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acertando…

o público de ontem, no circo, não foi muito abaixo do esperado… afinal, como já foi dito aqui, o show de thurston teve suas cotas definidas aos 44 minutos do segundo, comprovando a falta de empolgação dos cariocas com o sônico guitalita.

para piorar a sedução, o caboclo não dá entrevista… ou seja, a mídia ficou “sem assunto”… ou seja, possíveis interessados ficaram sem saber da presença dele na cidade… e como não há hype em jogo…

o circo deve ter tido umas 600 testemunhas, ontem, para ver o show de thurston moore… que, ano passado, lançou um disco espetacular produzido pelo beck.

resumindo a opereta, não foi o público diminuto… pelo contrário, para os padrões do “bundamolismo” que imperam, tivemos uma multidão sob a lona!

( :

ah, por falar em mídia… todos sabem que bob dylan não dá entrevista, certo?

ainda agora, me disseram que para as datas brazukinhas, “Ele” não emitirá credenciamento de imprensa.

ou seja, quem quiser resenhar/fotografar terá que morrer num ca$calho!!!

hahaha…

orgulho…

a essa hora, era para eu estar em montevideo… para acompahar nacional X vasco!

eu já havia falado disto aqui… da importância – para mim – de estar na terra de meu tio ondino, num jogo com o nacional!

PQParille… muita emoção.

estava quase tudo certo… mas umas surpresas apareceram e tive que cancelar a tão esperada ida!

ainda agora, para saber algumas news do jogo de logo mais, me deparo com estas letrinhas…

Ondino Vieira, técnico do Expresso, é considerado revolucionário no Uruguai

Quinta-feira, 12/04/2012 – 14:01

Para o Vasco, retornar à Libertadores é também relembrar a conquista daquela que foi sua competição precursora, o Campeonato Sul-Americano de clubes, em 1948. Assim, atuar em Montevidéu é reencontrar o criador do time que levantou aquela taça, o Expresso da Vitória. Considerado uma referência do Nacional – adversário desta quinta-feira, às 21h50m (de Brasília) –, o técnico uruguaio Ondino Viera é considerado um revolucionário em seu país, principalmente pelas ideias que importou do Brasil, tendo a lendária equipe cruz-maltina como principal exemplo.

Ondino Viera começou seu trabalho no Brasil em 1938, quando trabalhou no Fluminense. À frente do time das Laranjeiras, conquistou três títulos estaduais 1938, 40 e 41, e no ano seguinte chegou ao Vasco, no qual permaneceu até 1946 e venceu o Carioca de 45. Neste período, formou a base da equipe que viria a ser conhecida como o Expresso da Vitória. O time sagrou-se campeão sul-americano em 1948 (vencendo por 4 a 1 o Nacional) e formou a base da Seleção Brasileira vice-campeã da Copa do Mundo de 1950. Em ambas as campanhas, o técnico era Flávio Costa.

Foi no comando do Vasco que Ondino Viera criou a fama de revolucionário do esquema tático do futebolbrasileiro, implementando o 4-2-4. Após quase 20 anos no país – passando ainda por Botafogo, Bangu, Palmeiras e Atlético-MG, retornou ao Nacional para treinar o time que sagrou-se tricampeão nacional (1955/56/57).

– Viera formou o time do Vasco campeão sul-americano de 48 e influenciou todo o esquema tático do Brasil. Inclusive,era admirado por Zezé Moreira. Em sua volta ao Nacional, ele trouxe o 4-2-4 que acabou por tornar-se tradicional também no Uruguai. Além disso, ele praticamente ensinou os brasileiros a jogarem contra os europeus. Mostrou a importância de impedir os cruzamentos na área e lembrou que o principal era o jogo coletivo – explicou Hernan Navascues, que trabalha no departamento jurídico do Nacional de Montevidéu e é um dos principais estudiosos da história do Nacional e do futebol uruguaio.

Por sua importância para o futebol brasileiro. Ondino Viera chegou a ser acusado de praticar uma espécie de espionagem durante a Copa de 1950, ao supostamente fornecer informações aos uruguaios sobre a Seleção Brasileira. Afinal, tinha profundo conhecimento da equipe do Vasco, que era a base da equipe. O treinadorainda esteve à frente da Celeste no Mundial de 1966, na Inglaterra.

