Subject: o caminho da intoxicação até o #497
“Alô, MauVal! Alô, Nandão!
Por uma dessas coisas da vida estive longe do ronquinha por um pouco mais de 2 meses. O que não foi tão ruim porque na última semana eu tive a experiência estrogonófica de ouvir um programa por noite. De fone, ao contrário do Nandão. Finalmente chego ao #497 transtornado, falando tudo sem dizer nada, tropeçando em pepitas… sintomas de alta dosagem de falation e sons absurdos. Rapaz, hoje à noite eu não sei nem o que fazer. Vou precisar catar o programa #200 e vir administrando a medicação aos poucos.
Mas vim aqui comentar sobre um dos tópicos do #497: a dificuldade de transmitir a emoção da música e do futebol no cinema. Realmente, estamos diante de algo que vai mais pro subjetivo e que precisa de uma carga ou muito forte ou muito sutil pra fazer efeito. Errar a mão aqui é muito fácil. Mas lembro de dois exemplos nos quais o cinema conseguiu traduzir bem o que é essa paixão pelo futebol e pela música. Não como elementos principais da narrativa, mas como tradução do que a gente tem de mais humano. Estou filosofando sob o efeito, me perdoem. A paixão pelo futebol foi lindamente traduzida na explosão da torcida na cena de perseguição no estádio em “O Segredo dos Seus Olhos”. Ali você é levado pra dentro do caldeirão da torcida e ouvir aquela explosão de gol na sala de cinema foi incrível. E, por outro lado, a emoção da música é muito bem traduzida pela cena do altar em “O Casamento de Rachel”. Essas duas cenas já passaram aqui pelo site há alguns anos, tenho quase certeza. São momentos importantes, inesquecíveis, mas que são só uma parte pequena dos 90 minutos do filme. Trazer a música e o futebol pra tela e explorar essa paixão por completo é realmente uma terra que ainda não foi pisada.
Abraços enormes pra vocês e muito obrigado pela companhia diária durante a última semana. E principalmente pela cabeleira altíssima dos últimos 18 anos acompanhando o jumboteko.”
Leonardo