lauro em modo ioiô…

Subject: O tempo, as teias e o Ronca
“Inoxidáveis MauVal e Nandão, estas mal traçadas chegam com 5 semanas de atraso, pois ainda tratam do impacto que tive com o 580… mas afinal, o que é o tempo, não é mesmo? O referido programa me fez sentir um ioiô de tanto que fui e voltei entre épocas recentes e distantes. A começar pelas dúvidas em relação ao acontecido em Sociedade da Neve: caramba, li a entrevista de um dos sobreviventes em um exemplar da revista Trip de 1992, que eu tenho até hoje! Fui atrás da revista em meus alfarrábios para encontrar a solução do mistério da ausência das fogueiras, mas infelizmente esse assunto não foi abordado; por sorte outro ronqueiro respondeu a questão. A Trip, que hoje sobrevive na uébi, ao lado do Ronca, Rock Press e International Magazine, fez a minha cabeça, como diria o Bambata.
Seguindo o programa entra Cristiano Varisco, cuja guitarra lembra muitíssimo o trágico e saudoso Roy Buchanan, mostrado no 579, além de fazer uma homenagem não sei se voluntária ou involuntária a outro gigante: Jack Bruce. “Trilhas Sonoras pra Filmes Imaginários”? Isso é quase uma tradução literal de Theme for an Imaginary Western, uma das canções mais lindas do Jack, e que puxa outro fio da teia que atravessa o tempo e o multiverso, porque leva a um homenageado do Ronca por ocasião de sua subida, o bruxo Leslie West. West pra mim é o dono da versão definitiva dessa música, que ele leva ao vivo homenageando ainda outro citado pelo Ronca, Felix Papallardi… não fosse o Ronquinha, não saberia que ele produziu o Cream. Ao final da música, o camarada toca um dos solos de guitarra mais descacetados que conheço, antes de declarar seu amor ao amigo que partiu. Poucas vezes um programa remexeu tanta coisa pra mim. Não que os programas mais recentes tenham decepcionado, o 585 tocando a Ângela RoRo foi do caralho, inclusive, se for possível mandar um abraço no ar a um amigo meu que mesmo não sendo ouvinte do programa da gente é o maior fã vivo da Ângela, seria especial. A grande figura atende por Marcelo Gaspar, dono de uma coleção ciclópica de vinilotes, e digo sem medo de errar, capaz de rivalizar com Tonico Manoel no conhecimento de MPB.
Por enquanto é só, volto ao meu cantinho de ouvinte silencioso e sedento, ainda esperando que a nossa realidade se alinhe a uma dimensão do multiverso em que vocês arranjem o Back on The Street do Gary Moore, para que eu e a tripada possamos ouvir a fenomenal Don´t Believe a Word.
 
P.S.: Reiterando o que o MauVal costuma dizer, o site do Ronquinha também é obrigatório… eu nunca tinha ouvido falar do Bob Tench e dos Streetwalkers, mas lá em 1975, cheirando a talco…. caralho, Nicko McBrain, do Iron Maiden!!!”
Lauro