De Expresso da Vitória a Trem-Bala da Colina, o Vasco busca um novo título continental enfrentando o Nacional no Gran Parque Central, em Montevidéu, pela sexta rodada da fase classificatória da Libertadores. A equipe cruz-maltina vai em busca do primeiro lugar do Grupo 5, e o GLOBOESPORTE.COM transmite o duelo em Tempo Real.

Ondino Viera (à direita) posa com a equipe do Nacional tricampeã uruguaia na década de 50

Fonte: GloboEsporte.com

mariotando…

há três semanas, eduardo motta ligou:

– véio, tranquilis?

– e aí, mottinha, beleza?

– tem um tempão que não vejo a MOJO nas bancas. tá sabendo quem é a capa da próxima edição?

– não… quem?

– MARIOTA, UHUUUUUUUU…

e a revista chegou essa semana:

além da grosseria que é a reportagem sobre a Lenda steve marriott, só pela capa, dá pra perceber o “conteúdo” da criança, né?

segura quantas estrelinhas eles dão para o primeiro disco solo de jack white:

pressão!

( :

 

ecoando…

“Confirmado que desconfirmaram a merril, né? Mas sabe como que rolou isso?

sobre o cráudifândin, vale lembrar dessa entrevista do Fred 04 (tem vinhetinha?):
http://screamyell.com.br/site/2012/01/08/entrevista-fred-04-mundo-livre-sa/

como a entrevista é grande pra carilha, aí o que ele diz:
“…Hoje em dia, você colocaria um álbum do Mundo Livre S/A para download gratuito?
Se alguma lei ou edital público tiver bancado tudo, claro que eu libero na boa, pois acaba sendo renúncia de imposto, ou seja, dinheiro do contribuinte. Mas se tiver saído do nosso bolso, tipo grana de cachê ou direito autoral, aí eu quebro, não consigo pagar minhas contas e bancar estúdio, capa, prensagem, etc. Esse lance de usar alta tecnologia pra passar o chapéu, pedir esmola hightech, craufunde de cu é rola, acho um retrocesso humilhante, indigno. …”

Já sobre a situação no Rio de shows, também tem o seguinte… Neguinho quer marcar show aqui com retorno já garantido, antes de começar as vendas!!! Não sei se vc lembra ano passado que eu perguntei: vai ter show do Primal Scream no Circo Voador? Não se via um cartaz, banner, outdoor, nas ruas, nenhum carro de som daqueles que anunciam pamonha foi alugado, não tinha um maluquete distribuindo papel nas ruas… o show até encheu, mas não o suficiente para o pessoal que garantiu ou show pelo cráudifunding receber seu dinheiro de volta. E não o suficiente para uma banda como Primal Scream que merece lotar um Vivo Rio no mínimo.

O público não vai adivinhar que tem show acontecendo, tem que divulgar! Se nem isso é feito, fica difícil…

Aí vc veja as explicações dos produtores cariocas para os shows no Rio serem os mais caros do mundo:

http://oglobo.globo.com/cultura/rio-tem-os-ingressos-mais-caros-do-mundo-4526331

hahahaha…. olha o que um bocomoco respondeu (sobre o Lolla de São Paulo, quando o assunto no título é sobre o Rio, a matéria é meio mal feita):

“O ingresso do festival Lollapalooza, que reuniu 50 bandas em São Paulo no fim de semana, custou, aliás, R$ 300. Na edição chilena, que aconteceu no início deste mês com 62 bandas, a entrada valia o equivalente a R$ 170.

— Mas o Chile é do tamanho de Campinas! — defende Ganem. — Aqui tem mais gente querendo ingresso, e as curvas da oferta e da demanda se cruzam muito acima.”

O Chile não é do tamanho de Campinas é do tamanho da América Latina!!! E foi gente do continente inteiro pra lá ser bem tratado, inclusive muitos brasileiros que já sacaram qual é a visão dos “organizadores” daqui. Enquanto for essa a atitude desse pessoal, fica até difícil querer que as pessoas venham assistir shows caros, com som ruim, que começam tarde demais para quem trabalha e estuda.

Mas continuamos na resistência!

Abs e desculpa o longo email”

Otaner

+

“É tanto desabafo que só me resta … desabafar!!!

