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macao (2)…

ontem, por volta das 19h, ouvi o berro:

– “e aí, maurição… tô com uma parada boa pra você”!

cacilds, movimento frenético na main road, gente pra meirelles… e uma comunicação dessas! maior sujeira!

enfim, no que percebi a crionça a tragedia ficou ainda pior… putz, era o traficante!

tentei dar uma disfarçada… mas o caboclo se aproximou gritando ainda mais alto:

– “vascão, finalmente, consegui a paradinha que você procurava há um tempão”

– “êita… já sei que você vai me meter a faca”

– “pô, mas é de primeira qualidade”

– “anda desembucha”

– “o compacto do macalé, de 1970, quatro músicas, acompanhado pelo soma, zé rodrix, naná vascãocelos, alirio lima… em ótimo estado”

– “caraca, trafica… você conseguiu essa pepita?”

– “hahaha… não disse que você ia curtir?”

– “ok… e a negociação?”

– “ih, maurição… esse Ep deu trabalho viu…”

– “ihhhhhhhhhhhhhh… anda”

– “então, tá. vou quebrar essa pra você. me arruma o DVD da decisão da mercosul de 2000 que a parada é sua”

PQParille… em dez minutos o trafica estava com a virada que demos em cima do palmeiras!

e eu…

certamente, este compacto é uma das maiores raridades que (não) existem por aí!

bem melhor que ser raro ou não… é ele espelhar um dos momentos mais “cabeleira alta” da MPB.

afinal, estas quatro gravações juntam macalé ao SOMA… uma LENDA do rock brazuka…

que nesta formação, contava com alirio lima… que, anos depois, fez parte do weather report (sim, com jaco+wayne&cia!!!)

e mais: é o primeiro registro fonográfico do macao!!!

prestenção do texto do site senhorf.com.br…

Soma, mistério e raros registros na história do rock brasileiro
O grupo Soma é um dos maiores mistérios da história do rock brasileiro. Além da lenda, pouco se conhece da banda que teve o cantor Ritchie entre seus integrantes. Em disco, até pouco tempo, a única música conhecida era ‘P. F.’, do disco coletivo ‘O Banquete dos Mendigos’, gravado ao vivo, em 1974.A história da banda, na verdade, começa na Espanha, mais exatamente em Madri, no Clube Miramar, por volta de 1963/64. Ali, na onda dos Beatles, tocava um grupo chamado Los Finks, que tinha no baixo o americano Bruce Henry. Na época, Bruce era amigo de Fernando Arbex, que começou tocando rock instrumental com Los Pekenikes e depois formou o famoso Los Brincos, o melhor grupo espanhol dos anos sessenta.Dois anos depois, Bruce estava no Rio de Janeiro, estudando no Colégio Americano. Na escola, conheceu Rick Strickland Jr, outro americano, com quem formou o grupo The Out Casts. Junto com Bruce (baixo e voz) e Rick (guitarra e voz), estavam Chico Azevedo (bateria) e Gee Bee – assim está creditado no disco – (também guitarra).Com idades em torno de 16 anos e visual psicodélico, que incluia roupas coloridas, show de luzes e bateria fluorescente, The Out Casts fez um certo sucesso na cena carioca de garagem. O grupo apresentava-se em clubes como Boliche 300 e Paissandu e também na televisão. Em 1967, abriram show para Roberto Carlos, no pavilhão do São Cristóvão, no Rio de Janeiro.Totalmente obscuro, o grupo gravou um álbum chamado ‘My Generation’, em 1967. No repertório, composições originais e covers para clássicos dos The Who, The Rolling Stones e Bob Dylan, entre outros. O disco foi lançado pelo desconhecido selo ELPA, que vinha a ser uma espécie de tentativa do Elenco – de Aloysio de Oliveira, especializado em bossa nova – de criar um braço pop. Além do álbum, ainda foi lançado um compacto com ‘My Generation’ (The Who), que abre o LP.

O grupo acabou em 1968, deixando um segundo disco gravado, mas que nunca foi editado, devido a falência do selo. Um ano após, Bruce Henry já havia formado o grupo Soma, enquanto Chico Azevedo passou a tocar com Gilberto Gil e outros músicos e Rick Strickland Jr. abandonou a música.

