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a falência do morto…

texto de léo jaime publicado hoje, no globo…

barra pesadíssima para quem frequentou o maraca (isso, maraca lá atrás) durante anos e leva o filho para testemunhar um apocalipse dessa dimensão.

ainda bem que léo não descarrega a responsa da “quarta negra” sobre as torcidas organizadas como a maioria da mídia está fazendo. claro que elas têm participação em boa parte da desgraceira mas o desequilíbrio da sociedade está conectado a outro universo… o buraco negro é muito maior.

por exemplo, onde entram as organizadas nas duas imagens mais brutais que engolimos na final da sulamericana? onde elas participam na cena do atropelado sendo roubado e do atropelador sendo estuprado a céu aberto?

caraca, resolver a nhaca das torcidas organizadas é um casinho mequetrefe de polícia (tipo ladrãozinho de galinha) perto da bandidagem graúda… basta querer.

invadir o maracanã é uma prática comum desde 1950… ok, hoje em dia, as organizadas definem a invasão com hora marcada e local estabelecido… todo mundo sabe menos a polícia… normal!

na boa, acho que desde 11setembro2001, não fico tão impactado com a realidade nos meus cornos… para mim, essas imagens de quarta feira representam a cara do brasil. qual a diferença do FDP que roubou o “morto” com os FDP do congresso que arrancam (há séculos) comida-saúde-moradia-educação-segurança-trabalho de um povo aniquilado?

o pior é saber que todos esses FDP são eleitos pelo “morto”… e assim segue a nossa saga, tranquilona, carná chegando…

mamãe

tudo normal com a alma caridosa do brasileiro…

já disseram que as imagens da selvageria de ontem têm que ser mostradas repetidamente para que encham o saco e se tornem mais e mais repugnantes… de que nada adianta ficar jogando esse lixo pra baixo do tapete e mostrar, por exemplo, as cenas da festa do nacional de medellin, ano passado, no jogo que seria com a chapecoense… ok, uma coisa é uma coisa, outra coisa…

mas só hoje à noite que percebi a barbárie total do torcedor que foi atropelado e ROUBADO por outro listradinho… caraca, o cidadão estava “morto” no asfalto e o único que chegou perto meteu a mão e vazou… PQParille, mamãe!

volta e meia e conto a cena que vi na avenida rio branco, há muitos anos, quando um senhor levou um tombo sozinho ao cruzar a faixa de pedestre e o PM (i repeat: PM) ao socorrer, enfiou a mão no bolso da vítima e arrancou um paco de dinheiro… e tem nego que até hoje duvida dessa desgraça.

pois bem, tão degradante quanto é a imagem que vem a seguir aos 2:44…

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“this is the end” (j.morrison)…

só dei uma olhada na TV, por acaso, de passagem pra beber uma água num boteco, quando o jogo estava no intervalo… quando retornei à superfície, o independiente já era o campeão… em seguida, começaram a pipocar as informações sobre a rebelião que estava em curso nas imediações da “modernérrima” arena maracanã.

de cara, fiquei muito preocupado com os meus amigos listradinhos que estavam lá… alguns acompanhados pelos filhos pequenos. os relatos davam conta do fim do mundo, inúmeros gritos de socorro nas redes: “me tirem daqui. nunca mais volto ao maracanã”.

nessas horas, realmente, tenho certeza que deus é brasileiro porque as consequências de ontem poderiam ter sido devastadoras… imagina se tudo isso tivesse acontecido na turquia ou na índia. no mínimo umas trezentas mortes… fueda.

aí, hoje, chega a imprensa vomitando seus tradicionais baldes de excremento… desde a cobertura do evento esportivo (o flamengo perdeu a decisão?) até a explosão de insanidade típica dos tempos atuais no brasil.

dizer que os fatos de ontem são comuns em todos os jogos com 60 mil pessoas é de uma violência tão brutal quanto a que foi imposta à vendedora de cerveja ou ao atropelador.

testemunhamos, mais uma vez, uma situação onde todos os seus lados estavam desafinados, emperrados, sucateados… sem nenhuma chance de serem corrigidos.

um outro amigo listradinho acabou de me dizer: “estou envergonhado por tudo”!

