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no táxi do aNderson (ou a língua girando)…

Assunto: liNguagem

“Aconteceu agora:

Estava ouvindo o ronquinha #86 quando a passageira idosa falou em tom áspero:

– que linguagem esse rapaz esta falando?

– como assim senhora?

– falou em biricutico…cabeleira alta, água do poço e o outro falou em uma língua africana! Isso eh uma loucura!!!

– mas eh a linguagem do programa senhora!

– isso eh desorientação…esse locutor está fazendo um péssimo trabalho!

– mas senhora, ele tem esse programa há mais de trinta anos , alem de ter conhecimento musical profundo…

– coitados dos ouvintes, na minha época falava-se o português correto. Quem eh esse rapaz?

– o nome dele eh Mauricio Valladares.

– ele está  merecendo um dicionario isso sim….quanto devo?

– $35,65, senhora…

19janeiro1974 (ou o genesis abalando nossas vidinhas)…

aTRIPA resgatou um assunto que coloquei aqui no tico, em junho2003.

como o dia da aventura é exatamente o mesmo de hoje…

em dezembro de 1973, kito poncione (que, dez anos depois, foi baixista
da banda londrina blue rondo a la turk), roberto (meu primo) e eu
estávamos em londres tal e qual três caipiras chegando, pela primeira
vez, à praia de ipanema.
showzinho aqui, marquee ali, reveillon desorientante… enfim. tudo
aquilo que sonhamos por anos. só que ainda não havíamos esbarrado em
um GRANDE concerto de rock.
até que, finalmente, chegou o dia de vermos o genesis no drury lane.
um teatro vitoriano, muito pequeno bem no centro de londres.

o “aquecimento” foi realizado ao longo dos primeiros dias do ano para chegarmos calibrados em 19 de janeiro!!!

o nosso tesão era tanto que no dia da apresentação resolvemos passar de tarde

pelo local do show. quem sabe, de repente, dar uma sorte e penetrarmos na
passagem de som.
como já tinhamos os ingressos comprados, não custava nada arriscar.
é bom lembrar que o genesis havia acabado de lançar o álbum “selling
england by the pound” e estava no auge de sua popularidade e
criatividade.
bem, os três patetas chegaram à “backstage door” e ficaram ciscando em
volta do caminhão de equipamento do grupo. abobalhados por uma
realidade que só conhecíamos por jornal importado. repito, o drury
lane é uma jóia da arquitetura inglesa (vale dar uma pesquisada na web
– drury lane, royal theatre) e sua entrada de fundos fica numa ruela típica
de qualquer filme rodado em londres nos anos 60.
tá sacando onde os capiaus estavam metidos?
tá sentindo em que nível estava o nosso batimento cardíaco?
depois de alguns minutos zanzando do lado de fora do teatro, surge pela “backstage door” um caboclo com
cara de gerente de banco. os matutos caem em cima perguntando se
poderiam assistir ao ensaio do genesis. o cidadão era simplesmente o
diretor do teatro!!!
de cara, ele pediu para ver os nossos tickets. cheio de “marra” meti a
mão no bolso e peguei o ingresso que, na realidade, era um recibo
garantindo os nossos três lugares (foto acima).
o caboclo olhou e mandou na lata:
“amigos, esses ingressos foram para o show de ontem”
HEIN? COMO? DE QUE FORMA? TÁ MALUCO? TU TOMOU ESMALTE DE UNHA? QUER
ENTRAR NA PORRADA?
olhamos com atenção o ingresso e estava lá – dia 19 de janeiro!
e já era dia 20!!!
o genesis se apresentou por três noites – 18, 19 e 20.
não sei até hoje o que gerou a nossa confusão. mas credito essa
doideira à maluquice do desbunde que estávamos vivendo. resumindo, o
nosso show já havia rolado e o do dia já estava TOTALMENTE vendido.
ficamos completamente desesperados. caralho, era o nosso primeiro
grande show e por uma total estupidez tudo tinha se perdido.

