barrada na porta…

ferrare

Governador Valladares, soube que você vive momentos bastante descontraídos no festival que começou e acabou. Aliás tiro a chapeleta para a organização integralista do festival. É proibido entrar com talco, pompom, rímel, camisinha, bermuda, enfim é tudo proibido. Tanto que nem música entra naquilo. A música é barrada na porta.
Uns amigos meus dos tempos de Paquetá compraram ingressos em 80 vezes com juros só para ficarem embaixo da tirolesa. As mulheres passam voando lá em cima e no meio do caminho gozam, Gov. my Gov. Meus amigos abrem a boca e bebem aquele nectar delicioso que, como chuva no Peru, jorra lá de cima. Aliás, curiosamente ainda não é proibido gozar no festival.
Me convidaram para participar do evento, diária de 40 reais (Emitindo nota fiscal). Querem que eu trabalhe na função de alvo. Por enquanto o esporte está em fase experimental (FOTO) mas quando o branco sair e entrarem os crioulos o colete será retirado e aí vale tudo.
Gov. my Gov. como o festival é criativo e exigente. Só sobe no palco quem dá a bunda (machos) ou esmerilha a persiana (fêmeas), uma demonstração de diversidade radical e linda, sabia? Várias pessoas fazem selfies comigo, especialmente a minoria branca aecista de Minas Gerais que quer guardar de recordação um registro com um crioulo retinto e caralhudo como eu. O problema é que, como todo aecista, enquanto fazem a selfie eles enfiam a mão no meu bolso, levam minha grana e depois cheiram até cerol de pipa apreendida pela organização do festival.
Governador, quem andou perguntando por você aqui foi Mulato Veloso. Ele me disse que está fazendo um filme cinemanovista pós contemporâneo de vanguarda chamado “Bronha em Transe” (A incompreensível história de um punheteiro que virou primeira bailarina do Bolshoi). Rodando feito pomba gira, Mulato estava fissurado por um morrão fumegante, que também é proibido aqui, e acabou fumando cola de Corega para cães.
Quem não para de andar na roda gigante é Milton Mete em Negro. Ele chega cedo, paga, entra, senta. Quando a roda gira ele se esconde embaixo do banco. Quando ela para de novo e sentam umas meninas ele molesta todas, até o neto de Golda Meir, Golda Meir Neto cujo cabaçote sucumbiu ao serrote. Bravo Mete em Negro. Outro chapão seu que, escarrando no chão e coçando o saco virtual, te mandou um abração foi Fernando Brasil que trabalha na Rádio Relógio, autor do raikai “o minuto é um milagre que não sei repete”. Mas isso é assunto para outro post. Ummagumma Ferrare, Interstellar Overdrive, Zona Oeste, UK.