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a lojas de porto alegre no século passado…

falamos no #188 do adesivo da star discos coladão no compacto do noriel vilela… lembra, né?

star.discos

pois bem, o rodrigo – em modo “descubra” total – correu atrás da informação sobre o estabelecimento e garimpou o blog do jornalista emilio pacheco com o espetacular raioX sobre as antigas lojas na capital gaúcha:

Assunto: Star Discos
“Olá, Mauricio! Tudo bem?
O #188 está muito bom!
Encontrei a “information” sobre a Star Discos:
Clique AQUI!
Um abraço!”
Rodrigo

vai um disquinho aí?

feira2

um detalhe interessante, principalmente, aos que se apaixonaram por vinil nos últimos tempos: você pode até se arrepender de não ter colocado as garras sobre determinado disco mas fique certo que um dia ele cruzará seu caminho… basta procurar.

resumindo a ópera, não vale a pena se aporrinhar pelo leite derramado, estourar o bol$o ou entrar em disputa corporal (tipo acima) para conseguir qualquer que seja a pepita… mas não vale mesmo.

até porque, na maioria dos casos, você não estaria atrás do compacto de uma banda búlgara, lançado em 1966, com tiragem de doze cópias, procede?

e vamos combinar que essa banda deve ser ruim pra meirelles (hahaha)… afinal, se fosse boazinha, teria mais gente interessada nela para aumentar a circulação.

o mais importante de tudo é a Música, em qualquer suporte (vinil, K7, cd, MP3, digital).

cheers

( :

a “feira” & a feira…

feira2

excelente a feira de discos que aconteceu, hoje, aqui no rio. muitas ofertas a bons preços e outras tantas pra lá de salgadas… como sempre, um dos pontos mais positivos é encontrar a rapeize fissuradaça em música.

mas o fato é que, como em 110% das situations no brasa, sempre fica aquele gostinho do “alguém me passou pra trás” ou “tem gente se dando bem e não é a maioria”.

esclarecendo: como você bem sabe, o mercado do vinil tomou proporções $inistróide$… sobretudo, a compra&venda das edições originais da música brasileira. com essa nova po$$ibilidade de faturar, muuuuuita gente mergulhou na comercialização das pepitas.

ok, ótimo, quanto mais interessados na cena melhor pra todo mundo.

acontece – e não é novidade – uma feira como a de hoje sofre interferências barra pesada dos que são, a princípio, meramente, intere$$ados nos discos… captou?

ou seja, quem está por dentro da feira – por exemplo, administradores/expositores – coloca em prática uma feira extra exclusiva para essa tchurma.

tipo, o horário de “abertura” da “feira” foi 11h… pois bem, teve neguinho “da$ interna$” que chegou às 9 da matina para “recepcionar” os vendedores… na calçada do bennett, local da “feira”.

outra, determinado expositor/vendedor cascudão aqui do rio, quase sempre chega com a “feira” beeeeem começada… como o material dele é muito especial, quando o elemento estaciona o carango, os “intere$$ados” montam uma tropa de choque em frente ao espaço – ainda vazio – do referido comerciante e ali ficam até os discos serem colocados à venda.

a fotoca de hoje é, exatamente, no instante do “sinal verde”… dá pra perceber que das três caixas com discos, duas (ou as três) estão sendo operadas “a socos & pontapés” por gente com crachá da “feira”… manjou?

prestenção, esse relato está longe, muuuuuuito longe, do chororô de alguém ter levado um Lp que eu estava querendo ou qualquer situação parecida. o que importa é a corriqueira sensação que a grande maioria jamais terá acesso à Feira como ela deveria ser.

fica aqui a idéia dos expositores/vendedores criarem uma feira exclusiva para eles… coisa normalíssima em qualquer mercado muito concorrido…. e aí, depois deles terem feito todos os negócios possíveis, eles montam uma feira para os que, simplesmente, ambicionam adquirir discos com alguma “prioridade” e que são os verdadeiros responsáveis por fazer essa roda girar… tadinhos de nós!

simples a$$im

ah, pra fechar… na saideira, passei pelo ponto da rapaziada bacanuda da tropicália discos (bruno & márcio) e avistei um sujeito embolsando o que seria um dos meus discos mais desejáveis do dia: “sound” de roscoe mitchell.

