poucas vezes o jumboteKo teve tanto assunto em pauta. “mesa quadrada” com shogun vestindo o novíssimo manto tricolor. ciclovia prestes a ser implodida. nossa santidade púrpura mostrando com quantos paus se faz uma canoa + bob mould, canastra (ao vivo no roNca, em 2007), the beach boys, “araça azul”, orchestre rail band (estalando via goma gringa), “desert sessions”, isaac hayes, the slits, bortoluzzi, “batman”… & muuuito+
Foi-se na madrugada desta segunda Fernando Faro, que fez muito pela memória da canção brasileira através dos programas de tevê shows e discos que produziu – sendo a face mais conhecida deles o “Ensaio”, na TV Cultura paulista (e TVE nacional).
É mais um a ir conversar com Hendrix – e a continuar a conversa com Cartola, que era camaradão do dito cujo.
Ó só, ali em cima, o Angenor no “Ensaio”, em 1974.
Enfim, como você disse na homenagem a Prince: que fase da nossa humanidade, hein?
em tempos de inclemência, cusparadas, retrocesso, desabamentos e grosseria máxima vem o gigante flamengo, responsável pelas atitudes de milhões e milhões de brasileiros, e assina o recibo da estupidez humana…
reparou nas carinhas de tristeza das crianças listradinhas?
na boa, não acredito que tenha sido idéia do wallace, capitão do flamengo, invadir o gramado, às pressas, para saudar a torcida de manaus e cravar uma bandeira de seu clube no centro do gramado…
realmente, não acredito que essa ação de guerrilha típica do estado islâmico pra marcar território tenha brotado da cabeça dele… afinal, ele deixou pra trás todo o protocolo civilizado (e exemplar para as torcidas) de entrar em campo junto ao adversário e com as crianças de ambos os clubes. isso, as crioncinhas estavam lá, aguardando horas a fio para realizar o sonho único de pisar o gramado de mãos dadas com seus ídolos…
ok, não foi uma criação do wallace, atleta profissional com larga experiência… mas então, quem do flamengo deu a patética ordem do clube protagonizar tamanha vergonha? sem dúvidas, um hooligan, uma anta bélica que poderia ser o responsável por problemas seríssimos fora das quatro linhas… já que a invasão foi um ato cristalino de desrespeito e incitação à violência.
como a TV da pastelaria estava na vênus, não houve maiores considerações sobre o desvario… pelo contrário, a mala narradora deu umas risadinhas como se fosse a coisa mais comum do mundo.
pelo andar da carrocinha, essa desgraça já foi esquecida pela mídia… que, certamente, não desconfiará a razão da próxima morte envolvendo torcidas (des)organizadas.
pra fechar, vem o colega do wallace (do outro lado) e bota lenha…
mas que figuraças, hein? como a peça bípede só permitia fotocas mediante um “faz-me rir” e a xeretinha não entrou ne$$a, a peça quadrúpede por pouco não saiu atrás da gente pra cobrar o “sirviço”… que momento!
o record store day tem sido pauta constante no roNca desde o dia em que nasceu. afinal, ele é a celebração máxima de algumas de nossas mais cascudas paixões: música, lojas de disco, criatividade, “divisão do pão”, originalidade & o diabo A4.
muito antes do RSD, todas essas conexões sonoras já habitavam nosso poleiro… e, por aqui, foram formadas gerações de fissurados em música… e vinil.
com o boom da música digital, era de se esperar alguma forma de reação ao sumiço do disco físico… e ele não tardou: “a volta do vinil” (sem que ele jamais tenha ido).
felizmente, o velho “plástico redondo com um furo no meio” agradou em cheio, sobretudo, à rapaziada que jamais havia visto um desses exemplares.
a indústria, claro, começou a (re)lançar os clássicos e a investir nas novidades onde muitas delas saiam apenas em vinil… festança. os gráficos de vendas do mercado galgavam parâmetros loucamente.
a “novidade” tomou uma dimensão tão frenética que atingiu o status de fetiche… ou seja, os novos interessados começaram a ficar, literalmente, enfeitiçados pelo “velhaco”, pouco se importando pelo som que vinha dentro dele. muitos sequer abriam o lacre. muitos, consequentemente, jamais ouviram os discos.
o importante era ter / exibir… tirar onda com o vinil amarelo. com a capa em 3D. com o poster gigante. com o formato quadrado do disco… enfim, a música não importava muito… tanto não era considerada que, ao longo dos últimos anos, o gosto da rapeize ficou pra lá de despirocado. tanto faz possuir na prateleira um arctic monkeys autografado quanto uma edição triangular da celine dion… tanto faz mesmo.
diante dessa incontrolável sede dos novíssimos consumidores, o record store day se afastou bastante de certos objetivos iniciais. atualmente, o mais relevante é saciar o tal feitiço de milhares e milhares de fissurados espalhados pelos cinco cantos do planetinha movimentando uma dinheirama como há muito tempo não se via.
aí, você pergunta: “o RSD perdeu a qualidade?”
aqui nos trópicos, distante da realidade dele, eu posso garantir que não perdeu a qualidade… mas, ao mesmo tempo, acho que o RSD ganhou uma quantidade enorme de lançamentos desnecessários para os que estavam com ele desde o início… discos que visam, acima de tudo, preencher a fúria consumista… e vamos combinar, lááááá atrás, por mais que o RSD visasse o sucesso financeiro, havia outros tipos de prioridades.
coincidentemente (ou não), esse ano, foi a primeira vez em que passei longe da magia do RSD. a operação de trazer as pepitas – que sempre envolveu um monte de traficantes/amigos/”aviões” – foi desmantelada. o preço influiu forte… mas o principal foi a diminuta quantidade de discos para fazer a roda aqui do poleiro girar.
anyway, anyhow, anywhere, o importante é a rapaziada seguir conectada e que ela mantenha o mercado em movimento pelas próprias pernas sem deixar que tudo se transforme numa modinha com validade… e como são meninas que fazem o coreto balançar: