som…

túlio “brasa” (sim, o brasil) enviou, semana passada, um email com questões sobre a fabricação de vinil no brasa.

como não sei “paul newman” do assunto, passei a indagação para rafael ramos, o responsável – junto com o pai joão augusto – pela fábrica polysom.

rafa, sempre solícito, respondeu com um verdadeiro “passo a passo” da engenhoca sonora.

primeiro, a pergunta do túlio… em seguida, a resposta do rafa:

Subject: Polysom

“Oi, Mauricio,

Tudo bem?
Me tira uma dúvida, não é nada demais.

Uma coisa que eu tinha percebido no LP da Nação Zumbi (Fome de Tudo) é que a gravação era um pouco estranha para um LP novo. Andei lendo uns comentários sobre os relançamentos da Polysom e vi gente falando que eles não trabalham com as masters analógicas, pegam a do digital. Usam a master feita pro CD. Sabe se isso procede?
Abs,
Túlio
+
.
“Mauricio,
o Nação Zumbi “Fome de Tudo” foi prensado a partir de uma masterização preparada especialmente para vinil feita pelo Ricardo Garcia, que também masterizou o cd originalmente. Aprovado pela banda e por Mario Caldato Jr, o produtor, esse disco é considerado uma prensagem “exemplar”. Como este disco (assim como a maioria atualmente) foi gravado diretamente em pro tools, a matriz são os bounces originais em 24bits. Espero que este pronto esteja esclarecido.Quando licenciamos um título de alguma gravadora para a série “Classicos em Vinil” recebemos da gravadora original o material que eles tem disponivel. Esse original é tratado da melhor forma o possível para ir pro corte de acetato (1a etapa no processo de prensagem do vinil, onde o som é gravado no vinil preto matriz). Algumas vezes, a gravadora não tem o tape original em 100% de condições para ser usado. Exemplo: prensamos 3 discos do Titãs: Cabeça Dinossauro, Jesus Não tem Dentes… e O Blesq Blom. Nos dois primeiros, tivemos acesso aos masters originais em rolo e o Ricardo Garcia do Magic Master fez a restauração e masterização especial para vinil. Já o Blesq, a Warner não tinha completo em rolo. Foi decidido em comum acordo com todas as partes que seria melhor tratar para vinil a partir da última remasterização que já havia sido feita no Magic Master pelo Ricardo. Importante: Não é feito a partir do cd (que seria 16bits, 44.1) e sim a partir dos arquivos digitais originais em 24bits, no caso do Blesq 48khz.Todos os outros (Tabua de Esmeralda, Africa Brasil,  os Secos e Molhados…) tiveram tratamento especial para fabricação do vinil, com um equipe de audio especializada e sempre a partir dos tapes originais. É um processo muito trabalhoso e temos orgulho dos resultados que temos atingido a partir dele. Como pode ver, tem algum ruído aí.Beijo”

Rafa