olhei pro cara e disse: caramba você está levando um disco monumental que tenho numa reedição. essa versão original da delmark é alucinante.

o sortudo disse: estou com o dinheiro curto se é pra gastar que seja com algo foda.

e eu deixei a feira felizão por saber que, a essa hora, roscoe mitchell está deixando um apaixonado por música coladindo no teto!

simples assim

o feitiço (ou as meninas balançando o coreto)…

RSD2016

o record store day tem sido pauta constante no roNca desde o dia em que nasceu. afinal, ele é a celebração máxima de algumas de nossas mais cascudas paixões: música, lojas de disco, criatividade, “divisão do pão”, originalidade & o diabo A4.

muito antes do RSD, todas essas conexões sonoras já habitavam nosso poleiro… e, por aqui, foram formadas gerações de fissurados em música… e vinil.

com o boom da música digital, era de se esperar alguma forma de reação ao sumiço do disco físico… e ele não tardou: “a volta do vinil” (sem que ele jamais tenha ido).

felizmente, o velho “plástico redondo com um furo no meio” agradou em cheio, sobretudo, à rapaziada que jamais havia visto um desses exemplares.

a indústria, claro, começou a (re)lançar os clássicos e a investir nas novidades onde muitas delas saiam apenas em vinil… festança. os gráficos de vendas do mercado galgavam parâmetros loucamente.

a “novidade” tomou uma dimensão tão frenética que atingiu o status de fetiche… ou seja, os novos interessados começaram a ficar, literalmente, enfeitiçados pelo “velhaco”, pouco se importando pelo som que vinha dentro dele. muitos sequer abriam o lacre. muitos, consequentemente, jamais ouviram os discos.

o importante era ter / exibir… tirar onda com o vinil amarelo. com a capa em 3D. com o poster gigante. com o formato quadrado do disco… enfim, a música não importava muito… tanto não era considerada que, ao longo dos últimos anos, o gosto da rapeize ficou pra lá de despirocado. tanto faz possuir na prateleira um arctic monkeys autografado quanto uma edição triangular da celine dion… tanto faz mesmo.

diante dessa incontrolável sede dos novíssimos consumidores, o record store day se afastou bastante de certos objetivos iniciais. atualmente, o mais relevante é saciar o tal feitiço de milhares e milhares de fissurados espalhados pelos cinco cantos do planetinha movimentando uma dinheirama como há muito tempo não se via.

aí, você pergunta: “o RSD perdeu a qualidade?”

aqui nos trópicos, distante da realidade dele, eu posso garantir que não perdeu a qualidade… mas, ao mesmo tempo, acho que o RSD ganhou uma quantidade enorme de lançamentos desnecessários para os que estavam com ele desde o início… discos que visam, acima de tudo, preencher a fúria consumista… e vamos combinar, lááááá atrás, por mais que o RSD visasse o sucesso financeiro, havia outros tipos de prioridades.

coincidentemente (ou não), esse ano, foi a primeira vez em que passei longe da magia do RSD. a operação de trazer as pepitas – que sempre envolveu um monte de traficantes/amigos/”aviões” – foi desmantelada. o preço influiu forte… mas o principal foi a diminuta quantidade de discos para fazer a roda aqui do poleiro girar.

anyway, anyhow, anywhere, o importante é a rapaziada seguir conectada e que ela mantenha o mercado em movimento pelas próprias pernas sem deixar que tudo se transforme numa modinha com validade… e como são meninas que fazem o coreto balançar:

 

abô, “cine shogun” & vinil…

no que cheguei ao downtown (são 13:40), na feira de vinil, passei pelo stand do lendário aborígene, sempre abarrotado de pepitas especiais. antes d’eu proferir a clássica “e aí, abô, quais as maravilhas que só você tem?”… abô, sagaz & roNqueiro, desferiu na minha lata:

– maurição, já tô contando os segundos para terça feira, no #170, e saber qual será o filme que não será comentado pelo inoxidável shogun. pô, maurição, manda um abraçaço pra ele e diz que a crítica cinematográfica já pode ser separada em “antes e depois do cine shogun”.

