beija…

Assunto: Que monstro foi aquele?

“Mauval, que abertura memorável no SGR#33! Que marretada sutil! Poderia esperar por tudo, menos o samba enredo (e que samba!) da Beija-Flor de Nilópolis. Quanta poesia nessa analogia Brasil / Dr. Frankenstein em pleno 2000 e golpe! Sou Mangueira por influência de Cartola e Mussum, mas esse ano vai ser difícil não me render a esse samba enredo que já nasceu clássico.

É por essas que não dá pra descolar do seu programa (seja qual for a alcunha da vez). Obrigado pela emoção causada!

Cheers!”

Alexandre (BH)

 

Sou eu…
Espelho da lendária criatura
Um mostro…
Carente de amor e de ternura
O alvo na mira do desprezo e da segregação
Do pai que renegou a criação
Refém da intolerância dessa gente
Retalhos do meu próprio criador
Julgado pela força da ambição
Sigo carregando a minha cruz
A procura de uma luz, a salvação!

Estenda a mão meu senhor
Pois não entendo tua fé
Se ofereces com amor
Me alimento de axé
Me chamas tanto de irmão
E me abandonas ao léu
Troca um pedaço de pão
Por um pedaço de céu

Ganância veste terno e gravata
Onde a esperança sucumbiu
Vejo a liberdade aprisionada
Teu livro eu não sei ler, Brasil!
Mas o samba faz essa dor dentro do peito ir embora
Feito um arrastão de alegria e emoção o pranto rola
Meu canto é resistência
No ecoar de um tambor
Vêm ver brilhar
Mais um menino que você abandonou

Oh pátria amada, por onde andarás?
Seus filhos já não aguentam mais!
Você que não soube cuidar
Você que negou o amor
Vem aprender na Beija-Flor