aTRIPA aglomerada no #434…

Assunto: #434 | batendo fundo

“Pô Mauricio,

Agora pegou pesado, viajei fundo aqui nesse outro busão clássico do RJ…

Primeiro bate aquela falta de gente boa – não que não esteja em falta, mas cada um é cada um, né bicho? Yuka falando, sempre aquele astral, tudo o que ele representou e produziu, isso foi fundo…

Acabei me reconciliando aqui com o Rappa, que tava de certo modo na minha escadaria pessoal. A gente que tava naquele movimento dos 90 chegando a 00, Rappa com um primeiro disco muito pancadão lindo, maior orgulho que a gente tinha, e depois de alcançar aquela onda mega pop acabou me deixando meio saturado. Só pra sacar a loucura: quando o Asian Dub Foundation tocou no Canecão em 2001 abrindo pro Rappa (ok, sofri mas entendi coisas de headline local…) eu e um camarada fomos embora logo depois do Asian. Hahahahah… uns malucos do lado de fora quase xingando a gente…. Pra mim não tinha condição de escutar nada depois do ADB também naquele auge de Rafi’s Revenge e Community Music…  E, naquela onda de recusa de entrar em contato com a porrada, fugimos do show.

Mas, também tava surfando naquela vibe Tabla Beat Science, pistas de DB loucas virando a madrugada na sala 2 da Matrix, Marky alucinando em Copa no meio da semana (e você evocando essa viagem no programa também, faltou o especial com o Lauro), eita saudade da porra! Puro teletransporte.

Corta para: negócio de Rick Martin na época que artista não podia sair do armário que dava ruim pra ele… E nem tinha rede social pra acabar com o sujeito, o povo queimava o sujeito na praça mesmo, parava de comprar disco, de ir a show. Pelo menos mudanças boas aí nesse mundo de pandemia-pandemônio que estamos navegando…

Pra mais doideiras explodindo o olho parado rastejante, ainda me saca o Bill Laswell no meio do caminho, que também me lembrou um muito tocado aqui Dreams of Freedom do Bob Marley. Pra mim um disco que tira ele de qualquer escadaria (ainda que as vozinhas da velha guarda feminina do samba estejam bem lá nos dubs… hahahahaha, sinto muito, Nandão).

Épico, esse vai demorar pra pessoa se recuperar!
Grande abraço!”
Gracindo.

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Assunto: #434

“Caros MauVal e Nandão!

Como já havia dito uma vez, fiquei um bom tempo sem acompanhar seu programa, logo pode imaginar como me senti ouvindo essa relíquia de Fevereiro de 2000 na Rádio Imprensa, que soou inédito para meus tímpanos!
Clima fantástico no estúdio ao som dO Rappa!
E aí me pergunto (posso nao ter percebido), mas porque não ter uma vinheta com o Laurinho? pois o acervo é grande! pelo menos umas 3 deveriam existir!

Grande Abraço!”
Demétrio

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Assunto: SÃO MUITAS EMOÇÕES

“Ô de casa!! O mundo só girando, muita atividade, e a gente tentando ficar com a cabeça no lugar. Que fase né… Pandemia alterou bastante o curso das coisas aqui, mas a saúde aqui ainda prevalece. Ufa! 2020 foi o ano que eu resolvi sair do trampo-de-carteira-assinada pra ficar só na música. Saí em fevereiro, em março, pandemia – agenda zerou, mas consegui me virar bem por conta das economias, que acabaram, obviamente. Bem, no final das contas também foi nesse fluxo maluco que consegui lançar minhas primeiras músicas (ainda sem chance de prensagem, então só online mesmo). Galera gostou, tá gostando; lancei uma primeira trilogia de singles pra ver se conseguia contribuir de alguma forma com as dificuldades desse tempo. Tanto deu certo que to preparando o primeiro disco, vai chamar Matutando Sonho. Com a banda Macaxeira, estamos com o disco pronto, mas soltando as músicas uma-a-uma, naquele esquema ‘bora render’. Ficou bem bom o trampo. E outras três bandas, K2, Segundo Departamento, e iúna, todas também com discos de inéditas engatilhados ahahah ou seja, tem coisa desmoronando mas muitas outras boas coisas surgindo. Maluco né? Mando abaixo os três primeiros singles do meu trabalho, claro que queria mandar material físico né, mas… ainda não tá dando ahaha…

Bem, ouvindo o #434, eternizando o registro do programa do Rappa na íntegra. Que demais hein. Obrigado por ter realizado tudo isso. E salve Shogun! Realmente, só de ouvir esse programa bate uma alegria foda.

Espero que esteja tudo bem contigo, Nandão, e respectivas famílias. Grande abraço e seguimos!”

Pedrinho