Soma, estréia em 1969

Ao contrário do que muita gente pensa, o Soma, portanto, não começou em meados dos anos setenta. O grupo nasceu em 1969, formado por Bruce Henry (baixo e voz), mais Jaime Shields (guitarra e voz), Alírio Lima (bateria) e, ainda, Ricardo Peixoto (guitarra), que depois tocou com Flora Purim e Airton Moreira.

Como trio, o grupo gravou quatro músicas para a coletânea ‘Barbarella’ (nada a ver com o filme), lançada pelo selo (nacional) Red Bird Records, em 1971. Sem sucesso, e com o clima ditatorial adverso, o grupo deu um tempo, com seus integrantes dispersando-se pelo mundo.

Em 1974, o grupo reorganizou-se, já com a presença do vocalista e flautista Richard Court (Ritchie), recém chegado da Inglaterra, de onde veio à convite de Rita Lee. Com Bruce, Shields, Alírio e Ritchie participa de espetáculos no Rio de Janeiro, especialmente do show/disco coletivo ‘Banquete dos Mendigos’, produzido por Jards Macalé, em comemoração aos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Na mesma época, Bruce, Jaime e Alírio, gravaram uma das maiores raridades da discografia nacional, a trilha sonora de ‘Mailbag Blues’, um filme sobre Ronald Biggs, então vivendo no Rio de Janeiro, que acabou não rolando – mas terminou reeditado recentemente, por um selo inglês.

Segundo o próprio Bruce, o nome ‘Mailbag Blues’ referia-se as cantorias dos presos de “Sua Majestade” enquanto costuravam sacos de correio, nas cadeias da Inglaterra. Além dos três músicos do Soma, participaram do projeto o saxofonista Nivaldo Ornellas e o tecladista Guilherme Vaz, que depois escreveu a premiada trilha sonora do filme ‘Rainha Diaba’.

A fita, inicialmente bancada pelo próprio Ronald Biggs, depois de várias tentativas de edição, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos, se perdeu nos escaninhos do tempo. Segundo Bruce, a negativa vinha sempre acompanhada da justificativa de que não seria “ético” lançar um material envolvendo a controvertida figura de Biggs.

Argumento hipócrita, derrubado logo após pelos conterrâneos Sex Pistols, que gravaram, posaram para fotos e elegeram um de seus ídolos o assaltante do trem pagador. Anos mais tarde, Bruce Henry ganhou de presente, do proprietário do estúdio, o master original das gravações.

Em meados dos anos setenta, com participação do pianista Tomas Improta, a banda passou a realizar shows com influência mais jazística, até terminar já quase no final da década. Bruce Henry foi o único do grupo a se manter ativo no meio musical, com participação em gravações dos principais músicos brasileiros e vários álbuns solos editados. (Fernando Rosa)

Discografia

The Out Casts – My Generation (LP, 1967)
The Out Casts – My Generation (CPT, 1967)
Soma – Barbarella (LP, 1971, participação com as músicas ‘Potato Fields’, ‘Fragments’, ‘Treasures’, ‘Where’)
Soma – O Banquete dos Mendigos (LP, 1974, participação com a música: P.F.)

 

 

macao

este míssil, nascido em 1972, acaba de ser lançado em vinil pela polysom… inclusive, com o raro encarte!

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sim, sou taradão por ele… um artefato espetacular – vibe, capa, tudo no lugar certo, enxuto, lanny gordin barbarizando, macalé explodindo talento, som… caramba! 10, nota 10… 1000, nota 1000!

é uma lástima este disco não ser conhecido como deveria… creio que houve apenas uma edição em cd e o vinil virou raridade, há tempos!

talvez, esta seja uma das razões para ele não figurar na lista dos 100 principais discos da música brasileira, publicada na revista rolling stone, em outubro de 2007!

afinal, ela é o reflexo do tempo em que foi gerada… claro!

cheguei a comentar isto no roNca roNca… a lista coloca “acabou chorare” como o disco mais cascudo de todos os tempos.

reflexo da compreensão que o som (& tudo mais) dos novos baianos passou a ter nos últimos anos.

