Arquivo da categoria: imprensa
brasil il il il il…
segura a info do globo.com…
RIO – Nem o forte calor desanimou os cariocas que foram às ruas para pedir o impeachment do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL). Neste domingo, cerca de duzentas pessoas com faixas, cartazes e máscaras protestaram na orla de Copacabana, exigindo a saída imediata do parlamentar. A mobilização, organizada pelas redes sociais, aconteceu em mais de 30 cidades brasileiras.
é pra rir, né?
quer dizer, chorar tem mais a ver!
enfim…
“nem o forte calor”?
“cerca de DUZENTAS pessoas”?
e o calor ainda mais forte que levou 160 mil “foliões”, recentemente, pro bloco simpatia é quase amor, em ipanema?
mamãe!
mamãe…
KEVIN AYERS
(1944 – 2013)
the guardian:
Kevin Ayers’s debut solo album, Joy of a Toy, released in 1969, concluded with a song called All This Crazy Gift of Time. “All my blond and twilight dreams,” sang Ayers in his signature, slightly wayward baritone, “all those strangled future schemes, all those glasses drained of wine …”
In retrospect, it sounds like a statement of intent, though intent is perhaps too strong a word to apply to Ayers, whose singular songwriting talent was matched by a sometimes startling lack of ambition. “I lost it years ago; a long, long time ago,” he told one interviewer in 2007, referring to his lack of ego and self-belief. “But, in a way, I don’t think I’ve ever had it.”
Ayers, who has been found dead at the age of 68 at his home in the medieval village of Montolieu in south-west France, was one of the great almost-stars of British rock. A founding member of Soft Machine, he was a key figure in the birth of British pastoral psychedelia, and then went on to enjoy cult status as a singer-songwriter in the late 1960s and early 70s. Among his champions were the late John Peel and the influential British rock journalist Nick Kent, who later wrote: “Kevin Ayers and Syd Barrett were the two most important people in British pop music. Everything that came after came from them.”
Ayers was born in Herne Bay, Kent, the son of the journalist, poet and BBC producer Rowan Ayers, who later originated the BBC2 rock music programme The Old Grey Whistle Test. After his parents divorced and his mother married a civil servant, Ayers spent most of his childhood in Malaysia, where, he would later admit, he discovered a fondness for the slow and easy life.
At 12, he returned to Britain and settled in Canterbury. There, he became a fledgling musician and founder of the “Canterbury sound”, an often whimsical English take on American psychedelia that merged jazz, folk, pop and nascent progressive rock.
Ayers’s first band was the Wilde Flowers, whose line-up included various future members of Caravan as well as Robert Wyatt and Hugh Hopper, with whom he would go on to form Soft Machine in 1966. Alongside Pink Floyd, Soft Machine played regularly at the UFO club in London, becoming one of the key underground groups of the time.
In 1968, the group toured the US in support of the Jimi Hendrix Experience, a brush with rock stardom and relentless gigging that left the laid-back Ayers weary and disillusioned. He sold his Fender bass guitar to Hendrix’s sideman Noel Redding, and fled to Ibiza with fellow Soft Machine maverick Daevid Allen. There he wrote the songs that would make up Joy of a Toy. It set the tone for much of what was to follow: Ayers’s sonorous voice enunciating songs that ran the gamut from wilfully weird to oddly catchy, the whole not quite transcending the sum of the many varied and musically adventurous parts.
Ayers recorded four critically well-received albums for the British progressive rock label Harvest, the third of which,Whatevershebringswesing (1972), featured musical contributions from Robert Wyatt and Mike Oldfield and the orchestral arrangements ofDavid Bedford. It included the dramatically melancholy Song from the Bottom of a Well and the catchy, more-roll-than-rock swagger ofStranger in Blue Suede Shoes, which became, if not quite a hit, a signature song of sorts in his subsequent live shows.