Nem vou lamentar muito, pois não conseguiria ir no tUNEyARDs mesmo. Aliás, um dos melhores discos do ano passado aqui em casa e o som mais instigante que ouvi em anos (e olha que comprei o disco meio por acidente, depois de ouvir uma breve recomendação no Ronca e um elogio da Tulipa no programa da Marília Gabriela).

Pensando bem, com tanto festival metido a Indie, como ela passou despercebida é algo que me vem à mente nesse momento.

Nem vem muito ao caso, mas com três crianças e um certo gargalo de tutu, de fato não me fazem pensar muito nos shows perdidos (Neil Young e Blur são os únicos que me fariam – farão? – passar pelo banco e pelos perrengues gigantescos dos festivais brazucas).

Veja só, TV On The Radio e Arctic Monkeys seriam motivos mais que suficientes para ir ao  Jockey Clube de São Paulo (o lugar é realmente demais e próximo de casa) no feriado do coelhinho. Mas aí é que vem a pedrada, 300 pilas para um dia e 500 para os dois??? E se fosse ver o TVOTR ainda teria que aguentar a mega lotação dos fãs do F.F???? E a turma do Alex Turner, que show (!!!), valeu a pena mesmo pela TV de casa. Quem sabe um dia, com ventos mais favoráveis, em NYC ou London Town, ainda vejo ambas bandas.

Acho que já comentei, mas há algum tempo li uma frase do André Forastieri num pequeno texto “filosofando” sobre o tal do rock enrow (leia-se bons sons, na verdade), e a parada era mais ou menos a seguinte: porque o assunto é tão ignorado pela maioria e tão importante para muito poucos. Se bem que a julgar pelo coro durante todo o show dos Monitos de Shefield eles não parecem assim tão poucos.

E olha que estão falando fortemente de uma edição brasileira da NME (queria saber quem é o “louco” por trás disso). Ou vai durar 6 meses ou terá sertanojos, ivetes e chicletes na capa (sim, sou um homem que tem, e admite ter, preconceitos).

De qualquer forma, fica minha promessa de cuidar bem da alimentação sonora da tripinha aqui em casa. Nada de ditadura, mas o de 6 já curte Blur e Gorillaz e a de 2 peguei hoje dançando na sala ao som de um show do Supergrass (ao menos o Multishow serve para algo, ainda que de vez em quando). O menor tem pouco mais de 6 meses, mas garanto que será bem alimentado também.

Aliás, eu e o mais velho te esperamos aqui em Sumpa em 28 de maio para o show do F.F (os ferdinandos, que fique bem claro), e ainda de quebra os The Horrors, tudo de grátis no local onde o Pedro bigodón deu o tal grito de espada na mão. Vai ser a estreia do garoto em frente aos PAs (muita emoção, desde logo).

P… já estava tão empolgado que ia pedir música para terça feira (que falta fazem vocês …).

Bom, só para não perder o hábito, dá uma olhada nesse link que tem um livro (esgotado, mas em PDF) ultra, mega, hiper, cabeleira altíssima:http://www.swanfungus.com/2006/10/krautrocksampler.html

Aqui, o André Barkinski conta melhor sobre o livro:  http://andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br/2012/04/03/sexo-drogas-e-chucrute-o-rock-alemao-esta-em-todo-lugar/

Grande abraço e até breve!!!”

Leonardo

englobando…

numas de acompanhar a despedida do povão a chico, entrei umas quatro vezes no site aqui de cima… manja?

pois é… desde a primeira até agora (são 20:45), o site não foi atualizado uma vez sequer!

como pode?

a bagaça está estacionada desde a manhã!!!

ok, o poleiro aqui não é um coelhinho da web… agora, O GLOBO?

aí, me toquei de uma parada –

“não entrava nele há tempos, desde uma mudança que ficou meio chulé… acho que perdeu a mão, não?”

a conferir!

luiza mandou pra gente…

logo ali embaixo, fiz uma pergunta se você tem idéia da razão pela qual, hoje em dia, é muito grande a quantidade de gênios, divas e shows históricos… lembra?

e disse que desconfiava o motivo.

pois bem, a luiza (de são paulo) enviou o seguinte texto retirado do blog do jornalista andré barcinski…

“Terminei de ler “A Geração Superficial – O que a Internet Está Fazendo com Nossos Cérebros” (Ed. Agir), de Nicholas Carr.

Carr é um jornalista e autor (“The Guardian”, “The New York Times”, “Wall Street Journal”), especializado em cultura e tecnologia.

