72 graus…

Governador Valladares, tudo on line na sua vida? Esbaldou-se no carná do Rio? Leio na web que a coisa foi animada, mais de 6 milhões de palhaços botando fandangos e fandangas pra fora emprenhando as paralelas dos pneus do Rio de Janeiro. Por falar nisso, e o Belchior, hein? Foragido por depenar hotéis. Por isso é meu herói!!! Viva Belchior!!!! Viva Belchior!!!! Ahhhhh, Gov. my Gov. ahhhhhh. Carnaval me lembra os 28 dias de férias que passei no Mali, Noroeste da África, terra de percussionistas ingênuos, inocentes como Adão depois de morder a maça de Eva. Gov. my Gov., o Mali (pronuncia-se Malí) foi o lugar mais solidário e generoso que conheci na vida. Jamais esquecerei de uma cena, naquele deserto meio morno (72 graus embaixo da pedra), quando vi a distância, cavalgando na terra de barro batido misturado com bosta de hipopótomo, uma freira anglicana, UK, uma van (foto) levando 23 crianças afrodescendentes uniformizadas para o colégio ali perto, 772 quilômetros. Sei lá…quando lembro as lágrimas brotam nos meus olhos como o sêmem do falo dos crocodilos que copulam suecas, alemãs, escandinavas em geral que vão ao Mali para…como dizer?… para dar, Gov. my Gov. Mas a van da freira vinha, as crianças pareciam 23 bolas sete de sinuca rolando por causa da buraqueira. De repente, 38 homens mau encarados, cuspindo sangue, jogaram uma granada. Foi lá que Mulato Veloso escreveu o clássico “Há uma granada no meio do caminho”, que Antonio Platão ia gravar mas, sei lá porque, não gravou. A granada explodiu, a van parou, e as crianças foram arrancadas aos coices e pontapés (banda de Portugal, UK) e atiradas numa vala negra, digo, afroascendente. Os 38 homens mataram a freira….pára, é muita emoção….especialmente agora, tempos de papa amarelando e cantando e seguindo a canção…pára Gov. my Gov . Os 38 homens jogaram as crianças nuas na estrada de terra e cocô, transformaram seus uniformes em bustiês e, todos empunhando garrafas de Fogo Paulista (a preferida de Janis Joplin) pegaram a van e saíram em louca escapada, como se estivessem em Vilar dos Telles. Tudo isso me emocionou porque gosto da sinceridade, da troca de energia sincera entre os seres e os 38 homens ignoraram o politicamente correto em nome de seus objetivos, seus conceitos dialéticos podres e sensacionais. Gov. my Gov. a partir daí minhas férias no Mali foram inesquecíveis. Os rios malineses são limpíssimos porque são sagrados, como mijo de porco e óculos escuros de funkeiro. Diz uma lenda que Milton Mete em Negro começou a contextualizar o seu polêmico trabalho no Mali. Ele e M.C. Catraca, bandido escroto, digo, músico nota mil, mais conhecido como a bicha do apocalipse. Os rios são tão limpos que até lavei a glande sem me preocupar. O único porém é o esquema onze barra um que vigora no Mali. Sem perguntar, bispo Valladares, acabei entendendo do que se tratava porque éramos 11 na traineira no rio das Cloacas e só regressou um, eu. The rest, UK, ? Crocodilo comeu, hipopótamo recomeu, entendeu? Nessas férias no Mali aprendi que o que é do homem o bicho come, que celacanto gera maremoto e que a maconhaaaaaaaaaaaaaaaa é café pequeno perto do morrão malinês, que fumei como um javali e, descaralated, totalmente descaralated, vi até mico leão dourado numa Silva Jardim imaginária que meus neurônios tomados pelo fumacê me apresentaram. Choro pra cará neste momento. Saudade do Mali, do condiloma que lá criei como se fosse uma preá. Da ausência de samba e daquele ritmo chamado maracangalha que eles tocam com fêmur de franceses…não dá mais…continuo outra hora. Ummagumma Ferrare, Toquio de Bob Kovalic, UK, RJ, alive and kicking!