“acabou chorare” é uma obra prima… mas jamais seria considerado O disco da MPB, por exemplo, em 1988!

das 100 pepitas, 70 são inquestionáveis… e sobra uma gordurinha pros “duvidosos”… que, amanhã, podem ser os titulares!

esta é a graça da bagaça!

caindo em 2012… com o lançamento deste vinil, documentário sobre macalé, músicas do disco sendo regravadas, aproximação de macao com a nova geração e, sobretudo, o entendimento do álbum & seus periféricos… HOJE, “jards macalé” estaria incluído entre as 20 mais importantes criações da música auriverde em qualquer lista, sem nenhuma dúvida!

e a “amnésia” desceria pelo ralo!

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por falar na rolling stone, encontrei esta edição de 1972…

que me levou a considerar, ainda mais, as opiniões que recebo – diariamente – de pessoas que não têm achado caminho para se “desorientar” sonoramente… e, pelamordedeus, não ache que estou legislando em causa própria… esta ladainha é mais antiga que a roda!

o fato é que a rolling stone, número 27 (outubro/1972) abriu espaço, em layout de página dupla (capa hermeto pascoal), para o primeiro disco de macalé… a mesma revista, em 2007, não incluiu o mesmo disco entre os 100 mais importantes da MPB!

ok, já passamos pelas trocentas razões da ausência, “uma coisa é uma coisa / outra coisa é outra coisa” mas…

está faltando apostar certo… nos artistas certos?

(cacilds, já fui várias vezes na rolling stone para conferir se ele não está no top 100)

(ah, as mãozinhas ali embaixo são de caetano, o aniversariante de ontem!)

CBB

“som na guitarra”, o disco de estréia…

lançado em 1984, pela philips, com produção de luiz antonio mello (flu fm)…

capa de ricardo leite & fotos clicadas pela xeretinha!

acho que nunca foi lancado em cd!

incrível quantidade de mensagens d’aTRIPA reverenciando CBB!!!

valentia no disco…

sim, na academia de ginástica londrina… ainda agora!

este é o luiz, CEO da vinyl land… responsável pela prensagem em “wax” de curumin (ali embaixo) e outros tantos!

no que chegou a fotoca, indaguei ao valente (sobrenome do caboclo):

– estavas prestigiando a prova arremesso de disco?

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arrochando…

cacilds, já viu o vinilzaço do curumin?

muita pressão… edição espetacular da vinyl land (congrats, luiz) com capa dupla…

+ encarte com letras e ficha técnica + som casca grossa… e, claro, Música de primeiríssima!

consegui a última cópia da loja “locomotiva” (SP) há duas semanas… os interessados que corram!

imperdível!

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som…

túlio “brasa” (sim, o brasil) enviou, semana passada, um email com questões sobre a fabricação de vinil no brasa.

como não sei “paul newman” do assunto, passei a indagação para rafael ramos, o responsável – junto com o pai joão augusto – pela fábrica polysom.

rafa, sempre solícito, respondeu com um verdadeiro “passo a passo” da engenhoca sonora.

primeiro, a pergunta do túlio… em seguida, a resposta do rafa:

Subject: Polysom

“Oi, Mauricio,

Tudo bem?
Me tira uma dúvida, não é nada demais.

