frederico e o punk progressivo…

Subject: Rock Progressivo, Punk, Tubular Bells e Koyaanisqatsi
“Hey, MauVal

Primeiro eu queria dizer que o programa com Shogun e Nandão foi algo extraordinário! Quando vi que no título do episódio tinha o Shogun logo imaginei que o Nandão não estaria porque jamais ouvi os dois juntos (não sei se esse encontro houve alguma outra vez). Mas foi uma surpresa estrogoNófica ouvir os dois trocarem ideia. No mundo perfeito seria sensacional termos Shogun e Nandão em todos os vôos. Quem sabe ao menos de vez em quando? Aposto que a massa roNqueira aprovaria sem nem titubear!

Em seguida eu queria dizer o quanto o nosso querido RoNquinha abriu minha mente nesses últimos dois meses. Eu tô embarcado no Jumboteco desde janeiro de 2018 quando procurei feito doido um podcast que prestasse homenagem ao recém-falecido mais cabeleira altíssima e fio desencapado da área de Manchester Mark E. Smith.

Acontece que mesmo (des)orientado pelas grandes dicas desde que virei grumete dessa nave cabriocárica que você comanda eu ainda não me sentia suficientemente aberto ao “contraditório”. Digo isso porque sou “formado” no punk desde sempre. Joe Strummer sempre foi e sempre será meu mestre. Também Ramones, Fall, o proto-punk, o punk de NY, o punk de UK, o pós-punk dos 80 e 90.. Mergulhei a vida inteira nessa seara musical que DIZEM SER antagonista ao Rock Progressivo e orquestrações em geral.

Vale lembrar que quando eu tasco o PLAY no programa eu o faço sem saber qual será o menú. Eu curto demais as surpresas, tanto nas pautas quanto no setlist. Um exemplo: eu tinha certeza que Lee Perry seria homenageado neste último programa, só não sabia que seria com “Dyon Anaswa”, que faz parte do Return Of The Super Ape (disco esse que vai comigo pro caixão quando eu virar adubo, porque sempre foi um dos 5 álbuns preferidos de toda a minha vida). Mas a surpresa maior foi emendar logo um “Complete Control” do Clash na sequência, com detalhes sobre a gravação (que eu não sabia!), e o comentário de que essa música ao vivo REALMENTE é um dos ápices da vida humana na crosta terrestre! A versão do live album FROM HERE TO ETERNITY que foi gravada em NY no dia 13 de Junho de 1981 é, pra mim, a versão definitiva dessa música. Tem uma parte dela que, ao invés de cantar o verso “This is Joe Public Speaking”, Joe dá um grito de arrepiar a pele do mais frígido ser humano. Os olhinhos quase sempre fazem blublu nessa hora!

Mas voltando a contar porque o RoNquinha me abriu a mente mais ainda nesses últimos dois meses do que, talvez, na minha vida toda. Abri esse preâmbulo falando da minha familiaridade com o punk e suas vertentes porque eu era da turma “ou gosto de punk ou gosto de rock progressivo”. Na minha cabeça NÃO TINHA COMO gostar dos dois ao mesmo tempo. Acho que esse era o meu último “preconceito musical”. Desde que o RoNca RoNca me brindou com TUBULAR BELLS, do Mike Oldfield, nos meus fones de ouvido durante uma pedalada nas montanhas das Agulhas Negras eu senti que precisava conhecer mais essa área da música que deixei de lado. Desde então me aventurei a pedalar ouvindo discos inteiros de artistas como King Crimson e Tangerine Dream, e tem mais um tantão ainda a desbravar. Ainda bem. E foi graças ao RoNquinha que esse preconceito se foi. Só tenho a agradecer!

PS: Um outro disco que coloquei pra pedalar aqui nas Agulhas Negras e que descambou para quase uma experiência religiosa foi a trilha sonora do filme Koyaanisqatsi, feita pelo Philip Glass (embora não seja estritamente progressivo e muito menos rock). Se tiver uns 15 minutinhos sobrando em algum programa futuro, cogite colocar “The Grid”, deste álbum, e depois conte a quantidade de e-mails de ouvintes que se descabelaram com essa pepita!

Desculpe o longo e-mail (mais um!) mas me empolgo e escrevo pra danar quando o assunto é música!

Vida Longa ao RoNquinha e que Shogun e Nandão se encontrem sempre por aí nas gravações! hehe”
Frederico