a agonia do jornalismo (musical) na “grande imprensa”…

rock

hoje, pela manhã, fui abatido por inúmeras mensagens envergonhadas com a capa do segundo caderno (do globo) “informando” sobre o início da turnê sulamericana dos stones.

tive que assuntar a razão de tanta indignação… e acabei pulando no mesmo barco.

caramba, na boa, não consigo imaginar nada tão raso para noticiar a chegada da mais importante banda em atividade ao brasil.

PQPparille, querer contextualizar os stones com o reinado de momo? “liderados pelo gingado de mick jagger”? dividindo a apresentação chilena em enredo-adereços-evolução-harmonia-fantasia? “apoteose do rock”? “acadêmicos do rock”?

mesmo se fosse uma banda totalmente desconhecida a “irreverência” seria desprezível… mas com the rolling stones? destratar a rapaziada que apresentou, em santiago, algumas das mais fundamentais musicas criadas pela humanidade? deixar o pobre do leitor exposto ao desnecessário desfile de “gracinhas” envolvendo os STONES? os mesmos que acabaram de tocar “she’s a rainbow”, “symphaty for the devil”, “gimme shelter”,  “tumbling dice”, “let’s spend the night together” e  “paint it black”? é isso mesmo? a gente merece?

recentemente, um amigo creditou a falta de coragem da mídia em sair da mesmice ao fato dela ter criado amarras sinistras com o lado mais “big brother (como assim, bial?)” do cotidiano brazuka. ou seja, para falar dos stones (algo que beira o erudito), a “grande imprensa” tem que associar jagger & cia, por exemplo, ao carnaval… para não perder audiência.

portanto, até mesmo ezequiel neves (forévis) estaria sob o martelar do vazio.

infelizmente, se a apoteose carnavalesca idealizada por darcy ribeiro celebra o final do desfile, podemos concluir que “apoteose do rock” determina… a agonia do jornalismo (musical).

eduardo, um abraço… e apareça pra gente ouvir “get yer ya ya’s out”!