o caboclo percebendo a insanidade tupiniquim detonou sua segunda e

inesperada frase:
“prestem atenção, o show começa às 8 da noite. apareçam aqui nesse lugar
quinze minutos antes e eu tentarei fazer alguma coisa por vocês, mas
não garanto nada. não há mais ingressos para vender e cambista
não se cria aqui”.
os três palermas se olharam sem acreditar em nada que foi falado e
partiram para uma semi bebedeira num pub em tottenham court road.
o tempo passou rápido e às 19:45 estávamos plantados no local
combinado. esperança? quase zero.
de repente, como se fosse moisés no mar vermelho (é isso mesmo?),
surge o caboclo vestido num smoking reluzente e já bradando sua
terceira e mais inesperada frase:
“ohhhh meus amigos brasileiros. o que estou fazendo é
totalmente errado mas notei a sinceridade de vocês. FOLLOW ME”.
PQP!!! os três muquiranas se olharam embriagados e seguiram o dono da
cocada. fomos entrando pelo teatro, passamos pelas cadeiras da platéia
e subimos para o segundo andar onde ficava a mesa de som. foi quando
“moisés” proclamou a quarta frase:
“fiquem aqui ao lado da mesa e não se mexam por nada. tchau”.
em cinco minutos as luzes se apagaram e, finalmente, os três
brasileiros puderam testemunhar a tal experiência de um verdadeiro
show de rock. em mais de duas horas o genesis marcou nossas vidas com
a mais inesquecível história que teremos a chance de contar por muitos
e muitos anos.
para fechar a noite, durante o bis com peter gabriel descendo do teto
segurando uma luz em “musical box”, já estávamos na beira do palco,
abraçados, descaralhados e chorando como três criancinhas.
roberto e kito não estão mais com a gente. pra eles eu dedico o tico
de hoje. tenho certeza que a essa hora eles estão rindo das minhas
lágimas. kiss.

######

reparou que o ticket sequer foi destacado na entrada?

claro, entramos pelo “basculante”.

( :

rio branco na pastelaria…

não precisa dizer que a chapa está caliente, né?

ok… mas ela ferveu, galgou parâmetros infernais, chegou às profundezas do vulcão… na pastelaria, hoje à tarde.

negozinho estava, praticamente, calado… um leve zumzumzum pairando no domicílio, baixinho…

as goelas secas, línguas ásperas, cansaço… silêncio.

até que o mineiro carraro riscou o fósforo:

– soraya, quanto você acha que a petrobras tá valendo? eu quero dizer moralmente, tá?

sô (soraya), mesmo com a voz empastelada sob os 38 reinantes, rebateu:

– oh, mineiro… tenho certeza que alguma coisa parecida com o estado de nossa política externa, não vale nada. ou melhor, vale muito pouco. igualzinho a petrô

nesse instante, o sonolento justino começa a revirar as história:

– tenham respeito ao barão de rio branco, a chancelaria brasileira é uma das mais respeitadas no mundo…

sô (soraya)…

– hahahahahahaha, não faça piada, justino. há décadas rio branco virou, apenas, nome de avenida. se você conhece algum funcionário do itamaraty, algum parente de embaixador ou quem quer que seja ligado à política externa do brasil vai lá e pergunta sobre a realidade dessa turma.viraram sucata. acabou, já era. vai lá e não me enche a paciência, vai…

well, well, well, well… justino virou um touro sedento por sangue e partiu pra dentro do soraya…

que deu uma esquivada, falou toneladas de impropérios… e vazou da pastelaria, a 200 por hora, felizmente.

as labaredas seguiram altas… e o pobre do barão ainda sofreu muito.

casca!

deu zebra…

ouvi pra lá de uma hora, de enfiada, da primeira parte do 300, ali embaixo.

mas no que acabei de voltar à maloca – são 20h – fui atropelado por 8 milhões de emails informando

que a bagaça do áudio está OFF… vai entender!

anyway, aTRIPA deverá colocar as manguinhas de fora para solucionar a nhaca.

sinister!

capei os links, ok?

a pedra que rola (ou dez páginas na rolling stone)…

a nova revista rolling stone (dave grohl na capa) apresenta um porfólio de dez páginas

com fotografias captadas pela xeretinha…

tem mais três páginas duplas nessa pegada acima… com citação àTRIPA & o diabo A4… barra pesada!

nossos agradecimentos ao paulo cavalcanti pela confecção da inoxidável edição.

ela restará sobre a face da terra, pós apô, junto com as baratas / discos em vinil / áudios do roNca!

