esta é a capa da edição number 1 da rolling stone brasileira, fevereiro de 1972…
ao desdobrar o jornal, a gente dá de cara com…
uma matéria desorientante com o mais importante nome do rádio brasileiro… na gaveta pop/rock.
newton duarte começou a colocar o rádio de cabeça pra baixo por volta de 66/67… época d’ouro onde beatles/dylan/hendrix/stones/zep/who/kinks & cia limitada diziam de onde vinha o apito do trem, sacumé… né?
big boy, o newton, fez quase tudo na mídia dos 60/70… mas, sobretudo, tinha o objetivo muito claro de levar Música (sentiu o M?) aos ouvidos dos desprovidos… ou seja, o objetivo de formar uma nação, um país… o brasa!
nós!
o poderoso sinal do sistema globo de rádio servia, em AM, o cardápio finíssimo que newton preparava – com tanto conhecimento e paixão – aos mais remotos ouvidinhos auriverdes.
o tempo passou e big boy subiu aos 33 anos – I REPEAT, AOS 33 anos – deixando um espaço que nunca foi ocupado… e jamais será!
sempre afirmo que uma das grandes causas do nosso emburrecimento musical (= ao geral) deve ser creditada ao sumiço dele de nossas vidas.
quando escrevo “nossas vidas”, quero dizer – de nossos pais, amigas, avós, tias, namoradas, padrastos, primos…
confere?
de uns anos para cá, big boy foi lembrado e reconhecido… felizmente!
virou um mito… e como tal, todos citam, muitos tiram onda, outros tantos sentem saudade…
mas muito poucos têm noção da batalha que ele travou para não se desviar daquele objetivo ali de cima.
a parte final desta entrevista da RS é de doer de tão triste.
a sensação de solidão que ele transmite é de arrepiar… é incrível como, anos depois, não sabemos nada do que se passava pelos corredores do SGR.
é surpreendente como big boy teve de engolir várias manadas de sapos para se manter no ar. é triste saber como seu talento nunca teve espaço decente para se desenvolver 100%… mas fica a certeza de que nada dobrou sua obstinação.
( :
não se esqueça de pegar a caixinha de papel… e, se puder, gritar bem alto ao final:
HELLO CRAZY PEOPLE… às gargalhadas, of course!
(cinco anos depois, ele não resistiu à asma)
(leia-se “cavern club”)