PQParille, as crianças aterrorizadas, espremidas, aos prantos… que porra é essa? estamos, literalmente, no ocaso da humanidade… triste

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menos um…

Minhas amigas e meus amigos,

é com grande pesar que informamos que o FotoRio 2018 não vai acontecer.

Neste ano de 2017 fizemos um grande esforço realizar o festival, praticamente todas as exposições foram bancadas pelos próprios fotógrafos assim como os demais eventos, tudo na base do trabalho voluntário, na raça. Não nos afundamos totalmente porque contamos com a solidariedade de muitos apoiadores através de um crowdfunding.

Mas até as mínimas condições com que contamos este ano estão desaparecendo. Temos uma administração municipal que, além de não pagar o edital para os projetos de 2017, reduziu para oito mil reais (sim, é isso mesmo) o valor para projetos no próximo ano. Os centros culturais municipais estão à mingua. E o prefeito, pessoalmente, desautorizou e censurou pelas redes sociais o Museu de Arte do Rio. No plano estadual, para vocês terem ideia do nível a que baixamos, o Secretário Estadual de Cultura – que vem substituindo os gestores profissionais por indicações políticas das mais rasteiras – fez questão de reassumir seu mandato na Assembleia Legislativa para ajudar a soltar os bandidos e ainda fez um discurso da tribuna em que confundiu – por três vezes – Bertold Brecht com “Bertoldo Brecha”, o ridículo personagem de um programa televisivo. Alguns dos principais centros culturais da cidade tiveram suas direções trocadas e, ao que tudo indica, as novas orientações vieram para nos desorientar. Não temos nenhuma esperança de captação pelas leis de incentivo cultural.

Apesar de tudo, vamos tentar realizar a Leitura de Portfolio, que pode se sustentar, e o Encontro sobre Inclusão visual, que é um importante espaço de troca para quem está tentando se expressar em condições bem adversas. Contamos com apoio de todos para ver se conseguimos realizar ao menos isso.

Para completar, no próximo ano teremos de tentar passar o país a limpo, o que não vai ser fácil. Enfim, ficou inviável.

O FotoRio nasceu e se consolidou como um movimento de fotógrafos. Acreditamos que devemos aproveitar o embalo dos debates sobre o papel da cultura nos rumos do país para repensarmos e nos reestruturarmos – nós, fotógrafos, fotógrafas e produtores culturais ligados à fotografia – como atores culturais e sociais de primeira grandeza. Com isso, esperamos que, em 2019, a gente possa voltar a realizar o nosso festival que, em dez edições, abrigou mil e trinta exposições, projeções, debates, mesas redondas, palestras, oficinais e outros eventos, com a participação de mais de quinhentos autoras e autores.

Forte abraço,
Milton Guran, em nome da equipe FotoRio

vergonha, farsa, escrotidão…

o demônio salazarista segue emporcalhando a História do C.R.V.G!

tudo normal num país onde, exatamente, essas práticas são diárias nos troninhos do poder em todos os níveis… cambada de FDP.

que a justiça (?!) consiga limpar a comédia de ontem, em são jujuba… caso contrário, serão mais três anos dormindo nas trevas…

vasco2017

PQP

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“por um mundo melhor” X a realidade…

brasil.500

não faltam estrangeiros no rio de janeura nesses dias de setembro, procede?

já pensou como eles estão processando a situação nas últimas horas?

como é possível entender que – na mesma área da cidade maravilhosa – acontece um evento para milhares de pessoas hipnotizadas pelo mantra consumista “por um mundo melhor” e que, logo ali, a mesma metrópole se transforma num campo de batalha com todas as vozes envolvidas entoando “por um mundo pior”.

temos nos nossos cornos um filme de ficção com roteiro recheado pelos mais manjados e previsíveis componentes: ganância, miséria, mentira, corrupção, idiotização, violência, trairagem, incompetência… mas nunca fomos tão surpreendidos pela escalafobética mixagem desses dois mundos tão distantes… e tão próximos.

em breve, os próximos episódios do épico “a guerra dos mundos”

“não há grita, desistimos” (de junho, mas serve para amanhã)…

brasil.500

“Moro em frente à lagoa Rodrigo de Freitas, no caminho do túnel Rebouças, principal via de ligação entre a zona sul, o centro e a zona norte do Rio de Janeiro.

