entra-e-sai, senta-e-levanta…

atripa

Assunto: O show tem que continuar, ou não
“Caríssimo Mau Val,
                                    já que você e Shogun começaram o #224 com um Doors pós-Morrison, e comentando que aTRIPA poderia chegar junto lembrando de bandas que seguiram em frente sem seus nomes de destaque (com ou sem sucesso), eu lembrei de algumas.
                                    Cá no Brasil, como você mencionou – lembrando Dé Palmeira -, dá para lembrar um mol de bandas assim. Mutantes mudaram de formação inúmeras vezes após Rita e Arnaldo saírem (Sérgio Dias foi meio que “virando” líder da rapaziada); os Novos Baianos foram trocando de membros aos poucos (agora, me vem à memória as saídas de Moraes, de Galvão, e até de Dadi, substituído por Didi Gomes, irmão de Pepeu); várias bandas dos ’80 também foram “trocando de pele” (o próprio Barão passou por dúvidas após Cazuza sair; a Plebe Rude perdeu Ameba; muita gente achou que o Kid Abelha ia esturricar com a saída de Leoni); e os 90′ não passaram incólumes, com o caso d’O Rappa, do Charlie Brown Jr. e, principalmente, dos Raimundos.
                                  Mas talvez, aqui, o grande caso de banda que tem o espírito do “o show tem que continuar” talvez seja nos Titãs. Lembremos: perderam Arnaldo Antunes, Nando Reis, Charles Gavin, Paulo Miklos (sem contar a tristíssima saída de cena de Marcelo Fromer)… e não só se recompuseram, como mantêm certo respeito. De outro modo, não seriam escolhidos para abrirem para o Who no Rock in Rio vindouro.
                                  No estrangeiro acho que varia mais, cada caso acaba sendo um caso. Por exemplo: grande parte do carisma do Led residia na dupla Page & Plant, mas a perda de Bonham acabou com a banda. O Who tombou com as perdas de Moon e Entwistle, mas o carisma e a capacidade de Daltrey & Townshend seguram a barra até hoje. Black Sabbath perdeu Ozzy, mas Dio representou a ponto de ser respeitado por muita gente; Van Halen até hoje se divide entre os “pró-Dave Lee Roth” e os “pró-Sammy Hagar”; Kiss teve um entra-e-sai de gente que não foi bolinho; Iron Maiden é um caso de banda que encaixou de vez só na segunda formação; Stones perderam Brian Jones, mas o carisma gigantesco de Jagger & Richards ajudou a amenizar a perda (sem contar a competência de Mick Taylor e, depois, de Ron Wood); e tem a fase do “Clash II”, já sem Mick Jones, que é meio proscrita por todo mundo – não sem motivo, já que Cut the crap é um disquinho, bem…
                               Enfim, lembrei dessas. Tem mais, claro que tem.
                               Atenciosamente,”
                                                                   Felipe