In his 2008 memoir, Changeling, Oldfield recalled the anarchic atmosphere of the recording sessions at Abbey Road studio, where, on a day that no other musician bothered to turn up, he more or less cut the backing track for Champagne Cowboy Blues single-handedly. “Eventually, Kevin rolled in. I said, ‘I’ve done it, I’ve done a track!’ He was a bit put out, I think, that I had taken over his studio time … He did keep it as a backing track: he put some different words to it and it was put on the album.”
Ayers signed to Chris Blackwell’s Island label. The resulting album, The Confessions of Dr Dream and Other Stories (1974), was more focused by his standards, and marked the beginning of a creative partnership with guitarist Ollie Halsall. The following year, Ayers’s appearance at the Rainbow Theatre in London alongside John Cale, Brian Eno and Nico was recorded for a subsequent live album entitled June 1, 1974.
In the late 1970s, as punk took hold in Britain, Ayers seemed to disappear from view, dogged by addiction and what often seemed like a general lack of interest in his own career. He made the lacklustre Diamond Jack and the Queen of Pain (1983) with a group of musicians he befriended in Spain, and the well-received Falling Up (1988) in Madrid.
For a while, he lived a reclusive life in the south of France, before being tempted back to the studio for an album, The Unfairground (2007), featuring contributions from a new generation of musician-fans that included members of Teenage Fanclub, Neutral Milk Hotel and Gorky’s Zygotic Mynci.
“I think you have to have a bit missing upstairs,” he once said, “or just be hungry for fame and money, to play the industry game. I’m not very good at it.” That, of course, was part of his charm. He was a true bohemian and a fitfully brilliant musical drifter. After his death, a piece of paper was found by his bedside. On it was written a note, or perhaps an idea for a song: “You can’t shine if you don’t burn.” He did both in his inimitable – and never less than charming – way.
He is survived by three daughters, Rachel, Galen and Annaliese, and his sister, Kate.
• Kevin Ayers, singer-songwriter and guitarist, born 16 August 1944; found dead 20 February 2013
———-
acabei deixando de tocar kevin no roNca, terça passada!
seriam duas songs!
caramba… passei o fim de semana ouvindo a Música sem igual dele, assisti a diversos Utubes!
ouvi, com atenção incomum, o primeiro disco do soft machine!
sábado, na loja baratos da ribeiro, disse pro xará (proprietário do estabelecimento):
– kevin ayers é o maior gênio vivo na gavetinha musical!
PQParille… acho que foi uma despedida!
) :
gomes,paiva,avelino,chico,lacerda,cecilio,orlando&cia!
Cliente paulista, garçom carioca
FOLHA DE SÃO PAULO
Atonio Prata
Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico “pas de deux”: sentado, ao fundo do restaurante, o cliente paulista acena, assovia, agita os braços num agônico polichinelo; encostado à parede, marmóreo e impassível, o garçom carioca o ignora com redobrada atenção. O paulista estrebucha: “Amigô?!”, “Chefê?!”, “Parceirô?!”; o garçom boceja, tira um fiapo do ombro, olha pro lustre.
Eu disse “cliente paulista”, percebo a redundância: o paulista é sempre cliente. Sem querer estereo-tipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. Um ser que tem o “direito do consumidor” em tão alta conta que quase transformou um de seus maiores prosélitos em prefeito da capital. Como pode ele entender que o fato de estar pagando não garantirá a atenção do garçom carioca? Como pode o ignóbil paulista, nascido e criado na crua batalha entre burgueses e proletários, compreender o discreto charme da aristocracia?
Sim, meu caro paulista: o garçom carioca é antes de tudo um nobre. Um antigo membro da corte que esconde, por trás da carapinha entediada, do descaso e da gravata borboleta, saudades do imperador. Faz sentido. Para onde você acha que foram os condes, duques e viscondes no dia 16 de novembro de 1889 pela manhã? Voltaram a Portugal? Fugiram pros Açores? Fundaram um reino minúsculo, espécie de Liechtenstein ultramarino, lá pros lados de Nova Iguaçu? Nada disso: arrumaram emprego no Bar Lagoa e no Villarino, no Jobi e no Nova Capela, no Braseiro e no Fiorentina.
