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no teto, olhando pra cueca…

 

caramba, depois de 24 anos… o buraco!

fiquei negociando com meus botões o que fazer na primeira sexta feira sem o rio fanzine no globo.

ainda mais depois do programa de terça, alguma “(in)satisfacão” deveria ser colocada aqui… mas o quê?

no que chegou o email de rogerio skylab, tudo foi resolvido com o texto Dele no godardcity.blogspot.com

( :

RIO FANZINE

“Eu me lembro do inferno.
Mas esse inferno era meu, fazia parte da minha história. 
Estava separado e morava só. Era um ap na rua Paissandu, de apenas um cômodo. Nem cozinha tinha.
Eu abria as páginas do Globo e ia direto para o Rio Fanzine. Na parte principal, uma novidade, a nova banda que nem suspeitava existir. Mas na coluna à direita, havia as sugestões, as festas que iam rolar no fim de semana, o show das bandas independentes. A letra era pequenininha, mas isso pouco importava. Naquela coluninha à direita estava o mapa da mina.
E lá ia eu pra Rua Ceará.
Era o saravá metal do Gangrena Gasosa.
Podia ser também o “Formigas Desdentadas”. O “Zumbi do Mato”. “Uzomi”.
E tinha também o Doctor Smith aos sábados, o DJ Edinho e o seu irmão Nelson, a banda “Congo” e o “Dogs in Orbit”.
E de repente, naquela boate da rua da Passagem, aparecia D2 e BNegão . E Bacalhau. E Philippe Seabra.
Eu sempre encostado numa parede com uma lata de cerveja.
E dá-lhe Cure, Bowie, Blur…
No rádio, o Ronca Ronca.
Essa nostalgia dos diabos, vem bem à propósito: é que na sexta-feira passada, foi a última edição do Rio Fanzine, depois de tantos anos. E o programa Ronca Ronca, que continua firme, agora na OI FM, registrou com emoção a origem e a história do Fanzine comandado por Tom leão e Carlos Albuquerque. 
Salve, Ana Maria Bahiana !!!
Por fim, Sex Pistols, Joe Cocker e Nick Cave deram o ar da graça e me fizeram rolar lágrimas que molharam minha cueca.”

too much pressure!

 

UFA!

foi difícil acalmar os neivros pós jumboteKo de ontem.

o “momento batatada” sobre o rio fanzine, ao longo desses últimos vinte e quatro anos, foi de arrancar o coração pela orelha.

não, simplesmente, a coisa jornalística… mas tudo que sempre esteve conectado à História, toda.

e, como relembrei, os meus envolvimentos com tom, calbuque & cia ltda.

para engrossar ainda mais o caldo, as outras pontas do programa, coincidentemente, se alinharam de forma linda… miles + dado villa-lobos + a emoção em citar algumas pessoas que foram (e são) muito importantes pra mim + a constatação de como é vital alimentar nossas Verdadeiras amizades… e claro, os nove minutos de joe cocker caindo de boca em “with a little help from my friends”!

ah, nunca viu?

toma:

http://www.youtube.com/watch?v=uQYDvQ1HH-E

(PQP, joe! que porra foi essa que vocês fizeram em woodstock? que foda! god bless you!!!)

voltando…

o pacotão deflagou uma saraivada de mensagens muuuuuuito cascudas por parte de nossa torcida.

e o curioso é que 120% delas vieram do setor “valete” do jumboteKo, manja?

sim, a maioria esmagadoira, foi enviada pelos rapazes… gente secando as lágrimas, se dizendo atropelado por uma emoção sem paralelos, confirmando o blublu, símbolos máximos da macheza amolecidos… enfim, muuuuita emoção, verdadeira.

para exemplificar o fato, segura as letrinhas enviadas pelo alexandre berti, nosso ouvinte de primeiríssima geração.

ou seja, o caboclo tem os tímpanos colados ao roNca (& suas versões) desde 1982:

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PQP !!!

Véio, você conseguiu me emocionar.

Esse foi (na minha opinião) o seu melhor momento no rádio até hoje.

“Momento With a Little Help From My Friends”

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anyway, anyhow, anywhere… tomara que a vibe, realmente, tenha sido captada pela maioria da ouvintada.

e a julgar pelas participações e pelo telefonema do tom, a roda girou… mesmo!

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segue lista…

morphine – “claire” (ao vivo)

LCD soundsystem – “hippie priest bum-out”

nick cave – “the mercy seat” (acoustic version)

miranda kassin & andré frateschi – “artista é o caralho”

primal scream – “gimme gimme teenage head”

mombojó – “aumenta o volume”

otto & julieta venegas – “saudade”

kevin coyne – “chicken wing” (ao vivo)

lee perry – “taboo”

miles davis – “bitches brew”

(no exato instante em que o brasa era rasgado por “bitches brew”!)

orchestre poly rythmo – “ako ba ho”

sex pistols – “did you no wrong” (ao vivo)

joe cocker & the grease band – “with a little help from my friends” (ao vivo)

nick cave – “city of refuge” (acoustic version)

voltando ao “momento batatada”…

aqui está a primeira vez em que apareceram, na imprensa, os nomes tom leão & “na cidade”.

este é o terceiro número da revista “pipoca moderna” editada por ana maria bahiana, em janeiro de 1983…

( :

formado!

com o dever mais que cumprido (e comprido), o rio fanzine do globo – sob as batutas de carlos “calbuque” albuquerque & tom leão – coloca um ponto final em suas transmissões convencionais.

afinal, como está no texto ali embaixo, todo o “conteúdo” que por anos eles publicaram como sendo “exclusivo” do underground passou à superfície.

as atividades que antes eram inacessíveis à maioria, passaram a ser corriqueiras.

lá no início do rio fanzine, fazer um disco era uma ralação.

ser jornalista, exigia inve$timento e tempo… muito tempo.

para ser dejóta, era preciso ter – no mínimo – o material de trabalho, discos!

para ser cineasta, produtor, fotógrafo, transgressor, músico… enfim, todas as funções que foram largamente apresentadas pelo rio fanzine, passaram para o outro lado… o lado ilumidado, o lado de cima, manja?

a cada esquina a gente encontra 412 djs, 280 documentaristas, 783 bandas, 2.792 jornalistas, 860 designers e porraí vai.

GREAT!

é muuuuuuito mais gente funcionando criativamente e alargando as mentes auri-verdes.

concluindo, o bebezinho rio fanzine cresceu e ensinou de onde vem o apito do trem.

cheers & thanks!