“RoNcas,
o #568 estava jóia, cheio de informação e cultura. Nem vou falar da experiência sônica
pra não soar repetitivo. Mas o tema fundamental que surgiu no meio da faleichon, gente famosa esbarrada na rua, é apaixonante. Tomo a liberdade de compartilhar uma das minhas esbarradas mais foda.
Em 2001 tava de bob fumando um canceroso do lado de fora da loja da NBA na 5a Avenida quando percebo descendo em minha direção um casal que entre tantos humanos de passagem por aquele logradouro me chamou a atenção. Principalmente porque o casal descia claudicando, com passadas incompletas, mas bem agarradinhos.
Quando o casal claudicante entrou no perímetro visual que me permitiu a sua identificação quase engoli o marlboro que me massageava os pulmões. Era ele, o Macca, Sir Paul McCartney e sua então consorte, Heather Mills. Paul dando um rolé na 5a, o primeiro Beatle que eu via de perto, muitas emoções.
Sem hesitação me livrei do cigarro e meio que corri em direção ao augusto casal. Minha chegada brusca assustou Miss Mills, que se engruvinhou ainda mais no braço do Paul, certamente temendo que eu fosse mais um dos psychos muito encontradiços naquela cidade sem Deus.
Percebi que meu approach tinha sido brusco e com a voz mais suave do mundo me desculpei pela entrada errada e disse que era somente um humilde admirador do galactico cavaleiro. Paul, lorde pra caramba, ao mesmo tempo em que tranquilizava sua Heather foi simpático comigo e sorrindo me perguntou de que buraco do mundo eu tinha saído. Respondi que era brasileiro e já fui me desculpando e me despedindo.
Foi então que o Macca surpreendeu. Agradeceu aos meus cumprimentos e rindo perguntou se eu não queria um autógrafo. Impactado por aquela over gentileza resolvi ali naquela hora não perturbar ainda mais o ídolo e respondi que não, que só queria mesmo agradecer a ele por tantas musicas e momentos foda. Ele agradeceu e seguiu seu caminho 5a avenida abaixo. E eu fiquei lá parado, olhando o astro se afastar como que olha o Sol se pondo. Todo esse entrevero não deve ter durado mais do que 2 minutos, mas nunca mais esqueci.
abs”
arthur
