentos
“Te contar uma história, tava quase desistindo do The Who cara, não conseguia achar o que todo mundo fala que a banda é, quando de repente vc me abre o programa com aquela pedrada Heaven and Hell… resgatou do inferno a vontade de conhecer melhor a banda e todo a sua história. O programa que já me aprensentou Lee Perry, orchestre poly-rythmo de cotonou e uma infinidades de coisas, me reapresentou The Who! Valeu Cara!”
Paulo Sérgio

stamp…

The Who’s former manager Chris Stamp dies aged 70

The Who have paid tribute to their former manager Chris Stamp, who died of cancer on Saturday (November 24), aged 70.

At a concert in Detroit on Saturday night, Roger Daltrey called Stamp a man “without whom we wouldn’t be the band we were,” Billboard reports. He added: “Chris, we can never thank you enough – well, I can’t, for what you brought to my life”.

Stamp first met the band in 1963 with his business partner Kit Lambert when they were filming a documentary about the British rock scene. The pair later became The Who’s co-managers.

In 1967, Stamp and Lambert launched their label Track Records, releasing Jimi Hendrix’s single ‘Purple Haze’ and album ‘Are You Experienced?’.

Stamp also worked on the production for The Who’s 1968 LP ‘Magic Bus’ and is also credited as executive producer of ‘Tommy’, ‘Who’s Next’, ‘Quadrophenia’ and the soundtrack for the 1975 ‘Tommy’ rock opera.

In the mid-1970s, Stamp and Lambert split with The Who and moved Track Records to New York, where they produced records for the soul group Labelle. Lambert died after suffering a brain hemorrhage in 1981, and Stamp entered rehab in 1987, later re-training as a therapist.

A message posted on the band’s website said the loss was “hard to bear” and that tributes would follow.

deliraNdo…

Subject: The Who
“Caro Maurício

Fui ontem à noite no recém inaugurado Barclay’s Center no Brooklin para assistir ao show do The Who executando o Quadrophenia + alguns hits. Tremenda tranquilidade para chegar, fui de metrô. O local é fantástico, muito espaço, comida e boa cerveja vendendo dentro da arena, além de uísque, vodka…
Agora o show… Foi além do que eu esperava amigo. Quase 3h de puro delírio. Local sold out, não cabia mais ninguém. Os 50% sobrevivente do Who + Zak Starkey + Pino Palladino + Simon Townsend fizeram um showzaço. No fundo do palco imagens ilustrando o início o anos 60, passando pelo início dos 70’s, Heath era o PM eu acho, com a crise econômica devido à alta do petróleo, Thatcher etc.
Mas, o mais emocionante foram as imagens de Keith Moon e John Entwistle, por vezes superpostas, com o som, ao que era executado no palco. Há uma performance solo de Entwistle em 5:15 que é inacreditável… Outra é de Moon em Bell Boy… Indescritível.
Pena que as quase 3h passaram rápidas. Foi emocianante ver as pessoas cantando, se abraçando, se divertindo…deu para sentir que os caras da banda estavam se sentindo bem ali, acima de qualquer compromisso profissional.
Fantástico cara.

Nesse mesmo local, daqui a alguns dias: Dylan com Mark Knopfler, Leonard Cohen e Neil Young. Um dia a gente chega lá…
Forte abraço de seu fan”

Gerson

página1

lembra quando coloquei aqui no tico a via crucis que foi ver o the who com meu primo roberto, em paris/1974?

é o assunto do dia 5 de setembro, algumas páginas atrás!

pois é, o MAM (componente d’aTRIPA) urrou ao ler o relato da “invasão”:

“qualquer dia desses, vou fazer a história em quadrinhos dessa trosoba”

êita… pressão!

afinal, MAM colabora com o roNca há anos & anos!

se o crumb ilustrou a bíblia… o MAM tira de letra “a invasão”, né?

a produça está correndo solta… entre uma aula de russo e um jogo do fogão, nosso artista coloca a mão na massa!

quando a obra estiver pronta, vamos colocar – semanalmente – “a invasão” aqui no tico… esta é a idéia!

para esquentar o assunto, MAM enviou material do que poderá ser a primeira página da HQ!

em primeiríssima mão…

 

who74…

otaner, componente Frenético d’aTIPA, acabou de me enviar um tico-tico de 2003 onde relembrei meu primeiro contato com o the who… estas linhas estavam desaparecidas há muito tempo.

como volta e meia brota alguém perguntando por elas…

detalhe: a doideira foi tão grande para entrar no recinto que o ticket (aqui em cima) sequer foi destacado…

e segue inteirão!!!