( :

leeds, berlim & o #110 (ou veja bem como nem sempre é moleza)…

altas labaredas fomentadas pel’aTRIPA por conta do #110.

veja bem… marcelo “caipirinha”, que tem a tecnologia dentro do bolsinho de moedas de sua calça lee, enviou um pombo

dizendo que não estava conseguindo visualizar o player do #110 via opera, o browser favorito.

mandei o questionamento para nosso “george martin” que disse:

– testei aqui e funcionou normalmente. Talvez seja necessário o seu amigo atualizar o navegador dele.
fiz o teste dentro do seu site no opera com a versão abaixo.
Versão: 26.0.1656.60 – O Opera está atualizado
Fluxo de atualização: Stable
Sistema: Windows 7 64-bit (WoW64)
.
remeti a bula técnica para o UK… e caipirex confirmou:
– Sobre o navegador, teu caboclo tem razão, meu opera é antigão mesmo.
tá percebendo como o negócio é inclemente?
e isso com o caipirex que tem a tecnologia ao lado da escova de dente.
enfim, de berlim, acabou de chegar…
Assunto: sobre o 110#
“fala mauvaul, belezinha?

grande momento esse 110#, hein!?
escutei hoje pela manhã, num raro dia de sol nesse inverno de berlin, no trem, indo pro estudio onde estou trabalhando esta semana.
fiquei feliz e surpreso em ouvir o can, que é um ótimo representante da inquietude alemã de procurar novos caminhos não só para a música, mas também para a vida, especialmente depois da segunda guerra. estou também, curiosamente, lendo um livro sobre o grande moacir santos e descobri que ele estudou com um maestro alemão joachim köllreuter. enfim, o mundo é mesmo uma bolinha.
e sobre o lincon olivetti, que perda!, gostaria de pedir para o próximo ronca a música “amigo branco”, grande canção registrada na voz de marcia maria. conheci essa numa coletânea bootleg de jazz latino (!?!) que encontrei por acaso aqui em berlin:
aquele abraço e vamo que vamo!”
joão xavi

tempo tempo tempo…

tadinho dele, o tempo… atirado ao canto do ringue, nocauteado, todo arrebentado!

é o planetinha girando, freneticamente, loucamente… impiedosamente.

a gente tem falado das novas amarras do roNca, de como quase tudo mudou & o diabo A4.

de como tudo já esteve resumido às duas horas do programa… e só!

certamente, existem zilhões de textos teorizando sobre o tema.

no início de 2015, os únicos elos que seguem “imexíveis” são as tais duas horas do roNca e aTRIPA.

que são, óbvio, a essência de toda essa História… o resto, na boa, é complemento.

mas dentro das novas relações, há um detalhe muito interessante… a conexão.

se antes, bastava ligar o radinho de pilha para o programa invadir seus sentidos…

hoje, o percurso é muuuuuuuuuuuuito mais longo, complexo e inviável para alguns.

tenho recebido dezenas de emails comentando as condições técnicas para acessar/baixar o roNca.

cada mensagem diz respeito a um “problema” específico… e para solucionar o que antes estava reduzido a um click

no radinho de pilha, atualmente, estamos sob o poder e um glossário interminável de “condições técnicas”.

e se uma delas não estiver 100% alinhada a todo o arsenal tecnológico, o roNca não será ouvido.

como diria o bob: “the times they are a changin”!

pelo lado de cá, como já foi dito, pregos-tintas-azulejos já estão em uso!

e porraí?

