falha no projeto…

Governador Valladares ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já me borrei demais. Hoje fui a um dentista no beco da bílis Rôxa , uma espécie de baixo Leblon que existe aqui em Durango, México, e lá chegando dei de cara com um morrão fumegando um homem, Gov. my Gov. Achei que era seu Jorge da Silva conversando com Marcelo Dí Jêi, mas na verdade era meu dentista Paiva Lennon Jobí Cachiacêro que estava sendo apertado por um baseado gigantesco. Não, não estou invertendo as coisas. Aqui em Durango, as pessoas se deixam fumar pela maconha, erva maldita que acabou com 105 entre 100 cowboys que por aqui passaram. Daí o lema da cidade “all the best cowboys have chinese eyes” porque o maconheiro quando fuma fica mesmo com olho de china. Saí do dentista mais lesado do que ele e, por isso, na esquina do Beco do Barbeiro com travessa da Robusta Pentelheira Ariana, caí em mim. Sentei num hidrante e comecei a defecar essa idéia. Por que, Gov. my Gov. dente é um negócio tão complicado. Pra que canal? Pra que raiz? Pra que gengiva? Por que dente não é igual a unha? Hein. Gov. my Gov.? Responde! Jean Paul Sarte, ex-flanelinha francês que se tornou cult graças a uma porranca que tomou em Ipanema e foi fotografado pela Caras, o homem é um animal defeituoso por natureza. Por exemplo, Gov. my Gov. eu vi no canal Cactus Channel que as zebras peidam contra o vento para despistar leões, tigres e até veados campeiros que querem carcá-las nas savanas. Tudo bem. Mas e o ser humano, peida pra que Gov. my Gov.? Foi o que aconteceu comigo ontem: encostei na balaustrada de uma pensão onde como minha ração diária, peidei e, em seguida, fui acometido por uma dor de dente tão lancinante, mas tão lancinante que pensei no De Cure e acabei killing an arab, um anão fantasiado de odalisca que ganha a vida com o arremesso de banbolês em seu pennis dimension na única casa noturna de baixo calão aqui de Durango. Horror!!!! Horror!!!! Eu girando como uma piranha de quinta em Copacabana, o arabe morto, a faca ensanguentada, a dor de dente, tudo parecia uma daquelas merdas que Glauber Rocha fazia e que o estrume intelectalóide batizou de cinema novo. O dentista Paiva Cachacieiro estava em sua tradicional siesta diária de 24 horas de duração e, desesperado de dor, acordei-o com vários golpes de falo no rosto imundo daquele animal. Trôpego, ele me convidou para sentar na cadeira, ligou aquele holofote nos meus cornos, acendeu o ópio e não vi mais nada, Gov. my Gov. Lembro que sonhei compulsivamente com João Pessoa, sonho bom. Depois, o pesadelo: Alagoas, Alagoas, Alagoas, estado mais corrupto do mundo que, se ditador eu fosse, venderia para o Japão. Acordei horas depois, consultório vazio e um bilhete trilingue colado na parede: “Fui, Gone, “Estabaquiei-me””. Fui olhar no espelho e nada vi porque…Gov. my Gov. o filho da anta arrancou todos (every) os meus dentes! Tive que partir para expedientes escrotos como a tortura-maior desse país que é o estupro al jegue. Em sua barraca no deserto, o dentista Paiva urrava de dor enquanto meu jegue Rin Tin Tin transformava a vida daquele ondontólogo num tunel Rebouças pornô. Foi quando, cansado te tanto levar, Paiva concordou em me devolver os dentes. Implantou um por um usando super bonder original. Tudo terminaria bem se o até então respeitado homem de branco não tivesse se apaixonado por meu quadrúpede de transporte, baixa quilometragem, jegue de mulher. Gov. my Gov. até a boca do burro o dentista beijou jurando paixão e fazendo o animal vomitar nos três odeliscos de Durango: Huguinho, Zezinho e Luizinho. Tudo por culpa de quem? De uma falha de projeto chamada dente. Gov. você já experimentou (are you experienced?) uma dor de dente ao morder um bolo? Hein? E aquele pedaço de sorvete que cai dentro de um canal mais escancarado do que o da Visconde de Albuquerque? Concordas que dente é erro? Como Zé Ramalho, Wilson Simonal e Michael Jackson? Hein? Fala, minha nega, digo, bispo Valladares!!!! Sem dor, feliz e amasiado, Ummaguma Ferrare de Victoria Durango, México, Colubandê.

P.S. – Na foto, um local de Durango. Como a tripulação se assalta mutuamente 24 horas por dia, o povo usa quatro bicicletas. As quatro são roubadas, uma por uma, mas em compensação, o dono, também ladrón, rouba outras quatro e retorna a casa.