O pobre paulista, com sua ainda mais pobre visão hierárquica do mundo, imagina que os aristocratas ressentiram-se com a nova posição. De maneira nenhuma, pois se deixaram de bajular os príncipes e princesas do século 19, passaram a servir reis e rainhas do 20: levaram gim tônicas para Vinicius e caipirinhas para Sinatra, uísques para Tom e leites para Nelson, receberam gordas gorjetas de Orson Welles e autógrafos de Rockfeller; ainda hoje falam de futebol com Roberto Carlos e ouvem conselhos de João Gilberto. Continuam tão nobres quanto sempre foram, seu orgulho permanece intacto.
Até que chega esse paulista, esse homem bidimensional e sem poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatênis, achando que o jacarezinho de sua Lacoste é um crachá universal, capaz de abrir todas as portas. Ah, paulishhhhta otááário, nenhum emblema preencherá o vazio que carregas no peito -pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última mesa do restaurante, a caminho do banheiro, e ali esquecê-lo para todo o sempre.
Veja, veja como ele se debate, como se debaterá amanhã, depois de amanhã e até a Quarta-Feira de Cinzas, maldizendo a Guanabara, saudoso das várzeas do Tietê, onde a desigualdade é tão mais organizada: “Amigô, o bife era mal passado!”, “Chefê, a caipirinha de saquê era sem açúcar!”, “Ô, companheirô, faz meia hora que eu cheguei, dava pra ver um cardápio?!”. Acalme-se, conterrâneo. Acostume-se com sua existência plebeia. O garçom carioca não está aí para servi-lo, você é que foi ao restaurante para homenageá-lo. E quer saber? Ele tem toda a razão.
antonioprata.folha@uol.com.br
@antonioprata
———-
aproveitando a pauta:
( :
MAMÃE…
Desiludido, Tiririca quer voltar a ser palhaço
MÁRCIO FALCÃO
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
UOL
Deputado mais votado no país em 2010, Tiririca (PR-SP) quer voltar a ser só palhaço. Desiludido com a política, ele disse àFolha que não disputará mais eleições e, findo seu mandato, em fevereiro de 2015, irá se desfiliar do PR.
Na metade da legislatura, Tiririca, que se elegeu com a promessa de descobrir o que faz um deputado, disse que já entendeu que “não dá para fazer muita coisa”.
O desalento, no entanto, não é a razão para deixar o salário de R$ 26,7 mil, verba de gabinete de R$ 97.200 e direito a apresentar R$ 15 milhões em emendas.
A justificativa é a falta de tempo para se dedicar ao que mais gosta: fazer shows (que lhe rendem mais dinheiro do que a Câmara). “Eu sou artista popular. Aqui me prende muito. A procura pelos shows é enorme e não dá para fazer”, afirma ele.
nandão (ele mesmo) mandou pra gente…
Cultura
Mino Carta
Editorial / Carta Capital
A imbecilização do Brasil
Há muito tempo o Brasil não produz escritores como Guimarães Rosa ou Gilberto Freyre. Há muito tempo o Brasil não produz pintores como Candido Portinari. Há muito tempo o Brasil não produz historiadores como Raymundo Faoro. Há muito tempo o Brasil não produz polivalentes cultores da ironia como Nelson Rodrigues. Há muito tempo o Brasil não produz jornalistas como Claudio Abramo, e mesmo repórteres como Rubem Braga e Joel Silveira. Há muito tempo…
Os derradeiros, notáveis intérpretes da cultura brasileira já passaram dos 60 anos, quando não dos 70, como Alfredo Bosi ou Ariano Suassuna ou Paulo Mendes da Rocha. Sobra no mais um deserto de oásis raros e até inesperados. Como o filme O Som ao Redor, de Kleber Mendonça, que acaba de ser lançado, para os nossos encantos e surpresa.
