artista é o c _ _ _ _ _ o…

Governador Valladares, como diria Pedro II, cachê no lorto dos outros é Sukita. Leio na FAlha de São Paulo que Luizinho (do trio com Huguinho e Zezinho) e Charlinho Brown de La Bahia de todos Los Santos abiscoitaram um milhão e cem mil reais de jabá para cantarem no Reveillon de Copa-Barbárie-Cabana, na virada de 2013 pra 2012, digo, pelo visto, para 1968, 13 de dezembro, UK. 550 pilas pra cada um rebolar, cantar, enrolar, enfim, cair de boca no patrimônio público. Ou venderam Copacabana para a privada e não me avisaram?

Gov. my Gov, certa vez, Chapado na Casa do Guimarães, proferi um breve discurso: “pior que político, só artista”. É Gov. com aquelas carinhas de fome, sede, frio e fissura, como aranhas eles vão enroscando o orçamento público de tal forma que no final sai todo mundo enrabado. Menos eles, os bilionários cantantes. Quer que eu fale dos cachês pagos a Gil-lândia e Caetanoland no Reveillon de Salvador? Não, não quero largar um barro no remix de ceia que 187 por cento da audiência do programa comem até 31 de janeiro.

Fato é que quando Pedro Alvares Cabral chegou na Bahia fugindo do IPTU, antes de Pero Vaz de Caminha mandar um escravo a nado a Lisboa com uma carta pedindo emprego para o cunhado, um artista do Cirque de Porrei, que ficava no alto do mastro gritando terra à vista pediu para ser contratado por Cabral. O artista alternativo, que nas horas vagas (o dia todo) fazia malabares nos cruzamentos de cavalos em Lisbôa, pediu o equivalente hoje a um milhão de dólares para fazer uma performance na areia de Porto Seguro visando engrupir os índios. Como já tinha depositado toda a grana da viagem numa câmara mortuária no navio, Cabral olhou com desprezo para o artista, com aquela cara de coitadinho. Olhou e disse: “sobe no mastro, bicha do apocalipse!”

Em choro compulsivo o artista subiu, gritando, fazendo escândalo, irritando a tripulação e até os índios que, em tupi-guarani, perguntavam na areia “que porra é aquela?”. Para que o artista alternativo parasse de encher o saco, Cabral deu dois marinheiros para os índios comerem em troca de ouro e prata, rattle and hum. Incrível, Gov. my Gov. Os relatos do historiador Lauvenvindo Gomes, autor de “2001 uma Odisséia que foi pro Espaço” contam que assim que pôs a mão na grana, o então revoltado artista trocou choro por riso e caiu de boca no falo de Cabral, que aos chutes e pontapés sussurrava “sai pra lá, cadela vadia!”

Ou seja, Valladares de Minas, ébrio comandante disso aqui, esse papo de artista comer milhão já tem mais de 500 anos. Por isso, não acho justo que seja feita uma auditoria no cachê de Luizinho e Charlinho Brown só porque eles deitaram e rolaram. Sempre foi assim. Até Yuka Ona (FOTO) nada na grana da câmara dos vereadores de Nova Iorque. A praia é pública, logo, cagueis e andais minha nêga. Ummagumma Ferrare, Casa Jimmy, Santa Teresa, UK.