Assunto: Sossego & Chamego #460

“Oi, Mauricio,

Pô, que tremenda lava digna de vulcão espanhol esse programa. Não deu moleza um segundo. 😃

Do little milton safado na abertura pra sensoria funk-cabeçuda no encerramento,  teve um fosso borbulhante de óleo quente ao redor do castelo.

Tudo luz, raio, estrela & luar. O papo de vocês dois extremamente metrado, justo, sem gordura. Mesmo quando descambou pras sessões estendidas – tipo a do crosby, que foi gloriosa – vocês tavam numa euforia milimétrica que não deu espaço pra conversa solta. E o mais legal: teve silêncio também. Treco mágico e altamente mobilizado. 😊😊😊

Duas coisas que adorei total: as conexões de fogo; o santa cruz.

No meio de tanta fogueira de paixão, sufoco ou euforia, cês enfiaram os lances do bataclan no meio das chamas. EXTREMAMENTE sofisticado, taqueopariu. Forma & conteúdo impecáveis = tudo queimou.

O santa cruz foi um treco totalmente inesperado, pra mim. Não sou de futebol, mas morei por muito tempo a duas quadras do estádio do arruda. Eu torcia pro santa cruz. Você ligou o lúcio maia pra comentar o time, ele é de peixinhos, bairro da galera do manguebit, onde passei parte da infância.

Pô, fiquei feliz demais ouvindo esse programa. Parecia que eu tava nele o tempo todo (perdoa o momento narcísico, please 😊😊😊).

Daí quando o james brown entrou, e você deixou sua voz levemente distorcida pra comentar na sequência – tô chutando que foi proposital -, achei sensacional. Acidente ou malandragem (uai, vai ver foram os dois? 🙂), é o tipo de detalhe que faz toda a diferença.

Adorei total, bicho. Programa completamente antêmico, abrasivamente apaixonado. E nada fora do lugar, tudo deslizando entre os blocos como parte de um todo que parecia novo. Até a vinheta de entrada parecia diferente.

Preciso ouvir logo esse programa novamente. Estratégias fabulosas colando e esquentando as partes. Uma paulada, mas com a madeira do porrete envolta em veludo vermelho. Sofisticação é isso aí. 😊👍👍👍

Mega abraços, bicho, amei esse treco,”

Itamar.

Ps: quando rolou o troço em paris um amigo me chamou pra escrever algo sobre. eu realmente me senti conectado com tudo nesse #460, daí lembrei desse texto meio abobado, mas que tenta umas conexões pop intertemporais sobre tragédias (obviamente, sem a sofisticação ABEÇURDA do RoNca RoNca): AQUI