Aprendi, com a vida, a lidar com o eterno engarrafamento das cercanias do meu prédio. Tracei estratégias para suportá-lo com resignação, e na época em que ainda existia a Árvore-de-natal da Lagoa, cheguei a abandonar o volante e ir a pé, devido à quantidade de curiosos em torno do espelho d’água.

De janeiro para cá, os congestionamentos desapareceram como que por milagre. Dei para ir e vir com uma rapidez espantosa, comemorei a melhoria do trânsito, até perceber que o fenômeno nada tinha a ver com mobilidade urbana. Era a crise. A crise e a depressão da cidade.

Os restaurantes e bares estão vazios, os teatros fecharam, as lojas se foram e os hotéis olímpicos acabaram às moscas. É como se estivéssemos vivendo sob um toque de recolher. Minha mãe comentou, outro dia, que sente o Rio envolto numa mortalha.

Os assaltos, as trocas de tiro que ecoam como na Síria, os arrastões continuam, mas a calmaria é assombrosa.

Não há dinheiro nem plano, não há futuro ou comando. É como estar num transatlântico à deriva, rezando para passar, você nem sabe o quê.

Pezão abriu mão de governar, declarou estar ciente de que não resistirá muito mais no cargo. Crivella honra compromissos na África, como pastor, e tem planos para fechar as torneiras da festa pagã do Carnaval.

No último dilúvio, a comitiva do prefeito colidiu com o carro de um cidadão e passou batida, sem prestar assistência. Crivella, suspeita-se, tinha pressa de chegar em casa, para ficar a salvo das corredeiras de esgoto e lixo em que se transformaram as ruas e avenidas sob sua responsabilidade.

Normal. Não se espera mesmo nada do andar de cima. Não há revolta, não há mais bombas na Primeiro de Março. Resta apenas a apatia, e uma falta de saída de arrepiar.

Os males que ameaçam o país parecem acontecer antes, e com mais intensidade, nessa vitrine chamada Rio de Janeiro. Carma de ex-capital. O PMDB de Cunha e Cabral levou a medalha de ouro em corrupção, o buraco da Previdência já mostra os dentes por aqui, e a falência é palpável.

Ninguém merece a Alerj, Picciani, ou a oposição de Garotinho. O Rio prima pelo horror, mas os eguns engravatados de Brasília não deixam nada a dever aos mortos-vivos da Guanabara.

Michel Temer sofreu bullying na Noruega, tem uma taxa de aversão de 93%, é investigado por formação de quadrilha. Ainda assim, não há grita.

O medo do colapso da economia, a tentativa de atravessar o lamaçal até 2018 sem fazer marola, o “Fora, Temer” tão colado ao “Volta, Lula”, o deserto de candidatos, tudo isso explica, em parte, o marasmo. Mas a paralisia do Rio diz mais.

Cansamos. Desistimos deles.

No temporal de 20 de junho, um mergulhador limpou os bueiros da praça da Bandeira por conta própria, enquanto Crivella fugia a caminho de sua casa.

Não há consenso ou energia que faça a indignação chegar às praças, mas um e-mail seguido de “send”, para pressionar os deputados da CCJ a levar a acusação de Janot a plenário, já seria um baita de um esforço cívico.

Temer é como Pezão. Já foi e sabe. É preciso impedir que ele estenda a mortalha.”

Fernanda Torres / daqui

vida de operário (ou é dura a vida honesta)…

Assunto: OPERÁRIO FERROVIÁRIO na FINAL DA SÉRIE D

“Mauvall, só pra constar, o Operário Ferroviário conquistou agorinha mesmo (fim de noite de segunda feira) o acesso à primeira final de brasileiro da sua centenária história, ao vencer o Atlético de Rio Branco (AC). Com esse resultado, vamos decidir o campeonato brasileiro da série D com o Globo de Natal, em duas partidas – dia 3/09 em Natal, e 10/09 em Ponta Grossa.
Agora, a torcida é para que o Fantasma da Vila Oficinas consiga, pela primeira vez, levantar uma taça de Campeão Nacional. Sem precedentes.
Um abraço,”

André

ope