Nos últimos dez anos o País experimentou inegáveis progressos econômicos e sociais, e a história ensina que estes, quando ocorrem, costumam coincidir com avanços culturais. Vale sublinhar, está claro, que o novo consumidor não adquire automaticamente a consciência da cidadania. Houve, de resto, e por exemplo, progressos em termos de educação, de ensino público? Muito pelo contrário.
Falemos, contudo, de amenidades do vídeo. De saída, para encaminhar a conversa. Falemos do Big Brother Brasil, das lutas do MMA e do UFC, dos programas de auditório, de toda uma produção destinada a educar o povo brasileiro, sem falar das telenovelas, de hábito empenhadas em mostrar uma sociedade inexistente, integrada por seres sem sombra. Deste ponto de vista, a Globo tem sido de uma eficácia insuperável.
O espetáculo de vulgaridade e ignorância oferecido no vídeo não tem similares mundo afora, enquanto eu me colho a recordar os programas de rádio que ouvia, adolescente, graciosas, adoráveis peças de museu como a PRK30, ou anos verdolengos habitados pelos magistrais shows de Chico Anysio. Cito exemplos, mas há outros. Creio que a Globo ocupe a vanguarda desta operação de imbecilização coletiva, de espectro infindo, na sua capacidade de incluir a todos, do primeiro ao último andar da escada social.
O trabalho da imprensa é mais sutil, pontiagudo como o buril do ourives. Visa à minoria, além dos donos do poder -real, que, além do mais, ditam o pensamento único, fixam-lhe os limites e determinam suas formas de expressão. O alvo é a chamada classe média alta, os aspirantes, a segunda turma da classe A, o creme que não chegou ao creme do creme. E classe B também. Leitores, em primeiro lugar, dos editoriais e colunas destacadas dos jornalões, e da Veja, a inefável semanal da Editora Abril. Alguns remediados entram na dança, precipitados na exibição, de verdade inadequada para eles.
Aqui está a bucha do canhão midiático. Em geral, fiéis da casa-grande encarada como meta de chegada radiosa, mesmo quando ancorada, em termos paulistanos, às margens do Rio Pinheiros, o formidável esgoto ao ar livre. E, em geral, inabilitados ao exercício do espírito crítico. Quem ainda o pratica, passa de espanto a espanto, e o maior, se admissível a classificação, é que os próprios editorialistas, colunistas, articulistas etc. etc. acabem por acreditar nos enredos ficcionais tecidos por eles próprios, quando não nas mentiras assacadas com heroica impavidez.
O deserto cultural em que vivemos tem largas e evidentes explicações, entre elas, a lassidão de quem teria condições de resistir. Agrada-me, de todo modo, o relativo otimismo de Alfredo Bosi, que enriquece esta edição. Mesmo em épocas medíocres pode medrar o gênio, diz ele, ainda que isto me lembre a Península Ibérica, terra de grandes personagens solitárias em lugar de escolas do saber. Um músico e poeta italiano do século passado, Fabrizio de André, cantou: “Nada nasce dos diamantes, do estrume nascem as flores”. E do deserto?
oglobo.com publicou (mesmo) esta matéria sem pé nem cabeça?
Publicado:
RIO — O faturamento da boate Kiss, em Santa Maria, pode chegar a pelo menos R$ 3,24 milhões por ano. Estimativa feita a partir de entrevistas com produtores de eventos — que não querem se identificar — leva em consideração que, para um público de 1 mil pessoas, com o preço do ingresso a R$ 15 (como no dia da tragédia) e consumo médio de outros R$ 15 no bar, o ganho por noite seria de R$ 22.500. Com uma média de três festas por semana, seriam 12 eventos por mês, com um ganho mensal que chega R$ 270 mil, ou R$ 3,24 milhões no ano.
Além disso, a estimativa de quem trabalha na noite é que o consumo médio por pessoa corresponda a pelo menos 100% do valor que ela desembolsou pelo ingresso. Nesse caso, seriam R$ 15 para o ingresso e mais R$ 15 para o consumo de bebidas. Há quem considere esse cálculo conservador. Por se tratar de uma cidade universitária e os frequentadores serem muito jovens, o valor tende a estar próximo da realidade.