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no dia 6 de fevereiro, roberto (meu primo) e eu partimos para paris.
de cara, fomos para o louvre. quando estávamos numa daquelas galerias enormes e, surpreendentemente, vazia, ouvimos um grito vindo das profundezas do museu e que reverberou pelas paredes de mármore – CARALHO!!!
quando olhamos para trás para nos certificarmos da maluquice, avistamos um sujeito correndo em nossa direção prestes a bater o recorde dos 200 metros rasos. era um paulista que conhecíamos de londres e que coincidentemente estava em paris. o cara chegou esbaforido e balbuciou –
“puta que pariu, o who toca daqui a quatro dias em paris, fodeu… vamos comprar os ingressos agora”
ele que já vinha no pique foi só seguir o embalo, eu e roberto engrenamos numa correria para o local onde o pariscope indicava como venda dos tickets. chegamos rapidinho, encaramos uma filinha, compramos os ingressos e nunca mais voltamos ao louvre!!!
o who estava lançando o álbum quadrophenia. o disco que mais eu ouvia quando deixei o rio.
sabe lá o que é isso? estar em paris e, sem esperar, ser atropelado pelo THE WHO com keith moon!!!
circulamos pela cidade por 96 horas até o momento decisivo, como diria cartier bresson.
até que chegou a hora H. o show estava marcado para as 5 da tarde. ao meio dia já estávamos com tudo pronto para seguirmos para o parc des expositions. um local gigantesco, tipo um rio centro.
fomos de metrô que mais parecia um comboio de alucinados rumo ao paraíso. o que era a pura verdade.
ao chegarmos no rio centro deles, encontramos uma multidão de franceses, ingleses, espanhóis, turcos, paquetenses…
“cacete, vamos entrar logo nessa merda”. um de nós gritou e os outros dois foram atrás.
gente pra todos os lados. nas roletas, era um sufoco da porra. e eu pensando:
“isso aqui é pinto perto do maracanã”. mas a coisa tava preta.
assim que entramos, mais uma surpresa – o palco estava a uma distância similar a do leme ao posto 6!!!
ou seja, existia a praia de copacabana inteira entre nós e townshend, moon, daltrey e entwistle.
fomos nos aproximando e encaramos uma parede humana imóvel a quilometros de onde queríamos ficar.
peraí, o que está acontecendo? fui me metendo por entre a “francesada” até perceber o motivo do muro.
que era o seguinte – os que chegaram mais cedo, ao invés de ficarem em pé, se deitavam como se estivessem num camping. resultado? toda a área em frente ao palco até a torre de iluminação foi ocupada pelos folgados.
e o pior, NINGUÉM entrava nesse espaço. NINGUÉM! impressionante!
fizemos uma reunião de cúpula e resolvemos – “porra o de gaulle que se foda, luiz XV que se foda, o louvre que se exploda, a torre eiffel que desabe… VAMO INVADIR ESSA MERDA… VASCÔÔÔÔ…” e invadimos!
imagina a cena – milhares de pessoas refasteladas com comidinhas, lendo filosofia, namorando, dormindo, bebendo vinho… de repente três alucinados começam a pisotear o french pic nic!!!
roberto e eu fomos na frente. conforme íamos atravessando o campo “minado”, era porrada de todos os lados que a gente tomava. olhei pra trás e vi o paulista (não me lembro o nome dele. uma pena) sendo “expulso” e voltando lá pro ponto inicial da travessia.
vou contar uma coisa, nunca passei por uma situação tão casca grossa.
simplesmente era todo o parc des exposition olhando para os dois malucos – eu e roberto.
e a gente não parava. era porrada em cima de porrada, cusparada, palavrão em todas as línguas… e a gente não parava. tinhamos como objetivo um ponto bem em frente ao “santuário” (o palco).
finalmente chegamos onde queríamos ficar. imagina de novo – nós dois em pé no meio de um monte de gente rosnando. virei pro roberto e falei
– “cara, chegamos até aqui. agora, vamos arrumar uma porradaria e no que vagar um pedacinho de chão a gente se senta e liga o foda-se”.
no meio dessa aventura fiquei me recordando das histórias que meu pai contava sobre a final da copa de 50 no maracanã. ele dizia que muitos de seus amigos se jogavam do alto da arquibancada e desciam por cima
das cabeças das pessoas sentadas até surgir um lugar.
24 anos depois colocamos a mesma estratégia em prática.
voltando ao ponto em que paramos, aconteceu o que era previsto. no que estacionamos, uns quatro franceses se levantaram para iniciar o pugilato. e a porrada seria das boas! seria porque no exato momento do
gongo, um francês nos puxou e cedeu um espaço de seu lote pros brasileiros atrevidos.
cara que sufoco!!! bem, as coisas se acalmaram e curtimos as preliminares do que seria um show devastador em todos os sentidos. o sistema de som ficava fissurando a rapaziada com trechinhos em eco de
quadrophenia –
“love reign o’er meeeeeeeeeeee” ou “can you see the real meeeeeeeeeeeeeeee”… PQP!!!
de repente as luzes se apagam e, finalmente, todos se levantam. no meio da escuridão ainda tomamos uns safanões dos recalcados. quase nem sentimos tamanha era a vibração.
dali em diante, aí sim, o pau comeu na casa de noca!!!
falar mais o que? o que era pra contar já foi dito. o resto é História que foi cantada nesse “set list” –
I Can’t Explain, Summertime Blues, My Wife, My Generation, The Real Me, The Punk And The Godfather, 5.15, Sea And Sand, Drowned, Bell Boy, Doctor Jimmy, Love Reign O’er Me, Won’t Get Fooled Again, Pinball Wizard, See Me Feel Me, Substitute, Magic Bus, Naked Eye, Let’s See Action, My Generation.
um detalhe – nunca mais vimos o paulista.
ah, a saideira – de paris fomos para amsterdam e no aeroporto encontramos com roger daltrey no dia seguinte ao show. chegamos junto e ele foi muito gente fina. autografou pra mim o poster da tour francesa e posou para essa foto:

 

era uma vez uma banda pop…

em 1966!

em relação à popularidade, o the who equivalia, hoje, a um… é… é… a um luan santana!

ué… a banda tocava direto no rádio…  se apresentava em todas as esquinas… não saia da TV…

e lançou, em 1966, os compactos: “la la la lies”, “a legal matter”, “i’m a boy”, “ready steady go”, “substitute”  e “happy jack”!

e nosso patrício, recentemente, disse o seguinte:

– Luan Santana supera a fase teen, grava disco “mais maduro” e anuncia: “Daqui a 50 anos, ainda quero estar cantando, sempre sertanejo”

a única diferença é que ele não encerra um show como townshend & seus bluecaps!

né?

( :