“A Geração Superficial”, finalista do prêmio Pulitzer na categoria “não-ficção”, fala sobre como a Internet está “moldando” nossos cérebros e criando uma geração de leitores com pouca capacidade de concentração e compreensão de texto.

Carr não é um homem das cavernas. Muito pelo contrário: é um autor “conectado”: tem site, tem blog, escreve sobre novas tecnologias. Seu livro não demoniza a Internet, apenas relata um processo claro e irreversível.

A tese de “A Geração Superficial” é simples: nosso cérebro se adapta às condições das tecnologias que usamos. E a Internet, por incentivar uma overdose de informações superficiais e cheias de “distrações” – links, hipertextos, janelas, etc. – está nos transformando.

Carr cita pesquisas que mostram a dificuldade de concentração demonstrada por usuários de computadores. Ler livros, diz ele, é uma tarefa cada vez mais difícil para um número cada vez maior de pessoas.

Acho que isso não é novidade para ninguém. Qualquer um de nós pode citar exemplos práticos: quantas vezes você não ficou sem acesso à Internet por algumas horas, só para perceber, depois, que esse tempo “desconectado” não lhe fez nenhuma falta?

O mérito do livro de Carr é explicar esse fenômeno por meio de estudos e pesquisas. É fascinante.

Assim, me pego numa posição paradoxal: indico um livro sobre como ninguém mais consegue ler um livro. Sinal dos tempos?

Quer outro “sinal dos tempos”? Carr é membro do conselho editorial da “Enciclopédia Britânica”. No mesmo dia que terminei de ler o livro, veio a notícia de que a “Britânica” vai acabar com sua versão impressa, depois de 244 anos.”

André Barcinski

“50”

o jornal new musical express colocou a seguinte lista em seu site:

– 50 most electrifying frontmen (and women)

segue o top 10 que pode ser acessado em nme.com

1) iggy pop

2) jimi hendrix

3) john lydon

4) debby harry

5) morrissey

6) freddie mercury

7) liam gallagher

8) patti smith

9) shaum ryder

10) kurt cobain

captou?

enfim, lista é um bagulho doido que existe, desde a pré-história, pra gerar assunto… e polêmica!

sendo assim, muita gente já se manifesta dinamitando o nme…

“pô, como pode não ter bowie”

“esses caras tão chamberlain? e james brown? e marley?”

“malvinas neles… e jacko na lista, porra”

“só porque o serguei comeu ela, esses babacas não colocaram a janis?”

“será que esse jornaleco conhece elvis presley?”

um certo toni disse que irá à redação do nme meter a porrada no editor!!!

hahaha… que momento!!!

 

salão de beleza…

Subject: morrissey

“fala, maluco!

morrissey, em entrevista recente pra folha:

“Acho que todo mundo está deprimido com essa nova era da música porque parece que ela só se interessa por músicas sem sentido. Em todo o lugar que você vá, ouvirá músicas inexpressivas –tocam techno-dance em todas as lojas de departamentos, lojas de sapatos e elevadores, porque ninguém está realmente ouvindo aquilo. Você nunca vai ouvir uma canção com conteúdo social num salão de beleza ou na TV. Se você perguntar a uma vendedora de loja como ela consegue ouvir aquela música alta o dia todo, ela vai sempre responder: “Ah, eu me desligo”. É assim a música moderna. Você não tem a permissão de escolher a canção que quer escutar. Você é bombardeado na cabeça com música que outros escolhem para você ouvir. E assim ela se torna insignificante.”

e é por isso que ilhas de boa música como o ronca ronca não podem ser inundadas por essa mediocridade… aliás, alguma novidade sobre o futuro do programa, e sobre o NOSSO futuro? tá ficando sinistro esse bagulho… mais uma vez vou perder o ronca porque mais uma vez tenho um plantão pra dar na maternidade-escola aqui de fortaleza (ah, sou estudante de medicina). só espero que pelo menos não se esqueçam de colocar o áudio do programa na nete.

abraço e vida longa ao ronca ronca,”

filipe, de fortaleza.

leonardão & jarvis…

( :

estupidez, grosseria, brutalidade… esta edição da MOJO!

aliás, como sempre!

o início de 2012 está marcando a longevidade e, sobretudo, a música incomum de leonard cohen.

aos seus contemporâneos e súditos, restará abrir a boca de espanto… prender a respiração e pensar:

Deus salve leonard cohen!

coincidentemente – ou não – semana passada, arrudinha (froNt capixaba) enviou um “pombo sem asa” sobre a presença de mister cohen no programa de jarvis cocker (pulp) na BBC radio6.

como sempre, comi mosca e não consegui conferir a visita… mas dei uma olhada nas listas dos programas colocados no ar pelo jarvis, por onde eu não passava há um tempão… e, felizmente, identifiquei um semelhança muito grande na desorientação dele, na radio6, com um certo jumboteKo tupiniquim.