— O esquema é bem variado, mas na maioria das festas a bilheteria é dividida entre o produtor e a boate — disse o produtor de uma festa renomada no Rio.
O que é padrão entre as casas noturnas, no entanto, é o fato de que todo o lucro dos bancos fica com as boates.
— Nenhuma casa divide bilheteria com quem produz festa. E o faturamento do bar é alto — disse outro produtor.
No caso da festa Agromerados, realizada no último sábado à noite, relatos no Facebook apontam que o dinheiro arrecadado com a venda de ingressos seria direcionado aos estudantes e suas festas de formatura. Apenas os ingressos vendidos no dia da festa, na bilheteria da Kiss, seriam revertidos para os donos da boate.
Mas caberia à boate, por exemplo, a contratação das bandas Gurizada Fandangueira e Pimenta e seus Comparsas. Estimativa feita por um produtor da própria cidade de Santa Maria é que o cachê de cada uma das bandas fosse de cerca de R$ 1.500.
J.Y.N
há uma semana, fomos surpreendidos pela subida do jornalista/tradutor jean-yves neufville…
que circulou, freneticamente, pelas redações da revista bizz, folha de SP, estadão & cia ltd!
estive com ele uma única vez, em londres, por volta de 89.
lembro, perfeitamente, que nos cruzamos em tottenham court road.
inesquecível a visão de quando ele apareceu todo vestido de oncinha e com a cabeça parecendo um vulcão em erupção!
pena que eu não estava com a xeretinha!
fui catar algumas edições da bizz para colocar suas letras aqui no tico…
mas as pilhas de revistas só podem ser encaradas na companhia de um possante aspirador de pó…
que anda em falta aqui na maloca!
mesmo assim. consegui resgatar dois números onde jean-yves passa os olhos em cinco lançamentos de 1987 e 88 (capas renato russo e cazuza)!
segura:
marcelo mandou pra gente…
Grito do Mali
Fundamentalistas islâmicos perseguem músicos e provocam êxodo no país
Exilados em sua própria terra, os artistas do Mali, um dos berços da música africana (e, por extensão, universal), estão sob fogo cerrado, sitiados pelo extremismo religioso-militar, mas ainda assim esperançosos no estabelecimento de uma paz. Enquanto isso não ocorre, os principais astros do Mali mudaram de lugar seu evento de música mais importante, o Festival au Désert, realizado há 12 anos em Essakane (a duas horas de Timbuktu).

O festival celebra a cultura tuaregue – tuaregues são os povos nômades do sul do Saara que mantêm uma secular tradição de se juntarem em encontros anuais chamados Takoubelt, nas regiões de Kidal, Temakannit e Timbuktu.
Este ano, no entanto, a coisa ficou feia. As perseguições das facções muçulmanas que criaram guerrilhas no país tornaram insuportável a vida para os músicos do Mali. Os guerrilheiros passaram a proibir a execução de música que não fosse a sua, e a atacar músicos de rua (há casos de músicos mutilados e queima de instrumentos em praça pública).
“Militantes islâmicos estão banindo a música no Norte do Mali, uma desagradável disposição para um país onde a música é tão preciosa quanto a água mineral”, escreveu Andy Morgan no jornal inglês The Guardian. Ninguém é poupado. Recentemente, sete homens armados de fuzis AK47 e com roupas militares foram até a casa dos integrantes da banda tuaregue Tinariwen, ganhadora de um prêmio Grammy. Os músicos não estavam, e eles deixaram recado.
“Diga a eles que, se eles botarem o rosto na cidade de novo, vamos cortar todos os dedos que eles usam para tocar sua guitarra.” O bando guerrilheiro então confiscou as guitarras, os violões, os amplificadores, a bateria e os microfones, fez um pilha no lado de fora da casa e tocou fogo em tudo.