( :

roNquinha no bailão, ontem, no armazém4…

mamãe… desconexão total com a crosta terrestre!

mais uma vez, agradecimentos mil pela ULTRA-MEGA gentileza colocada em meu colo por mister peNNa.

aqui clicado, pela xeretinha, no exato momento em que passava o som da festa para as garras do roNca…

diante de três mil testemunhas que ouviram, a seco, o “por que” da minha participação no bailão…

e configurou blublu forte em meu zoinho… casca… UFA!

veja bem quem estava inoxidavelmente presente…

com a sonorização por nossa conta, bernardão & os seletores embalaram o ambiente com três petardos seguidos …

retirados de seus dois discos mais recente… e com ele bailando no dancefloor… yeah!

também frequentaram a pista em uma hora de desorientasom:

mundo livre s/a, bezerra, “el arbi”  (je suis khaled), clara nunes, paulinho boca (gravado LIVE no roNca),

joão brasil (“baranga”), paralamas (“o beco”, entortou o armazém!), sidney magal (cacilds!),

o síndico (“bom senso”, até os piratas cantaram), dona onete, tosh (legalizaNdo!)…

muitas vinhetas do roNca ecoaram pelo cais do porto carioca (skylab, seun, ottinho, “pau comer”) e

“juízo final” com nelsão (abrindo os sirviços)!

grande parte d’aTRIPA chegou a nado, felizona…

®esistro & z´ enquanto secavam os corpitchos na brisa portuária tendo a lua por testemunha…

e, pra fechar, claro, não podia faltar o boNde do bond…

( :

sinceridade, JAH…

sinceramente?

acho que a palavra sinceridade é uma das que estão na fila do extermínio pro novíssimo dicionário brazuka.

não precisamos recordar as que já foram, devidamente, guilhotinadas, né?

quando você ouviu alguém dizer: “fulano é uma cara muito sincero”?

se faz algum tempo, vou refrescar seu HD e mostrar um exemplo bem atual da tal raridade.

foi postado, ontem, no “livro-da-cara” de rodrigo peNNa…

– Eu só vou dizer uma coisa: Finalmente!
No século passado, quando eu era jovem, ele ainda era mais jovem que a gente! roNca roNca era o Bailinho dos meus vinte e alguma coisa. Mauricio Valladares é o mestrado de todo DJ. E nosso convidado no próximo sábado. Pra mim uma honra. Pro Baile, um batismo. Eu não perderia isso por nada!

o sol por testemunha (ou o encontro dos monumeNtos)…

UAU!

professor selvagem, a leNda & nandão, a leNda… brindando sob a luz do astro rei, ontem… e a xeretinha xeretando.

dois dos mais  iNoxidáveis seres sobre o planeta roNca… que momento!

professor selvagem / flavão da ilha / o maremoto de teresina (todos são o mesmo cidadão, ok?) está na cidade de são sebá

pesquisando os motivos que fazem um diminuto cão doméstico estraçalhar um macaco dos grandes.

em meio aos estudos, flavão ainda encontra tempo de se dedicar à obra de robert wyatt!

o olhar diz tudo… PQParille!

cheers

a SUDERJ informa: o #110 subirá às 10h da noite…

uma das cenas mais inesquecíveis do filme “20.000 dias na terra” de nick cave é quando perguntam o que ele mais teme…

e nick responde:

– perder a memória

se você indagar a qualquer entendido em comunicação sobre o cagaço máximo em suas funções, certamente, a resposta será:

– mudança de hábito

captou?

tudo em nossas vidinhas está conectado aos hábitos/maneiras/jeitos/vícios que desenvolvemos por anos e anos.

o peso do costume é algo muito complicado de ser encarado… e superar essa muralha é a maior vitória em qualquer novidade.

well, well, well… por essa razão eu estava me borrando de medo na estréia do #109… afinal, seria necessário uma alteração radical de hábito para nossa audiência se conectar ao roNca.

pode parecer muito simples deixar de entrar num espaço para acessar outro… mas não é… a força do hábito é mortal.

acontece que, mais uma vez, aTRIPA galgou parâmetros e deu um show de disposição e fidelidade.

o resultado dessa nova rota trilhada, mesmo em tempos onde a presença na web despenca brutalmente, suplantou loucamente

os índices de conexão que tínhamos no antigo endereço em períodos “normais” do roNca no ar… tipo abril/maio, manja?

depois dessa demonstração de destemor, a curadoria do roNca resolveu retomar uma das mais longevas características do programa… o horário das 22h!

portanto, pode colocar em sua agendinha & reverberar:

o #110, terça feira, dia 13… subirá às 22h!

yeah!