PQParille, que emoção… xerê fez questão de captar o momento:

abo.feira1

caNNibalismo…

cannibal

Assunto: Café Preto – 120Km
“Fala Sangue, tudo bem?
Lançamos esse single sexta feira passada aqui em Recife, é um produto LO-FI, de policarbonato cortado um por um em um torno jamaicano dos anos 50, fizemos poucas unidades, o seu está guardado, mande o endereço para eu enviar.
A música se chama 120Km é inédita, faz parte do novo disco da café preto que estamos gravando, essa música tem a participação do maestro Spok.
espero que goste e possa rolar no seu programa.
 Abração”

por essas e outras (ou “25 favoritos Dele”)…

márcia mandou pra gente esta matéria de 2013 onde bowie seleciona vinte e cinco discos favoritos “que podem mudar sua reputação”. o empolgante – no meu caso – é testemunhar as presenças de linton kwesi johnson, robert wyatt, daevid allen, the fugs e incredible string band. como deu uma creca na formatação do texto/imagens, vale muito clicar AQUI para checar a lista completa… imperdível!

Confessions of a Vinyl Junkie

By David Bowie

Vanity Fair, November 2013

From his collection of 2,500 vinyl LPs, the rock star has selected his greatest discoveries, and some record-buying memories as well.

There is really no way to do a list of my favorite albums with any rationality. I do only have about 2,500 vinyls. There is a possibility there. I’ll look through the albums and pull together a list of those I have re-bought or am in the process of re-buying on CD. I have little time, and there are just too many to sort through. So, I’ll keep pulling stuff out blindly, and if it’s too obvious (Sgt. Pepper, Nirvana) I’ll put it back again till I find something more interesting. A lot of the rock stuff I have is the same as everyone else’s, and I have so many blues and R&B albums that it would topple over into trainspotter world if I went that route.

O.K., no rules then. I’ll just make ’em up as I go along. I’d say half of this list below is now on my CD racks, but many are finding impossible to trace. The John Lee Hooker album, for instance, or The Red Flower of Tachai Blossoms Everywhere. I have done the only thing possible and burned them to CD myself, reduced the cover art down to size, and made reasonable simulacrums of the originals.

If you can possibly get your hands on any of these, I guarantee you evenings of listening pleasure, and you will encourage a new high-minded circle of friends, although one or two choices will lead some of your old pals to think you completely barmy. So, without chronology, genre, or reason, herewith, in no particular order, 25 albums that could change your reputation.


THE LAST POETS

THE LAST POETS

(1970, Douglas)

One of the fundamental building blocks of rap. All the essential “griot” narrative skills, splintered with anger here, produce one of the most political vinyls to ever crack the Billboard chart. While talking rap (what?), I can piggyback this great treat with the 1974 compilation The Revolution Will Not Be Televised (Flying Dutchman), which pulls together the best of the formidable Gil Scott-Heron works.

SHIPBUILDING

ROBERT WYATT

(1982, Rough Trade)

Not an album, a 12-inch single. A vinyl nonetheless. A well-thought-through and relentlessly affecting song co-written by Elvis Costello, and Wyatt’s interpretation is the definitive. Heartbreaking—reduces strong men to blubbering girlies.

THE FABULOUS LITTLE RICHARD

LITTLE RICHARD

(1959, Specialty)

Unusually subdued, these performances were recorded by Richard at his first Specialty sessions, mostly in 1955. It was sold to me discount by Jane Greene. More of her later.

MUSIC FOR 18 MUSICIANS

STEVE REICH

(1978, ECM)

Bought in New York. Balinese gamelan music cross-dressing as Minimalism. Saw this performed live in downtown New York in the late 70s. All white shirts and black trousers. Having just finished a tour in white shirt and black trousers, I immediately recognized Reich’s huge talent and great taste. The music (and the gymnastics involved in executing Reich’s tag-team approach to shift work) floored me. Astonishing.

THE VELVET UNDERGROUND & NICO

THE VELVET UNDERGROUND

(1967, Verve)

Brought back from New York by a former manager of mine, Ken Pitt. Pitt had done some kind of work as a P.R. man that had brought him into contact with the Factory. Warhol had given him this coverless test pressing (I still have it, no label, just a small sticker with Warhol’s name on it) and said, “You like weird stuff—see what you think of this.” What I “thought of this” was that here was the best band in the world. In December of that year, my band Buzz broke up, but not without my demanding we play “I’m Waiting for the Man” as one of the encore songs at our last gig. Amusingly, not only was I to cover Velvet’s song before anyone else in the world, I actually did it before the album came out. Now that’s the essence of Mod.