Por conta disso, muitos dos principais músicos estão saindo do seu país. Eles se reúnem, entre os dias 7 e 9 de fevereiro, em Kobeni, na Mauritânia, na fronteira com o Mali. O PIB da música malinesa estará lá, incluindo o grupo tuaregue Tinariwen, agora proscrito em sua terra.
Em resposta à situação no Mali, a diva malinesa Fatoumata Diawara (que vive em Paris e esteve no ano passado no Rio, no festival Back2Black) convocou 40 outros artistas malineses famosos e gravou um vídeo e uma música para denunciar a situação. A cançãoMali-Ko (a Paz) é um grito de alerta. “O Mali não pertence a esses caras. O Mali não será presa de ninguém”, diz a letra. “No momento em que os malineses pensavam na sua estabilidade, outros procuram nos perturbar. No Norte, a população tem fome, nossas mulheres se tornaram mercadorias, elas são espancadas e estupradas.”
A música tem participações de estrelas internacionais do Mali, como Amadou e Mariam, Oumou Sangaré, Bassekou Kouyate, Vieux Farka Toure, Djelimadi Tounkara, Toumani Diabate, Khaira Arby, Kasse Mady Diabate, Baba Salah, Afel Bocoum e Habib Koite.
Le Festival au Désert também celebra um evento simbólico, a chamada La Flamme de la Paix (A Chama da Paz), nome que batizou a cerimônia na qual 3 mil armas de fogo foram queimadas e transformadas em um monumento em Timbuktu em 1996.
“É uma das poucas coisas honestas das quais eu tomo parte em um longo, longo tempo. É maravilhoso tocar nas areias do deserto. Não há portas, não há portões e não há dinheiro. Me lembrou a primeira vez que cantei. Não havia comercialização”, disse Robert Plant sobre o Festival au Désert, do qual participou da edição de março de 2003.
Terakaft leva transe elétrico a festival
Um dos grupos que estará no Festival au Désert será a banda tuaregue malinesaTerakaft, que acaba de lançar um novo disco, Kel Tamasheq (pelo selo World Village), produzido pelo britânico Justin Adams. É uma pérola rara da música africana, disponível no iTunes.
O nome Terakaft significa “caravana”. Em 12 faixas, o ouvinte faz uma incursão por um tipo de transe musical sofisticado e primitivo ao mesmo tempo, que suscita comparações diversas com a música oriental.
A faixa-título, por exemplo, lembra um blues norte-americano mais tradicional, mas com o estranhamento de uma guitarra soando como uma cítara. Lembra muito as experiências com slide guitar de Ry Cooder. Awa Adounia é um tema mais orientalizado, e a guitarra é tocada como o chamado “piano de dedo” africano do grupo Konono nº 1.
Aima Ymaima busca uma voz mais proeminente, coerente com a tradição já globalizada por nomes como Youssou N’Dour. A música dos grupos tuaregues já alista fãs febris em todo o mundo, alguns famosos, como Nels Cline (Wilco) e Tunde Adebimpe e Kyp Malone (do grupo TV On The Radio). Mas o que o Terakaft faz aqui é amplificar com solos elétricos um eco tribal. A percussão é francesa, mas a linha de frente é totalmente tuaregue, o que cria uma simbiose ao mesmo tempo familiar e misteriosa, alienígena.
“discoteca básica” da revista bizz…
MALPRACTICE (1975)
– fevereiro de 1990, edição número 55 –
Uma das maiores causas do impacto do punk rock residia na relação de igual para igual entre os grupos e suas platéias: uma suarenta comunhão em algum pub enfumaçado, que se opunha formalmente à frieza burocrática da maioria dos concertos em grandes arenas. Pois esta postura inovadora teve sua origem ainda no início dos anos 70, paradoxalmente dentro de uma corrente dita “revivalista” – o Pub rock britânico. Eram bandas que tomavam como profissão de fé o rhythm’n’blues das décadas de 50 e 60, com fama restrita apenas aos bares especializados no estilo, mas que arrastavam um público fiel e cada vez mais volumoso aos locais onde se apresentavam. Nesta tradição inscreveram-se grupos como o de Brinsley Schwarz (do qual participava Nick Lowe), Ducks Deluxe, Dave Edmunds, Graham Parker e, de modo especial o Dr. Feelgood.