Uma coisa que eu tinha percebido no LP da Nação Zumbi (Fome de Tudo) é que a gravação era um pouco estranha para um LP novo. Andei lendo uns comentários sobre os relançamentos da Polysom e vi gente falando que eles não trabalham com as masters analógicas, pegam a do digital. Usam a master feita pro CD. Sabe se isso procede?
Abs,
Túlio
+
.
“Mauricio,
o Nação Zumbi “Fome de Tudo” foi prensado a partir de uma masterização preparada especialmente para vinil feita pelo Ricardo Garcia, que também masterizou o cd originalmente. Aprovado pela banda e por Mario Caldato Jr, o produtor, esse disco é considerado uma prensagem “exemplar”. Como este disco (assim como a maioria atualmente) foi gravado diretamente em pro tools, a matriz são os bounces originais em 24bits. Espero que este pronto esteja esclarecido.Quando licenciamos um título de alguma gravadora para a série “Classicos em Vinil” recebemos da gravadora original o material que eles tem disponivel. Esse original é tratado da melhor forma o possível para ir pro corte de acetato (1a etapa no processo de prensagem do vinil, onde o som é gravado no vinil preto matriz). Algumas vezes, a gravadora não tem o tape original em 100% de condições para ser usado. Exemplo: prensamos 3 discos do Titãs: Cabeça Dinossauro, Jesus Não tem Dentes… e O Blesq Blom. Nos dois primeiros, tivemos acesso aos masters originais em rolo e o Ricardo Garcia do Magic Master fez a restauração e masterização especial para vinil. Já o Blesq, a Warner não tinha completo em rolo. Foi decidido em comum acordo com todas as partes que seria melhor tratar para vinil a partir da última remasterização que já havia sido feita no Magic Master pelo Ricardo. Importante: Não é feito a partir do cd (que seria 16bits, 44.1) e sim a partir dos arquivos digitais originais em 24bits, no caso do Blesq 48khz.Todos os outros (Tabua de Esmeralda, Africa Brasil,  os Secos e Molhados…) tiveram tratamento especial para fabricação do vinil, com um equipe de audio especializada e sempre a partir dos tapes originais. É um processo muito trabalhoso e temos orgulho dos resultados que temos atingido a partir dele. Como pode ver, tem algum ruído aí.Beijo”

Rafa

encaixotando…

incentivada pelo sucesso da caixa los hermanos, a polysom (única fábrica de vinil no cone sul) resolveu galgar parâmetros com mais uma preciosidade:

a discografia completa do PLANET HEMP!

e, assim como na dos barbudos, a caixa virá com um vinil exclusivo: HEMP NEW YEAR!

na época, 1996, o disco foi distribuido, gratuitamente, em tiragem de apenas 1000 cds… lógico, virou raridade!

no caso dos hermanos, o disco que você só encontra na caixa é o ao vivo… lembra quando ela passou porraqui…

com todos os “rabiscos” da turnê?

e o mais importante – a caixa do planet terá o mesmo preço razoável desta aqui de cima…

que, com 8 Lps, pode ser comprada por 340 reais, em média!

com encartes, capas duplas, som de primeira, impressão cascuda… tanto, que a primeira tiragem está esgotada…

e uma nova fornada a caminho!

a caixa do planet virá igualmente turbinada!

lembra do repertório do “hemp new year”?

1 Dig dig dig (Remix)
2 Legalize já (Remix)
3 Mantenha o respeito (Ao vivo)
4 Legalize já (Ao vivo)
5 Mary Jane (Ao vivo)
6 Skunk (Estúdio ao vivo)
7 Phunky Buddha (Demo tape 93)
8 Raprockn’rollpsicodelianhardcoreragga (Demo tape 93)
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abrindo a sacoleta (6)…

the fall com “victrola time” + “taking off” (live)!

por falar em mark e. smith, hunter (nosso gajo na jumbo records) contou uma paradinha ótima do torcedor do manchester city… sim, claro, o mark!

disse que, recentemente, o caboclo fez um show tão chamberlain… mas tão doidaralhaço, que não aguentou voltar para o bis… chapando na cadeira do camarim… e aí, levaram até ele o microfone… e a saideira foi “cantada” com nosso ídolo morgadão, foreta do palco!!!

HAHAHA!!!

a outra pepita é richard hell & the voidoids com “blank generation” + “liars” + “who says”!

crássico X 10000000000000000000000000…

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mamãe… richard thompson com duas bordoadas ao vivo…

e “respect”, uma das maiores criações da raça humana, nas interpretações de dois anjos: OTIS & ARETHA!

tá bão, né?

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voltando a fita…

lembra das letrinhas que coloquei, aqui no tico, sobre meu encontro com crosby, stills & nash?

lembra de como pipoquei em sacar a xeretinha?

lembra de como amarelei em pedir o jamegão deles no vinil?

pois é… a lusitana rodopiou, o mundo girou, os pauzinhos funcionaram…

e risadinha acabou de me surrupiar o troféu:

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