( :

aqui embaixo, estão as relações de músicas tocadas nos dias 22 e 29 de janeiro.

caso você queira mais, basta dar uma procurada no google – jarvis cocker BBC radio6!

a grande estrela…

a coluna de felipe hirsch – toda segunda feira no globo – segue como uma das mais importantes fontes de (in)formação que temos no brasa.

e mais, segue pautando o roNca roNca… já que muitos de seus leitores querem ouvir big star, the replacements, alex chilton, the hold steady, arthur lee, chris bell & cia ltda… todos citados nas letrinhas de hoje!

onde mais ouvir esta tchurma?

BINGO!

hein?

captou?

refletiu?

ok, muitos dirão que minhas previsões sobre a posição de polly nas listinhas de fim de ano… foram armadas!

sim, que eu teria usurpado, num climão teixeirinha & seus bluecaps… que eu teria lafrado!

hahaha…

o importante é que p.j harvey faturou os primeiros lugares na MOJO, UNCUT e NME!

e ficou entre os cinco mais em uma penca de outras publicações!

barbada… let england shake!

( :

marcelo mandou pra gente…

PRK-30: soberbos e abobalhantes

Todas as sextas à noite, antes de existir televisão, a família se reunia em torno do rádio. Apagavam a luz e ouviam “PRK-30”, um programa de humor criado pela dupla Lauro Borges e Castro Barbosa, que parodiava atrações da época (noticiários, novelas, shows de calouros, transmissões esportivas) e caricaturava os clichês da radiofonia.

A PRK-30 se apresentava como estação clandestina e permaneceu por 20 anos no ar, de 1944 a 1964, exercendo influência sobre toda uma geração de comediantes.

Há pouco, a editora Casa da Palavra lançou um livro com dois CDs remasterizados -“No Ar: PRK-30”, de Paulo Perdigão-, que foi como conheci a verve retórica dos locutores Otelo Trigueiro e Megatério Nababo d’Alicerce (respectivamente, Lauro e Castro).

Um roteiro típico: o português Megatério introduz o prefixo musical do programa, completamente desafinado e “executado com a coragem habitual por uma descongestionante orquestra de violinos de vara e trombones de corda”.

Mas logo interrompe a desengonçada banda com um: “Chega! Não precisa caprichar tanto!”. E elogia a valsa que acabaram de tocar, “em compasso de ópera, ritmo de conga e marcação de bugre-bugre”.

Separados por uma gongada, os quadros duravam segundos ou não eram sequer transmitidos (depois de anunciados, mudava-se de assunto). O humor era desprovido de cinismo, não apelava para a grosseria, não ofendia e recaía num desvairado nonsense, com total desrespeito às normas linguísticas.

A PRK-30 era uma rádio 48% honesta, um colosso que seguia de popa em vento e uma emissora que raramente provocava náuseas em seus delicados ouvintes, veiculando as mais “avariadas” notícias de todas as partes do mundo e adjacências.

Desdenhavam-se as outras estações de rádio, “que encerraram suas atividades porque quando nós começamos a ‘funcionejar’ fazemos um completo ‘manepólio’ das ondas ‘artrosianas'”.

Em “soberbas e abobalhantes” transmissões, Lauro e Castro exploravam o avesso das coisas. Eram reis do trocadilho tolo e da adjetivação furiosa. Não faziam graça do que era dito, mas de como era dito.

Ainda hoje os humoristas da TV teriam muito a aprender com Otelo, dono de uma “voz suave e quase destituída de gosma”, e Megatério, o único locutor que já mordeu a língua mais de dez vezes sem ter tido hidrofobia. E que sabia “falar inglês em vários idiomas”.

Vanessa Barbara (Ilustrada / FSP)