Formado em 1971 pelo cantor gaitista Lee Brilleaux, o guitarrista Wilko Johnson e o baixista John B. Sparks – os três egressos do circuito local de Canvey island – junto ao baterista John “The Big Figure” Martin, o grupo logo começou a causar sensação, não só pelas endiabradas performances de Lee e Wilko ao vivo mas também devido ao próprio repertório escolhido: uma seleção de clássicos do r&b, assinados por nomes como Willie Dixon, John Lee Hooker, Chuck Berry e Bo Diddley entre outros, além de músicas próprias (na maioria, compostas por Wilko).
Este reconhecimento do público teve, porém, que esperar três longos anos para ser partilhado por uma gravadora. Apenas no fim de 74 o grupo conseguiu um contrato, lançando seu álbum de estréia _ “Down by the Jetty” – no início do ano seguinte. Deliberadamente gravado em mono e com quase todas as canções registradas em um só take, o disco era um retrato fiel da rudeza do som do quarteto e firmou definitivamente a reputação de Wilko enquanto guitarrista (recebendo elogios rasgados de Pete Townshend e até sendo cogitado para substituir Mick Taylor nos Stones).
Ainda em 75 o Dr. Feelgood lançou o seu segundo álbum, “Malpractice” (termo usado para designar imperícia médica). O LP trazia depurada a energia em estado bruto de seu antecessor, com maior esmero na produção, mas mantendo o mesmo despojamento em suas onze faixas (sem dubs). A técnica sui generis de execução de Wilko – com seus riffs e solos secos, tocados com os dedos da mão direita em vez da palheta – mostrava-se mais inspirada do que nunca, bem como suas composições. Canções como “Back in the Night”, “Going Back Home” (esta em parceria com Mick Green), “Don’t Let Your Daddy Know” e “You Shouldn’t Call the Doctor (If You Can’t Afford the Bills)” transpiravam o mais puro r&b e formavam um conjunto imbatível junto às sensacionais covers de “I Can Tell” (Bo Diddley), “Rolling an Tumbling” (Muddy Waters), “Don’t You Just Know It” (Huey “Piano” Smith) e “Riot in Cell Block N.”9″(Leiber/Stoller). Um santo remédio que, como receitava a contracapa, devia ser tomado dez vezes ao dia.
Em 77, depois de um disco ao vivo (Stupidity) e outro de estúdio (Sneakin Suspicion), Wilko abandonaria o Dr. Feelgood, formando em seguida o efêmero Solid Senders e acompanhando os Block Heads de Ian Dury por um certo tempo, antes de voltar para o circuito dos pubs. Lee insistia em carregar o nome do grupo (mesmo depois da saída do Sparks e “The Big Figure” em 82) com outros músicos, porém sem nunca conseguir repetir a fórmula mágica de “Malpractice”. Afinal, foi com este disco que o bisturi do Dr. Feelgood efetuou um corte profundo nas veias do rock’n’roll.
Celso Pucci
rodaNdo (IMPERDÍVEL!!!)…
Subject: Jumboteko hoje e sintonia“Mauval,To aqui no trampo esperando do fodecasting do China ser publicado (padrão 10:00 am so far..) e como já disse tudo certo pro froNt baixar no Praça hoje, hehe.
Mas escrevi mesmo pra te falar da entrevista do editor de NY André Schiffrin ontem no Roda Viva. Putaquiparille Governador, o cara foi falar de mercado editorial e “sem querer” deu uma aula sobre a idiotização de TODA produção cultural em detrimento de grana e o favorecimento de meia dúzia! Teoria pura sobre bundamolização do ser humano nas últimas décadas.. Segue míssil:http://tvcultura.cmais.com.br/rodaviva/roda-viva-andre-schiffrin-07-01-2013-bloco-1
abração!”
arrudinha. (Victoria/ES)

















